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Com a proximidade do Círio, o bar vivia repleto de turistas tanto de outros municípios, como de outros estados ou países. O faturamento do bar aumentou e quase não dávamos conta do movimento, meus, quero dizer os nossos amigos ajudaram bastante como mão de obra temporária, o Tatá era a coisa mais linda dando uma de segurança do bar, também com todo aquele tamanho ele não precisava sequer dar boa noite, o povo já temia só de olhar para cima.

Era tradição do Mauriciu's abrir o bar no sábado da transladação, e fechar do domingo do Círio ate a terça, era o momento que eles poderiam estar em família e nesse ano se tornou mais especial pois eles contariam para todos sobre nossa relação. Eu estava contente e apreensiva em igual proporção, afinal, além dos meus amigos, eu faria parte de uma, ou melhor duas novas famílias. Não aparentava meu nervosismo ou insegurança, no entanto estava uma pilha de nervos por dentro a ponto de explodir ou sair correndo para as montanhas, bom isso só seria possível se tivesse montanhas na capital.

Na quinta feira, toda a família do Maurício Prates chegou, foi engraçado ser apresentada pelos dois ao mesmo tempo como namorada. Na sexta pela manhã chegou boa parte da família do Andrade e uma das primas dele contou que uma amiga estaria presente no almoço de domingo, porque morava sozinha na capital por conta do trabalho e da faculdade, não teria como ir pra casa passar o Círio e como o FourM sempre foi aberto aos amigos, ela não achou ruim. De início a família do Andrade achou esquisito o fato de eu estar namorando os dois e os dois se namorando também, porque eles trocaram um beijinho carinhoso na frente da família quando a avó do Andrade comentou que viveu para ver os dois juntos, ela disse que sempre soube que um dia os netos iriam namorar, eles se emocionaram e quase rolou choro.

No sábado, fomos todos juntos para a Presidente Vargas assistir a passagem da Santa, foi lindo, nunca me senti tão emotiva e tão parte de algo além do que me sentia com meus amigos, que estavam presentes também. Marcio e Tatá estavam muito próximos e aquilo não passou despercebido por ninguém, principalmente quando na volta para casa, uns amigos dele da faculdade se aproximaram cheios de intimidade, dava para sentir o lado folclórico do meu amigo querendo sair, então o Márcio todo doce como sempre é, falou um pouco mais alto para chamar a atenção dos amigos e apontou para o Bernardo o chamando para mais perto. Foi a primeira vez que vi o Tatá se controlar para não deixar a cobra de fogo sair.

- Be, esses são meus amigos de curso. Meninos esse é o meu... - era visível que o Márcio não sabia como apresentar o até então ficante.

- Namorado. Sou o namorado dele. - Tatá falou alto cortando a frase do Márcio, sem parecer grosso, ele só queria ser ouvido. Um dos amigos gargalhou e depois mais controlado falou.

- Caramba, quando tu falou que o cara era alto, não pensei que fosse tanto. Tô me sentindo um toco de amarrar bode agora. - Ele estendeu a mão em cumprimento ao Tatá - Satisfação em conhecer o cara que faz meu amigo sorrir e suspirar feliz. A gente tá feliz que agora ele tá feliz, entende? - Bernardo apertou a mão do garoto e muito mais controlado que antes, ele abraçou Márcio pelo ombro, sorrindo como um bobo apaixonado e beijou os cabelos do garoto.

- Obrigado eu acho. Mas, ele é quem torna meus dias perfeitos.

- Então senhor Bernardo, porque ainda não pediu pra namorar meu filho? - o pai do Márcio perguntou.

- Eu faria isso na volta durante o jantar, mas acabei sentindo ciúmes e me precipitei. - Márcio sorriu olhando o agora namorado. - Posso deixar a formalidade para depois ou aproveitar o embalo, mas prefiro apenas comunicar que estamos namorando e que seu filho é a melhor coisa que já aconteceu ou que já vivi esses anos todos, não que eu tivesse uma vida agitada, desregrada. Ao conhecer seu filho pude ver aquela luz no fim do túnel sabe? E não penso em deixar passar a oportunidade de ouro que o destino me deu.

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