Jimin

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Jimin ouvia o garoto a sua frente implorar por sua vida, sorriu passando o canivete por seu antebraço, ouviu ele gritar de dor enquanto o sangue escorria por todo seu braço.
ㅡ Por favor, eu não te irrito mais, eu não conto para ninguém, só me deixe viver, eu imploro, me deixe viver! - Pediu chorando e o Park riu.
ㅡ Agora já é tarde.
ㅡ NÃO, POR FAVOR, POR FAVOR, PIEDADE!
O garoto sentiu algo começar a perfurar sua pele e berrou com a dor, em poucos segundos estava sem vida com duas facas em seu corpo, uma na barriga e outra no peitoral, perto do coração.
ㅡ Espero que o capeta te receba bem.
Jimin tirou um paninho de seu bolso limpando as mãos, encarou o corpo morto do garoto vendo o sangue formar uma poça em volta.
Foi até o armário pegar alguns produtos para limpar aquilo, pegou também um saco grande para enfiar o corpo dentro. Seu pai ensinou que se tudo estivesse limpo estaria tudo bem.
Seu pai... O homem que fez ele ser o que é hoje.

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O Pai de Park Jimin, Park Chanyeol, a carinha fofa e infantil enganava bem, mas seus crimes eram os mais pesados.
Quem era Park Chanyeol? Simples, ele era apenas um dos maiores, se não o maior serial killer de Busan, talvez até da Coréia do Sul. A mãe de Jimin era uma jovem que teve seus pais mortos por Chanyeol, foi atrás dele em todo lugar, só não imaginou que fosse possível se apaixonar pelo homem que mais odiou, não foi por decisão própria, foi por obrigação, Chanyeol a poupou no dia em que matou seus pais, poupou porque gostou da garota, ainda era humano e acabou se apaixonando.
Com apenas vinte e três anos Nayeon morreu, em um surto de Chanyeol, o homem não se controlou e matou a mulher na frente de Jimin, o menininho de apenas cinco anos assistiu a dolorosa morte da mãe, então acabou sendo criado por Chanyeol. Se escondia durante os surtos do pai igual a mãe ensinou antes de morrer, o Park aprendeu a matar, aprendeu a não ter piedade, aprendeu que: "se tudo estiver limpo, vai ficar tudo bem".
Mas aquilo não durou muito, com oito anos foi para um orfanato, finalmente pegaram o tão procurado Park Chanyeol.
O Park sabia, sabia que seu pai foi preso por sua causa, não parecia mas o homem o amava e preferiu se entregar quando a vida de seu filho foi posta em perigo, depois da morte da amada, Chanyeol tentou dar um espaço maior para os sentimentos, Jimin era sua pontinha de sanidade para não surtar e matar todos.
Mesmo que não demonstrasse, amava seu filho como um dia amou sua mulher.
Quando Jimin foi para o orfanato causou um caos sem que ninguém soubesse, fazia igual o papai ensinou, matar, limpar, fingir.
Matou os coleguinhas que o irritaram, se limpou, limpou o cenário e fingiu estar triste e chocado quando uma criança "fugia" do orfanato.
Sabia que precisava mentir se quisesse continuar naquele mundo, a psicóloga que começou a passar assim que foi achado na casa de uma vítima qualquer do pai, no começo falou uma parte da verdade, péssima escolha, foi levado para um lugar que tudo era branco, tinha que tomar remédios e conversar com um homem várias vezes. Percebeu que se contasse a verdade não ia sair dali, então mentiu, parou de tomar os remédios e fingiu estar bem, só então pode ir para o orfanato.
Mas ainda faltava algo na vida de Jimin, faltava amor, só recebeu isso quando a mãe ainda era viva, teve apenas cinco anos que mal se lembra.
Precisava de amor, só queria que alguém falasse "eu te amo".
Só queria ser amado, se até seu pai foi amado, por que não podia?! Queria ser amado, queria alguém ao seu lado, alguém para chamar de seu.
Durante três anos seu pai ensinou que deveria matar seus inimigos, aqueles que o irritam, que machucam quem ama, Chanyeol matava por diversão, ensinou Jimin a ver graça naquilo, a rir com a morte dos outros, o tornou um psicopata, mas sua mãe também o ensinou coisas, pois o Park sabia muito bem socializar, fazer amigos e tudo que uma pessoa comum faria.
Park Chanyeol ensinou tudo que sabia para Jimin e o resto ele aprendeu sozinho, só não aprendeu a ser amado e nem a amar, não sabia ao certo o que era amar, achava que sabia, mas não, nunca chegou perto de amor, por isso matava todos que o recusavam com tanta facilidade, sem remorso ou hesitação.

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