capítulo 10

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Daniel:

Olho para as horas em meu celular e desde que Gabriela chegou ainda não desceu para comer.

Já está anoitecendo e as criancas estão fazendo seus deveres e brincando em seus quartos e falta algumas horas para o jantar.

Fecho o jornal que estava lendo e vou em direção a cozinha. Abro a geladeira e pego a geleia assim como o pão no armário.

Ela precisa comer alguma coisa, não jantou ontem.

A família dela saiu para visitar os amigos e disseram que iam voltar mais tarde, então é bom deixa-la um pouco disposta.

Amonto uma bandeja com suco e pão para que ela coma e pego uma maçã. Subo as escadas com cuidado para não derrubar e assim que entro no quarto abro a porta com delicadeza.

O ambiente está todo escuro e mal posso ver um palmo a frente.

Coloco à bandeija na cômoda perto da porta e vou devagar até a cama acendendo o abajur do lado.

- amor?- digo a chamando.

Gabriela tem seu corpo todo coberto por edredom, até mesmo a cabeça.

Ela resmunga embaixo da coberta, mas não acorda ou mesmo se mexe.

- Ei amor, você precisa comer alguma coisa.- digo puxando um pouco a coberta para ver seu rosto.

- Eu tô com sono.- ela diz segurando a ponta do edredom e a colocando por cima da cabeça denovo.

- Então come primeiro, aí você dorme de novo.- digo tentando ver novamente seu rosto, mas ela segura o edredom com afinco.- Anda, você precisa comer alguma coisa, não jantou ontem.

- Mas que saco!- ela diz descobrindo a cabeça e se sentando na cama com uma cara emburrada.

- Não faz essa cara.- digo sorrindo.- parece a mesma das criancas quando você diz para eles fazerem o que não querem.

Ela não diz nada, apenas resmunga enquanto coloco à bandeija em seu colo.

- Coma tudo e eu te deixo dormir mais um pouco.- falo.

Gabriela olha a comida e no mesmo momento parece que sua fome desperta.

Ela come o pão com o suco primeiro, depois come metade da maçã, Tudo em silêncio.

- Tive a reunião hoje cedo.- ela diz parecendo um pouco mais acordada.- Fiz o meu melhor nas poucas horas que tive, mas não sei se foi o suficiente.

Começo a limpar os farelos do pão do edredom enquanto coloco o prato e o copo de suco arrumados na bandeija, a colocando no chão.

- Tenho certeza que estava perfeito, como tudo oque você faz.- digo e tiro uma mecha de cabelo do seu rosto.

- Obrigada, eu espero que sim.- ela diz bufando e olhando para o teto do quarto.

- Ei amor.- digo me aproximando dela e acariciando seu rosto.- Relaxa um pouco, está bem.

Falo olhando em seus olhos e ela me sorri. Gaby se aproxima e cola seus labios no meu.

Os beijos delas são sempre melhores que o da última vez.

Pego em sua nuca enquanto passo meu braço livre por sua cintura a puxando para mim.

Nosso beijo é calmo e lento, mas ainda sim como se precisassemos um do outro.

Gabriela me beija deixando selinho no meio do beijo e quando nos separamos o suficiente para nós olharmos ela sorri.

- Esse é um bom jeito de relaxar.- ela diz me fazendo rir.

- Que bom, então eu vou deixar você dormir mais um pouco e vou dar banho nas criança, depois vou vir aqui e vamos tomar banho juntos, ok?- pergunto e ela concorda.

- Se você vai dar banho neles eu ainda vou ter muitas horas de sono.- ela diz sorrindo.

- Está caçoando de mim?- pergunto.

- Claro que não, quem nunca demorou duas horas para dar banho nos filhos?- ela pergunta e eu ergo a sobrancelha.

- Mas eles tomaram banho.

- Daniel, depois que você sumiu por duas horas dizendo que ia dar banho nos gêmeos e depois nas meninas, eu fui te procurar e você tinha dado banho em duas.- ela fala rindo.- Duas, nos temos seis filhos, quanto tempo ia demorar para dar banho em todos?

- eu estáva aprendendo.- digo.

- Claro que estava, ainda está, assim como eu.- ela fala me dando outro beijo.- agora chega de conversa e apaga essa luz.- ela diz se jogando na cama e cobrindo novamente a cabeça.

- descobre a cabeça, não vai conseguir respirar assim.- digo.

- Não, o ar ta ligado e eu sinto frio no rosto.- ela diz.

- Então aumenta o ar.

- não, que graça teria?- ela pergunta.

- É pra ter graça?- pergunto rindo do seu jeito.

- Se você Tem ar condicionado e um edredom maravilhoso desse é de lei deixar ele no frio. agora apaga a luz.- ela fala e resmunga a última parte em baixo do edredom.

- Está bem então.- digo e ouço a coberta para ver seu rosto mais uma vez.- Eu te amo.

- Eu também te amo.- ela diz me dando um beijo.

Deixo que ela volte a dormir e pego a bandeija saindo do quarto.

Não sei oque seria de mim de Henrique não tivesse aparecido na minha casa com duas crianças dizendo ser meus filhos.

Eu provavelmente estaria arruinado.

Totalmente casada - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora