Capítulo 5

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"Estou começando a pensar demais, ansiedade pipocandoChegando ao limite, na corda bambaTentando respirar, começando e aprenderLuzes, câmera, ação e encenarA história da minha vida"

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"Estou começando a pensar demais, ansiedade pipocando
Chegando ao limite, na corda bamba
Tentando respirar, começando e aprender
Luzes, câmera, ação e encenar
A história da minha vida"


– Lonely
- Imagine Dragons

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✰ 10 de agosto, segunda-feira ✰

Estou sentada no ônibus, indo para casa. Indo para o parque, na verdade. Eu não tive escolha, tive que vir sozinha mesmo. Nossa, eu nunca estive tão ansiosa para ir ao mercado com a minha mãe fazer compras. Preciso de um estoque de miojo para situações de emergência, como essa. Uma nova música começa a tocar no fone de ouvido, mas não gosto muito dessa, então troco. Quando a tela do celular apaga, consigo enxergar o meu reflexo.

Quase não consigo ver minhas pupilas de tão pequenas que estão, apenas vejo a mistura cinza e azul dos meus olhos. Meu cabelo está todo bagunçado, assim como minha franja. Passo a mão por eles, tentando arrumá-los minimamente. Posso ver leves olheiras embaixo dos meus olhos, pela pouca quantidade de horas de sono, coisa que já parece fazer parte da minha aparência ultimamente.

Percebo que meu ponto é o próximo e guardo meu telefone, me levanto e dou sinal. Quando meus pés tocam a calçada da rua, começo a andar em direção ao parque. Durante o trajeto até aqui já decidi que vou comer cachorro quente hoje. Já tinha comido hambúrguer no dia anterior e não queria repetir, já estava enjoada.

Na realidade, queria ir lá porque a barraquinha era um pouco mais familiar para mim por eu já ter ido na semana passada, então acho que pode ajudar um pouco com a ansiedade. Mesmo assim, começo a ficar nervosa sabendo que terei que fazer o pedido sozinha. E maior dessa vez.

Mas tento me acalmar, reforçando que agora já sei o que esperar. Já conheço o cardápio. Já conheço os funcionários. Já conheço o procedimento, então sei o que falar. Não tem nada de novo para me pegar de surpresa. Tudo certo. Pego o dinheiro no bolso lateral da mochila e já o deixo na mão. Sei o que pedir então a quantia está certa. Entro pelo grande portão do parque e avisto a barraquinha de cachorro quente. Me aproximo.

Assim que chego, percebo que não há ninguém ali, mas a placa localizada na frente do balcão diz que está aberto. Paro, sem saber o que fazer. Droga, já começou dando errado. O que eu faço agora? Penso em chamar alguém, mas lembro que não sei o nome de ninguém dali.

Será que devo gritar só "moço" e esperar o homem vir? Ou talvez um "com licença" já chame a atenção dele. Sinto o conhecido aperto no peito, os sintomas de sempre voltando, e fico tentando decidir o que fazer. Ah, a quem eu tô tentando enganar? Não tenho coragem de fazer isso. Acho melhor eu ir comer em outro lugar. Me viro, procurando alguma outra barraquinha para ir, mas antes que eu possa começar a me afastar, ouço uma voz.

A Estrela que FaltavaOnde histórias criam vida. Descubra agora