Hoseok

14 3 0
                                    

O garoto andava pelos corredores vendo todo aquele branco, atualmente odeia branco, já cansou de ver essa cor.
ㅡ Hoseok, seus remédios. - Ouviu uma voz feminina atrás de si, quando se virou, branco, uma mulher vestida de branco como todos os outros ali.
ㅡ Me deixe em paz, depois eu tomo essas drogas, calhorda!
ㅡ Hoseok, temos um horário certo e sabe disso, se eu te deixar sem tomar uma vez vai ser mais fácil ceder das próximas!
O Jung revirou os olhos acompanhando a mulher, odiava aquele lugar, ia dar um jeito de sair dali e encontrar seu amado, iria encontrar Seokjin um dia, nem que tivesse que matar todos a sua frente.
ㅡ Hoseok, engula. - A mulher mandou vendo que o garoto escondia os comprimidos em baixo da língua.
ㅡ Não sou obrigado.
ㅡ É sim, anda, Jung, podemos fazer isso da forma fácil ou da forma difícil.
Hoseok a encarou por alguns segundos, antes de sair daquele lugar ia matar essa mulher, sem dúvidas.
Virou o resto da água na boca engolindo os comprimidos, logo a mulher saiu o deixando sozinho no quarto.
Deitou na cama olhando para o teto. Como Seokjin deveria estar? Sente tanta culpa por não ter lutado mais para ficar ao lado de seu amor, quem sabe se tivesse resistido mais não teria deixado o Kim nos braços daqueles homens, iria matar cada um deles por ter tocado em seu amor.

<<

Hoseok observava Seokjin de longe, tinham apenas onze anos, mas o Jung já sabia que amava o Kim sem ao menos conversar com o garoto, sua roupa estava com manchas em um tom de vermelho, acabou de matar uma garotinha que recusou o presente de Seokjin e o fez chorar na frente da sala inteira.
Hoseok começou cedo no ramo da psicopatia, com quatro anos matou o gato da vizinha à pedradas, até os sete já havia matado muitos animais, com oito experimentou matar uma pessoa e gostou.
E com quase dez anos matou os pais depois de mais uma briga e um castigo que recebeu, já estava tudo planejado, normalmente deveria pegar um ônibus para ir ao curso de judô como toda quarta-feira, mas em vez disso matou os pais naquela tarde, deixou os corpos posicionados, arrombou a porta de casa e queimou diversos objetos da casa, colocou fogo perto da cortina de seu quarto para que tudo pegasse fogo lentamente. Pegou um atalho e foi com uma bicicleta roubada até o curso, fez a aula normalmente e esperou a tia o buscar para deixar em casa, conversava normalmente com a tia, alegre e simpático como de costume, quando a dupla estava chegando viram bombeiros apagando o fogo da casa e tirando dois corpos já sem vida e irreconhecíveis de dentro, a tia entrou em desespero enquanto Hoseok fingiu um choro.
Após a morte dos pais sua guarda passou para a tia, diversas vezes quis a matar, mas sabia que se fizesse isso ia para um orfanato, então descontava em qualquer um que via na rua, tudo sempre muito bem planejado, era profissional desde cedo.
Sua tia nunca teve um namorado ou marido, Hoseok matava todos os homens que apareciam lá para jantar, apenas para se divertir vendo o sofrimento da tia.
É, era mais um psicopata que socializava muito bem, conseguia ser alegre, fofo, meigo, simpático, engraçado, conseguia se passar por um garotinho comum, ninguém desconfiava de Jung Hoseok.
Acabou se apaixonando pelo Kim com onze anos, o observava escondido e o protegia sem que o mesmo soubesse, somente com quatorze anos resolveu se aproximar, estava tão apaixonado, queria ser correspondido, estava ansioso, então acabou forçando Seokjin a ama-lo, mas sabia que no fundo ele amava mesmo, não era possível que não amasse depois de tudo que fez, sim, Seokjin o amava e Hoseok daria de tudo para ter o Kim em seus braços outra vez.

>>

Hoseok levantou da cama olhando para uma parede qualquer, arrastou a cama e olhou seu pulso, não tinha tinta ali, teria que fazer da forma ruim, mas para si nem tanto. Tinha as unhas um pouco grandes, arranhou o próprio pulso até que saísse sangue, continuou a arranhar e morder com os caninos, tentando fazer um corte maior.
ㅡ Deve estar bom.
O sangue escorria de seu pulso manchando a roupa branca, mas não ligou, passou um dedo por cima do ferimento, doeu, mas não se importava, não se importava de sofrer se no final pudesse ter Seokjin.
Traçou de leve a planta do hospício, os corredores que se lembrava de ter passado, ou seja, todos. Foi desenhando um plano, normalmente não precisava disso, fazia tudo na mente, mas aqueles remédios o deixariam com sono, desnorteado e não se lembraria de seus planos, precisava anotar para ter certeza que não esqueceria.

Just say: I love youOnde histórias criam vida. Descubra agora