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Hyungwon percebe a aproximação de Changkyun, mas não vira o corpo para olhar para ele. Ao invés disso, continua observando o pequeno movimento da praça, estranhando que Hyunwoo esteja passeando com o cachorro e Kihyun ainda não tenha chegado para o habitual encontro deles.
- Acha que tiveram uma briga? - ele pergunta e sente Changkyun postar-se ao seu lado.
- Talvez ele só esteja ocupado.
Hyungwon suspira, criando uma série de cenários em sua mente onde Hyunwoo e Kihyun são descobertos e sentem-se pressionados quanto a assumir seu romance; talvez eles tenham discutido por alguma coisa boba e agora Kihyun esteja fazendo manha para conseguir um pedido de desculpas; quem sabe Kihyun tenha apenas ido viajar e Hyunwoo esteja vislumbrando o lugar secreto deles por estar repleto de saudades.
- Como sabe que eles se chamam assim? - Changkyun o desperta do devaneio e o Chae respira fundo, dizendo que sua mãe conhecia praticamente todas as famílias da cidade e era ela quem lhe mostrava o mundo através daquelas grandes janelas em fita, citando os nomes das pessoas que no entorno apareciam.
O garoto resmunga num sinal de compreensão e Hyungwon volta-se a ele, observando-o de forma tranquila. Nem parece que já está hospedado ali há uma semana, depois de ter batido na porta dos fundos com duas bolsas e cara de quem fugia por ter cometido um grave crime.
Após uma breve explicação, no entanto, ficou muito claro que Changkyun era, na verdade, a vítima.
Hyungwon o vê caminhar pela sala do segundo andar com a mesma curiosidade do primeiro dia, as mãos tocando o tecido avermelhado da mesa de sinuca até alcançar uma das bolas, a roxa de número quatro, e empurrá-la fracamente de encontro a uma das bordas. Sabe que foi uma surpresa para o garoto descobrir que havia tudo aquilo dentro de uma casa que os transeuntes julgavam ser assombrada, mas todos os móveis, utensílios e tranqueiras eram apenas mais uma forma de manter o Chae entretido dentro de casa.
A mesa de sinuca, por exemplo, havia sido adquirida quando seu pai ainda estava vivo e fora ele quem o ensinara a jogar.
Changkyun pega um dos tacos e pergunta a Hyungwon se ele quer jogar outra partida, talvez com a intenção de obter um resultado diferente do dia anterior e se tornar o vencedor. O desafio é aceito numa troca de sorrisos e é dessa maneira que eles passam o restante da tarde, até que as luzes precisam ser acesas depois de o sol se pôr.
Quando Hyungwon vence novamente, Changkyun se joga numa das poltronas macias e comenta sobre a quantidade de livros nas estantes da única parede cega do ambiente, dizendo pensar que o garoto parece conhecer mais do mundo do que ele mesmo.
- ... O que é uma ironia muito grande, já que você nunca sai de casa.
- Quase nunca - Hyungwon brinca -, afinal, nos conhecemos lá fora.
Há algo na forma como Changkyun ri que sempre encanta Hyungwon. Apesar disso, o Im repentinamente assume um semblante sério e pede desculpas por estar atrapalhando.
- Eu já disse que não tem problema - o Chae assegura, a sinceridade se fazendo presente. - É bom ter alguém com quem conversar depois de tanto tempo.
O sorriso retorna e Hyungwon sente-se aquecido por conta disso. Para ele foi divertido apresentar sua rotina durante aquela semana, mostrando os truques para receber comida, correspondências e encomendas, contando histórias sobre cada cômodo da casa, incluindo aquela sala de lazer, e também ouvindo sobre a vida de Changkyun num mundo que ele ainda não tinha coragem de explorar.
É como se o tempo tivesse voado por ter companhia.
Hyungwon também conta sobre as pessoas que ele sempre vê pelas janelas, incluindo Hyunwoo, Kihyun e seu melhor amigo de infância, Jooheon, a quem Changkyun também conhece - sobre ele, porém, o Chae prefere não aprofundar o assunto.
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Two Sides Of You | HyungKyun
FanficHyungwon sabe que o garoto de cabelos negros e olhos selvagens é problema, mas não consegue deixá-lo sozinho no beco escuro, cheio de machucados e sangue. [HyungKyun] Esta história faz parte do projeto Monbrinde, idealizado pelo @mxfanfics. Plot do...