Carta de Despedida

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Marco estava exausto.

Os dias podiam ser os mais calmos possíveis e Marco ainda acabaria desse mesmo jeito: Cansado.

Ninguém poderia julgar o modo que ele estava, ele perdeu o melhor amigo, o pai e Ace. Que ninguém da tripulação sabia exatamente como definir a relação dos dois.

E por falar na tripulação, estavam todos decididos que iriam dissolver o bando. É, não poderia ficar pior.

Marco entrou no seu quarto e deu uma olhada a sua volta, estava uma bagunça, mas ele não tinha a menor vontade de arrumar. O loiro olhou para a sua mesa, um envelope estava ali. Ele não estava ali antes.

O homem se aproximou da mesa e pegou a carta e fez uma belíssima cara de espanto ao ler o nome do remetente.

De: Portgas D. Ace

Para: Marco

Marco abriu o envelope e dentro havia apenas uma carta. Reconhecia aquela letra feia porém legível. Era de Ace.

Não demorou um único segundo para que ele começasse a ler, não sabia o que esperar, mas torcia para que não fosse alguma piada.

Marco;

 Eu sai em uma missão perigosa e decidi deixar essa carta com alguém para entregar pra você caso algo ruim acontecesse, então se você está lendo isso é porque eu morri. Então essa carta serve como uma confissão de algo que eu não tive a oportunidade de dizer, e também é uma despedida.

  Eu gostaria de me desculpar por te chamar de: Abacaxi voador, Marco a pomba, prupruzinho, galinha azul e etc... Esses apelidos são o jeito de um jovem idiota demonstrar carinho por alguém. Admito que eu sou um completo idiota nessa área.

Me desculpe, eu nunca gostei de você como família, eu nunca consegui te ver como um irmão ou algo assim. Espero que não se sinta ofendido, mas não dá pra considerar família alguém que eu quero que me jogue na parede, me beije e.... Ok eu exagerei.

  Pra ser sincero eu sou totalmente apaixonado por você e eu não tive oportunidade (ou coragem) de confessar isso em vida. Talvez eu tivesse medo de ser rejeitado ou não quisesse estragar a amizade.

  Eu espero do fundo do meu coração que isso não seja recíproco, porque se eu tinha alguma chance de te beijar em vida e não beijei eu nunca vou conseguir descansar em paz.

  Eu agradeço a você por ser meu amigo, você não sabe o quanto sua amizade me fazia bem. Eu queria tanto poder só ficar aí pra sempre. Eu espero que você fique bem.

Eu queria ter tido mais tempo com vocês, vou sentir falta de todos.

P.S: Eu amo você.

Portgas D. Ace

Marco terminou aquela carta sem saber direito se deveria sorrir ou chorar. Ace era um idiota. Precisou morrer para se confessar?

Ace era apaixonado por ele... Aquilo era um pouco inesperado, mas com toda certeza era algo recíproco.

Marco pegou um papel e uma caneta e escreveu uma carta resposta.

Caro Portgas D. Ace;

  Precisou morrer pra falar que me ama? Seu merdinha, não custava nada falar isso em vida.

  É óbvio que é mútuo, se não fosse eu teria te jogado no mar na primeira vez que você me chamou de "Prupruzinho".

  Eu amo você mesmo você sendo um perfeito imbecil. Eu amo seu cabelo ridiculamente perfeito, eu amo seus cochilos completamente aleatórios, eu amo seu maldito sorriso lindo e amo o jeito tosco e completamente depressivo que você se declarou.

  Eu te amo tanto que dá vontade de te odiar por ter ido sozinho nessa missão suicida.

Espere a minha morte, pois quando eu chegar aí, eu vou te matar de novo por isso.

Ass: Marco.

O loiro dobrou a carta que tinha escrito e saiu com ela em mãos, andou um pouco até chegar a praia onde ele queimou a carta. Não sabia onde, mas a muito tempo leu que isso era um método que podia mandar cartas para quem não estava ali.

Marco deixou a carta queimar completamente e voltou para seu quarto.

Quando entrou lá estava a bagunça novamente, mas em cima da sua cama viu alguém.

-A-ace?

O moreno estava ali, ou melhor, sua alma. Ace não disse nada só sorriu e acenou para Marco.

Marco ficou um pouco assustado, mas logo lembrou que ele era um pássaro mágico azul e deixou de achar a ideia de um fantasma incabível. O loiro pensou em alguma justificativa para Ace aparecer en seu quarto e chegou a uma conclusão.

-Isso é um último adeus, não é?

Ace concordou com a cabeça. Levantou, andou em direção ao loiro e o abraçou.

Marco retribuiu o abraço, era confortável, pena que não sentiria esse conforto outra vez.

-Eu te amo- a voz baixa de Ace disse

-Eu também te amo- Marco respondeu e logo depois Ace não estava mais ali.

E outra vez Marco só via seu quarto desorganizado. O loiro suspirou e sorriu.

aquela carta tirou a exaustão dele.





(Admito que o negócio das cartas foi inspirado na carta da Ymir de Shingeki no Kyojin. Espero que tenham gostado)

Cartas (MarAce)Onde histórias criam vida. Descubra agora