Daniel:
Olho para as horas em meu celular e desde que Gabriela chegou ainda não desceu para comer.
Já está anoitecendo e as criancas estão fazendo seus deveres e brincando em seus quartos e falta algumas horas para o jantar.
Fecho o jornal que estava lendo e vou em direção a cozinha. Abro a geladeira e pego a geleia assim como o pão no armário.
Ela precisa comer alguma coisa, não jantou ontem.
A família dela saiu para visitar os amigos e disseram que iam voltar mais tarde, então é bom deixa-la um pouco disposta.
Amonto uma bandeja com suco e pão para que ela coma e pego uma maçã. Subo as escadas com cuidado para não derrubar e assim que entro no quarto abro a porta com delicadeza.
O ambiente está todo escuro e mal posso ver um palmo a frente.
Coloco à bandeija na cômoda perto da porta e vou devagar até a cama acendendo o abajur do lado.
- amor?- digo a chamando.
Gabriela tem seu corpo todo coberto por edredom, até mesmo a cabeça.
Ela resmunga embaixo da coberta, mas não acorda ou mesmo se mexe.
- Ei amor, você precisa comer alguma coisa.- digo puxando um pouco a coberta para ver seu rosto.
- Eu tô com sono.- ela diz segurando a ponta do edredom e a colocando por cima da cabeça denovo.
- Então come primeiro, aí você dorme de novo.- digo tentando ver novamente seu rosto, mas ela segura o edredom com afinco.- Anda, você precisa comer alguma coisa, não jantou ontem.
- Mas que saco!- ela diz descobrindo a cabeça e se sentando na cama com uma cara emburrada.
- Não faz essa cara.- digo sorrindo.- parece a mesma das criancas quando você diz para eles fazerem o que não querem.
Ela não diz nada, apenas resmunga enquanto coloco à bandeija em seu colo.
- Coma tudo e eu te deixo dormir mais um pouco.- falo.
Gabriela olha a comida e no mesmo momento parece que sua fome desperta.
Ela come o pão com o suco primeiro, depois come metade da maçã, Tudo em silêncio.
- Tive a reunião hoje cedo.- ela diz parecendo um pouco mais acordada.- Fiz o meu melhor nas poucas horas que tive, mas não sei se foi o suficiente.
Começo a limpar os farelos do pão do edredom enquanto coloco o prato e o copo de suco arrumados na bandeija, a colocando no chão.
- Tenho certeza que estava perfeito, como tudo oque você faz.- digo e tiro uma mecha de cabelo do seu rosto.
- Obrigada, eu espero que sim.- ela diz bufando e olhando para o teto do quarto.
- Ei amor.- digo me aproximando dela e acariciando seu rosto.- Relaxa um pouco, está bem.
Falo olhando em seus olhos e ela me sorri. Gaby se aproxima e cola seus labios no meu.
Os beijos delas são sempre melhores que o da última vez.
Pego em sua nuca enquanto passo meu braço livre por sua cintura a puxando para mim.
Nosso beijo é calmo e lento, mas ainda sim como se precisassemos um do outro.
Gabriela me beija deixando selinho no meio do beijo e quando nos separamos o suficiente para nós olharmos ela sorri.
- Esse é um bom jeito de relaxar.- ela diz me fazendo rir.
- Que bom, então eu vou deixar você dormir mais um pouco e vou dar banho nas criança, depois vou vir aqui e vamos tomar banho juntos, ok?- pergunto e ela concorda.
- Se você vai dar banho neles eu ainda vou ter muitas horas de sono.- ela diz sorrindo.
- Está caçoando de mim?- pergunto.
- Claro que não, quem nunca demorou duas horas para dar banho nos filhos?- ela pergunta e eu ergo a sobrancelha.
- Mas eles tomaram banho.
- Daniel, depois que você sumiu por duas horas dizendo que ia dar banho nos gêmeos e depois nas meninas, eu fui te procurar e você tinha dado banho em duas.- ela fala rindo.- Duas, nos temos seis filhos, quanto tempo ia demorar para dar banho em todos?
- eu estáva aprendendo.- digo.
- Claro que estava, ainda está, assim como eu.- ela fala me dando outro beijo.- agora chega de conversa e apaga essa luz.- ela diz se jogando na cama e cobrindo novamente a cabeça.
- descobre a cabeça, não vai conseguir respirar assim.- digo.
- Não, o ar ta ligado e eu sinto frio no rosto.- ela diz.
- Então aumenta o ar.
- não, que graça teria?- ela pergunta.
- É pra ter graça?- pergunto rindo do seu jeito.
- Se você Tem ar condicionado e um edredom maravilhoso desse é de lei deixar ele no frio. agora apaga a luz.- ela fala e resmunga a última parte em baixo do edredom.
- Está bem então.- digo e ouço a coberta para ver seu rosto mais uma vez.- Eu te amo.
- Eu também te amo.- ela diz me dando um beijo.
Deixo que ela volte a dormir e pego a bandeija saindo do quarto.
Não sei oque seria de mim de Henrique não tivesse aparecido na minha casa com duas crianças dizendo ser meus filhos.
Eu provavelmente estaria arruinado.
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Totalmente casada - Livro 2
RomanceCasada e com seis filhos, as preocupações de Gabriela agora serão outros. Família, emprego. Tudo que antes estava bom começará a entrar em conflitos e talvez até mesmo o seu próprio casamento.