Capítulo 6

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"Um milhão de pensamentos girando na minha cabeça Eu também me sento porque estou quase lá Agora eu te vejo pela janela Quando estou caminhando por lá Mas não vou te deixar saber"

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"Um milhão de pensamentos girando na minha cabeça
Eu também me sento porque estou quase lá
Agora eu te vejo pela janela
Quando estou caminhando por lá
Mas não vou te deixar saber"

- My First My Last
- Love Beans

- ✩✩ -

✰ 13 de agosto, quinta-feira ✰

Encaro a tela do meu computador. Já faz quatro horas que estou aqui, sentada na mesma cadeira, encarando a mesma tela brilhante de led, mudando de posição apenas quando sinto um formigamento subindo pelas minhas pernas. Estrogonofe parece entender que não estou muito bem, e fica paradinho no meu colo, me deixando fazer carinho nele. Ou talvez ele esteja meio arrependido de ter fugido na semana passada. Não, acho que não.

Os números rodam na minha frente, se recusando a fazer algum sentido, por mais que eu tente obrigá-los. Eu deveria saber o que fazer com eles. Deveria saber como arrancar alguma lógica de seus traços e símbolos. Afinal, não fazia nem duas horas que eu havia assistido um vídeo de um cara baixinho que fazia parecer que física era algo simples e fácil. Gostaria de enxergar como ele.

Mas não importa quantas vezes eu tenha assistido aqueles mesmos trinta minutos de explicação, não importa o quão lento eu colocasse o vídeo, não importa quantas anotações eu tivesse feito ou mesmo quantas aulas eu havia assistido antes dessa com diferentes professores que enxergavam a física como algo simples, eu não conseguia resolver aqueles números que ainda estavam na minha frente.

Olho para o relógio no canto inferior da tela. Já são seis da noite. Estou morrendo de exaustão. Meus neurônios não conseguem mais fazer uma sinapse decente, e eu ainda não sei a lógica do problema que me encara pela tela do notebook.

Lágrimas ameaçam se formar nos meus olhos, enquanto lembro que ainda preciso estudar mais duas matérias hoje. Penso em fazer uma pausa, descansar minimamente para poder continuar tentando, mas tenho medo de que os cinco minutos de descanso se tornem trinta e cinco depois de uma pequena escapada em alguma rede social qualquer. Não posso perder tempo. Não mais. Balanço minha cabeça fortemente para me livrar desses pensamentos. Tudo o que eu menos preciso agora é que os pensamentos destrutivos comecem.

Fecho a aba com o problema de física e abro outra. O melhor agora é assistir uma aula de história da minha professora favorita para distrair minha cabeça e acordar meus neurônios. Eles só precisam de um empurrãozinho agora, né? E então depois posso continuar o exercício que estava fazendo antes. Eu consigo. Sei que sim. Se aqueles alunos nos comentários da videoaula conseguiram resolver, eu também vou conseguir. Até porque, se eu não for a melhor, o que eu sou?

Trinta e cinco minutos se passam, e a aula termina. Preciso começar a fazer o resumo do que acabei de assistir, mas não tenho forças. Minha cabeça dói, não consigo mais pensar direito. As letras se misturam diante da minha visão e o conteúdo não faz sentido. Acho que nem entendi o que foi dito na aula de tão cansada que estou. Me dou por vencida e fecho a tela do computador, frustrada. Um dia jogado fora, que ótimo. Agora meu cronograma está todo atrasado. Pego Estrogonofe no colo e levanto da cadeira, sentindo meu quadril dolorido.

A Estrela que FaltavaOnde histórias criam vida. Descubra agora