Nothing Else Matters - Metalica

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Número de palavras: 3.486

Suíça, 2014.

Remus caminhou até a parte externa da pousada, sentou-se em um dos muitos bancos sem encosto do lugar, acendeu a droga lícita e encarou o nevoeiro na paisagem semi rural. Sua mente estava distraída, não pensava em nada muito específico embora, vez ou outra, as memórias do beijo dado na noite passada ficassem assolando a sua consciência. Ele tinha gostado, quem ele queria enganar? Foi muito melhor do que ele tinha imaginado.

Provavelmente aquilo que ambos cultivavam era uma chama tão efêmera quanto o cigarro preso entre os seus dedos, talvez ela só quisesse se divertir e não tinha nada de errado com aquilo. Entretanto, Remus sentiu algo durante aquele beijo, uma fisgada estranha no peito que ficava mais forte conforme o tempo que passava perto da rosada, mas ele não poderia negar o quão decepcionado estava com a falta de confiança que ela tinha nele.

Não que ele esperasse uma explicação muito detalhada sobre o porquê dela estar fugindo das autoridades ou o motivo pelo qual ela contava tantas mentiras contraditórias, mas esperava, ao menos, algum sinal de confiança, uma palavra, talvez um pedido, qualquer prova de que podia existir algo a mais entre eles. Quase tão amargo quanto a fumaça que contaminava os seus pulmões, Remus concluiu que ela não queria algo a mais, ela queria se divertir. Ela era jovem, bonita e repleta de vida, ambos estavam em momentos diferentes da experiência de passagem pela terra e talvez quisessem coisas muito diferentes.

Remus refletiu se aquilo era bom ou não para os seus interesses pessoais, ele também merecia um pouco de diversão efêmera, mas e se ele se apaixonasse? A hipótese fez o Lupin estremecer, por mais pragmático que fosse, Tonks era encantadora e certamente seria a ruína daquele pobre médico forence.

— Pensando na morte da bezerra? — James brincou se sentando ao lado do amigo.

— Talvez — ponderou expulsando a fumaça dos seus pulmões.

— A Dora, né? — sorriu com malícia roubando o cigarro das mãos de Remus e apagando a droga logo em seguida. James odiava aquele hábito do Lupin e por muitas vezes tentou convencer o amigo a parar — Vocês transaram?

— Não, nem tudo no mundo é sobre sexo — debochou retirando outro cigarro da carteira, mas não o acendeu em respeito ao amigo — Nos beijamos.

— Quer transar com ela?

— Eu acabei de dizer que nem tudo é sobre sexo e você me pergunta se eu quero transar com a mulher que a gente atropelou ontem!

— Você não respondeu — o Potter sorriu com malícia — Ela é bonita, inteligente, gosta das mesmas bandas que você...

— Ela não confia na gente — confessou — Eu me pergunto quais segredos ela está escondendo e fico assustado com a importância que eu estou dando para isso.

— Como assim?

— Eu sinto que quero conhecer ela, fazer com que ela confie em mim e que isso é importante de alguma forma. O pior é que... a gente só conhece ela a um dia! Que raios está acontecendo com a minha cabeça?

— Eu tenho uma teoria, mas acho que vou deixar você descobrir sozinho — James sorriu afagando o ombro do Lupin com afeto.

— Vamos mesmo deixar ela em Berna?

— Eu converso com o Sirius sobre isso quando aquele preguiçoso acordar, mas eu acho que você deveria ser... sei lá, menos preocupado com as coisas. Confiança é algo que se constrói com o tempo, não espere que ela abra toda a vida dela em menos de um dia só porque rola uma tensão sexual entre vocês, deixa rolar e, se não for para acontecer, que mal tem você se divertir um pouco? Se ela também quiser, que mal tem? A impressão que eu tenho da Dora é que ela quer se divertir, conhecer o mundo, eu pensei na possibilidade dela viver em um lar abusivo e talvez esteja fugindo da família, ela está... se libertando — conspirou.

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