five - flower-ed

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Tudo acontece tão rápido que Changkyun parece recobrar os sentidos apenas quando sente uma lâmina fria encostar na pele de seu rosto. O comparsa de Yijeong ameaça Hyungwon da mesma forma, obrigando-o a ajoelhar-se no chão ao pé da escada enquanto empunha um canivete e Changkyun dá passos duros, seu primo o puxando na direção do sofá.

Tudo o que os dois rapazes dizem não faz sentido a seus ouvidos e o Im tenta manter os olhos em Hyungwon para se certificar de que ele está bem, mas Yijeong lhe dá um tapa no rosto para que preste atenção às suas ordens.

- Você tem sempre que complicar as coisas, não é? - com um empurrão, Changkyun é jogado sobre o móvel e, em seguida, sente a coxa ser pressionada por um dos joelhos do rapaz, dificultando qualquer reação. - Devia ter te encurralado eu mesmo naquela noite.

- Olha o que eu encontrei - um terceiro homem entra pela porta da frente praticamente arrastando outra pessoa consigo, mas Changkyun não consegue enxergar mais do que suas sombras. No entanto, é capaz de descobrir de quem se trata quando escuta a voz dizer que logo a polícia irá chegar e sua aflição aumenta por saber que Jooheon também está em perigo.

Changkyun deduz que o amigo viu a invasão por sempre estar perto daquela área e por isso acabou sendo pego de surpresa ao procurar por ajuda, mas não tem tempo de continuar pensando nisso quando sente que seu primo se abaixa o suficiente para tentar beijá-lo. Usa as mãos para afastá-lo, mas Yijeong lhe desfere um golpe que corta sua palma, arrancando-lhe um grito de dor que desperta risos nos comparsas.

- Fique quietinho, seu merda - aquele olhar sobre si e a voz tão próxima de seu ouvido fazem com que Changkyun comece a chorar em silêncio, o corpo ainda lutando para não ser tocado e a lembrança do pesadelo o atacando com a mesma força. Ele escapa de uma nova investida, mas o preço é outro corte, dessa vez na lateral de seu rosto. - Eu te avisei.

A luta corporal não para porque Changkyun prefere que todo o seu corpo esteja ferido a ter de aceitar a condição de seu primo. Sua coxa começa a doer e ele sabe que não será forte por muito tempo; os ouvidos tentam captar algum outro som enquanto a palavra "não" é repetida diversas vezes por sua garganta, inútil porque Yijeong continua sobre si, ainda armado e cada vez mais irritado.

Os amigos de seu primo parecem tranquilos demais até que um grito é emitido, mas Yijeong apenas solta um palavrão qualquer. Está tão distraído em conseguir o que quer que ignora os demais ruídos. Changkyun aperta os olhos, tentando livrar-se do ataque, temendo que o grito seja um sinal ruim, que algum de seus amigos esteja ferido.

No entanto o corpo sobre si repentinamente enfraquece, para de se mover e Changkyun abre os olhos assustado, notando que Yijeong está com a boca aberta num sussurro mudo. Ele cai para o lado e tudo o que o garoto consegue ver é Hyungwon com as mãos ensanguentadas e o corpo paralisado, em choque.

- Wonnie! - Changkyun se levanta, mas o Chae o impede de se aproximar, pedindo para que o mais novo não o toque. Olhando ao redor, Changkyun vê Jooheon ao pé da escada, seguro e desnorteado; os outros dois rapazes não estão mais no cômodo e Yijeong está caído sobre o tapete, movendo-se com um canivete fincado nas costas.

O silêncio é quebrado apenas quando seus ouvidos captam o som das sirenes dos carros de polícia.

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É óbvio que toda a Hanam agora conhece o rosto de Hyungwon.

Tomada pela curiosidade em torno do atentado na famosa casa dos Chae, a cidade parece ficar em polvorosa com a revelação da aparência do garoto que nunca sai de casa, surpresos por ele ser tão bonito e, ao mesmo tempo, ainda curiosos sobre sua história.

Two Sides Of You | HyungKyunOnde histórias criam vida. Descubra agora