꒰02꒱ explosão de cores

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NOTAS DA AUTORA

O capítulo de hoje se passa paralelamente ao anterior, então ele meio que apresentará o ponto de vista do Ni-ki.

Confiem em mim se acharem ele meio parado, eu precisei explicar muitas coisas aqui, prometo que vai ter muita emoção por aí!

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Desde que se entende por gente, Ni-ki sempre amou desenhar.

Começou como toda criança com uma imaginação tão grande que não cabia na própria cabeça, precisava despejar tudo em um pedaço de papel, mas acabou que foi levado mais a frente e se tornou até mesmo uma espécie de "calmante" para Nishimura. Sempre que estivesse estressado, tenso, com medo ou assustado, desenhava o que sentia de forma abstrata (ou não). A mesma coisa quando sentia boas emoções dominarem o peito.

A visão monocromática nunca foi um problema, afinal, quem ligava para quando uma criança pintava o céu de rosa e o sol de azul?

Mas seus pais descobriram ao notar que seu problema com cores ia muito além de confundi-las em seus desenhos infantis, então com seis anos, Ni-ki foi diagnosticado como um mono.

Ou seja, sua visão se limitava a reconhecer tons de cinza. Uma doença rara surgida ainda no nascimento, Nishimura nunca viu outra cor senão tons variados daquela mesma paleta.

Todavia, tirando por pessoas rudes, isso nunca o incomodou uma vez que ele sempre foi assim, nunca teve sequer contato com nada que não fosse cinza. Esse era seu mundo e o garoto já estava acostumado com ele.

E no momento, Ni-ki só queria saber de desenhar o que sentia ou o que via pela frente.

— Pirralho, já tá pronto? — indagou entredentes — Minhas bochechas doem e as pessoas estão olhando...

Então Ni-ki deu o toque final sorriu satisfeito.

— Já sim, grandão, já sim.

O garoto à sua frente soltou um suspiro de alívio e levantou do banco, se espreguiçando. Quando Nishimura pediu para Jay ser seu modelo, acabou deixando o garoto animado, mas vários minutos na mesma posição enquanto perdia todo o recreio começaram a fazer o Park se questionar se era tão gratificante assim.

Ni-ki se levantou do banco em que estava e, não fazendo jus ao apelido que deu à Jay, teve que olhar para baixo para falar com ele. Chega a ser cômico, mas o que Ni-ki podia fazer? Ele não tem culpa se a puberdade não bateu na sua porta e sim arrombou ela.

Acontece que quando ambos  se conheceram, o mais novo sequer tinha alguma noção das coisas a sua volta. Eram vizinhos desde quando Ni-ki não passava de um feto na barriga da mãe. Viviam brincando na casa um do outro, nesse tempo Jay lembra bem de ser bem mais alto que o garotinho — uma vez que mais velho. Daí vem o apelido que perdeu seu significado quando Nishumura entrou de vez na adolescência.

Mas Ni-ki sempre continuaria sendo o pirralho fofo de Jay, enquanto ele o seu "grandão".

— Enfim, como eu ia dizendo, nós vamos fazer dupla no trabalho de amanhã. Eu sou trouxa de mais por estar nervoso por isso? — Jay questionou enquanto ambos caminhavam até a quadra.

— Numa escala de zero à cem. Cem.

— É, eu já imaginava...

— Você disse que os dois sempre ficam juntos durante a aula, por que o nervosismo?

Jay tinha um baita crush num carinha no qual fazia parte do clube de culinária junto com ele e era Ni-ki quem tinha de aturar os suspiros e pensamentos apaixonados do amigo.

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