Capítulo 4

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Enfim, adolescência. A melhor - ou pior - época da vida...? Talvez os dois. Mudanças, estudos, curiosidades, experiências a serem vividas e... amor?
É, nosso Théo vivia seu primeiro amor, que, para o bem da sanidade de todos, até que era um romance maduro. Primeira namorada, primeira vez... além de tudo o que qualquer outro adolescente passa, isso rodopiava na cabeça de Théo. Ele já tinha idade e permissão pra namorar, todo mundo conhecia todo mundo e todos apoiavam veemente o casal. Claro, se os cabelos cacheados, a pele negra de Delilah, suas fartas curvas e beijos não surgissem no pensamento dele na hora errada e transformassem suas notas escolares num suspiro não muito romântico. Estavam juntos há pouco tempo, então tudo era muito novo e apaixonante até que pintou um dia para que eles finalmente ficassem sozinhos na casa dela.
- Pode ser? - imagino que isso possa gelar o sangue de qualquer pai e, com eles, não foi diferente.
- Ué, claro. Né, Tom? - Zara se esforçou para que o nostálgico gagejo não aparecesse.
- Sim, tudo bem - foi a resposta um pouco tensa do pai. Chegou o momento.
- Mas cês sabem que o senhor e a senhora Manson não vão estar lá, né? - Sim, Theodore, ficou claro pra todo mundo.
- Sim, querido. Porque, está preocupado sobre vocês talvez transarem? - é, é exatamente isso, obrigada mãe corajosa por esclarecer para nós e ainda fingir agir com naturalidade.
- É, não sei, talvez aconteça. Aí eu queria estar preparado e tal.
- Como você está com isso? - ela perguntou, terminando o pão com geléia e o entregando para o filho.
- Claramente nervoso - ele confirma com seu sorriso.
- Se acontecer vai dar tudo certo, não se preocupe. - disse Thomas mais calmo, voltando para sua leitura mesmo atento a conversa.
-Não sei se ajudou muito.
- Amor, será que você pode ajudar o seu filho a não decepcionar na primeira vez dele? - Zara finalmente diz saindo da sala com seu lanche. Theodore desdenhou-a com seus olhos castanhos ensolarados, sorrindo.
- Não posso garantir nada! - Tom disse fechando o livro, alto o suficiente para que pudesse fazer sua esposa rir de seu quarto.
- Então, tá - ele respirou fundo, anunciando que muita coisa vinha por aí, enquanto Théo lhe dava toda sua atenção - Seja sempre gentil, mesmo quando ela pedir mais atitude. Seja sincero sobre o que você está sentindo. Deixe-a confortável com você, elogie algo nela que você percebe que a deixa insegura. Não, não quero que você minta, mas tudo tem qualidades e defeitos então, use isso. Tenha certeza absoluta que você e ela querem isso, pergunte umas duas vezes antes e mesmo assim aceite se ela quiser parar meio do caminho e diga, se for o seu caso, pois ela também precisa respeitar sua decisão. Tá tudo bem se você tiver falta de ereção, isso é totalmente normal. Use camisinha, eu sei que ela é uma garota legal, mas se acontecer de ela ou outra pessoa, principalmente que você não conheça muito bem, pedir pra vocês não usarem, imponha a sua vontade nesse sentido. Nós já conversamos sobre isso há muito tempo mas não custa lembrar sobre as IST's e é claro, uma possível gravidez, principalmente porque você não tem experiência com isso. Vou dar um de "pai inconveniente" mesmo.
- Você acha que eu deveria levar? Tipo, não vai dar uma impressão que eu tinha a intenção de fazer rolar?
- Acho que dá impressão de que você é um cara cuidadoso. E ainda teria todo o inconveniente de arranjar uma se acontecesse.
- Ah, tá bom.
- E lembre-se: divirtam- se, mas pensem com a cabeça. Acho que essa é minha última grande lição.

Então a tarde passou e a noite chegava, Théo iria se encontrar com Delilah como várias outras vezes, mas aquele dia era diferente

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Então a tarde passou e a noite chegava, Théo iria se encontrar com Delilah como várias outras vezes, mas aquele dia era diferente. Cada movimento acelerava mais coração, o frio na barriga aumentava cada vez mais e, claro que ninguém prestou atenção no filme e em qualquer conversa que eles tiveram.
Mãos frias sobre corpos quentes. Texturas e sabores. Novas sensações.
- Quer ir pro quarto? - Delilah finalmente pergunta, parando para respirar. E Théo concorda.
Lá, os beijos recomeçaram até que seus corpos e mentes pedissem por mais. Eles não tinham pressa, aproveitando cada momento único.
- É a minha primeira vez também - ela achou necessário dizer.
- Vamos aprender juntos, então. - ele a confortou.
Ao começar a tirar o sutiã de Delilah ele a sentiu com um pé atrás:
- Tá tudo bem? Quer parar? - ele sussurrou.
- Não, tá tudo bem. - e ali e percebeu que estava a insegurança dela. Na verdade, Delilah tinha muitas outras em relação ao seu corpo, com tudo que grande parte da sociedade ainda abomina: gordo, preto, estriado.
Então ele viu. Grossas linhas que cortavam seus seios e passou a reparar nas semelhantes que percorriam o corpo de sua amada e fantasiou-as. Lembrou de sua mãe, quando carregava seu segundo filho, e quem sabe ali, um dia, ela também carregaria o deles. Ele não sabia se aquilo iria se tornar realidade mas ele sentiu um maravilhoso calafrio imaginando.
- Você é linda, Di, por dentro e por fora. - sorriu para as profundezas dos olhos da garota, inclinou-se e beijou delicadamente seu peito esquerdo, acima do coração que batia aceleradamente. E assim, selaram a noite, conhecendo, verdadeiramente um ao outro, diferenças e igualdades, preciosidades e limitações.

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