Capítulo 2

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    Théo chegou em casa diferente, mais pensativo e quieto do que um garoto de 6 anos costuma ser, seu pai atencioso logo percebeu o comportamento e o indagou:
    — Como foi a escola? Por que essa carinha?
    — Foi legal. É que a Clara hoje me contou uma coisa sobre o tio Carlos — ele parou para  recuperar o fôlego, pois falava rapidamente — ela disse que ele gosta mais dela do que todas as crianças porque trata ela de um jeito diferente.
    — Como assim, filho?
    — Ela disse que ele gosta que ela dê muitos beijos nele, na bochecha, né, porque na boca não pode, sempre quer que ela fique perto dele e pede pra ela sentar no colo dele. Ela disse que não gosta muito disso e eu fiquei triste por ela. Mas o tio Carlos é tão legal, então ela não devia se sentir assim. E ele é da família dela, alguém pra confiar, né?
    — Na verdade, ninguém pode fazer algo que você não goste, tipo como quando a vovó te chama de bebê e você não gosta, por já ser grande. Nem mesmo uma pessoa da família pode descumprir as regras que a gente sempre conversa, que são...?
    — Tocar ou querer ver minhas partes íntimas, me dar banho, tirar fotos minhas de um jeito que eu não goste...
    — Tá bom, essas já são suficientes por enquanto — disse um pai rindo orgulhoso, mas preocupado.
    —Mas nem vocês, a vovó e o vovô?
    — Bem a gente nunca vai fazer algo que você não queira ou que te machuque mas se fizermos pode falar conosco.
    — Mas e a Clara?
    — Vou pedir pra sua mãe ligar pra Dália, e filho, deixa ela conversar com a Clara, tá?

Théo e a educação sexual Onde histórias criam vida. Descubra agora