FOI NO ALEMÃO 2 Na Calada Da Maré

capítulo 73

Rogério narrando:

A bela mulher morena de  estatura mediana  e olhos claros  era tão imponente  quanto  bonita! No sentido literal da palavra era bonita e perigosa eu diria! E quando  digo perigosa não digo apenas pela fatalidade  causada por sua destreza com armas de qualquer calibre mas, por sua inteligência ! Era uma lider nata! Claramente observado!

Desde que me disseram  que uma mulher salvou a vida de um dos chefes dos morros da facção no Rio de Janeiro   tive minha curiosidade aguçada! Julguei ser mais um tipo de mulher barata a qual se deita por algumas notas ou simplesmente por ter o prazer em se deitar com o chefe do lugar. Cujo havia dado a sorte de estar no lugar certo  é no momento oportuno!

Ao ver a foto tive  absoluta  certeza! Me enganei! Ela não era! Com total certeza não!

O rosto fechado e a destreza com a qual manejava uma arma chamou minha atenção!assim como sua forma de agir ! Vi vídeos os quais me deram plena certeza de que aquela era uma mulher com treinamento! Ela sabia o que fazer e o que nao fazer! Tinha cada ato pensado mesmo com pouco conhecimento do local! Notável!

Mandei levantar  sua vida ! Afinal eu preciso saber com quem vou lidar é  vejam só! Sobrinha de um dos melhores  gerentes que havia tido em algum morro! Ex policial  ! Sendo que ela pediu baixa da corporação! Ex chefe de segurança  de Vitório.... aquele sobrenome não me era estranho  e certamente  eu o mandei investigar a muito tempo ! Tive a certeza  que seria interessante  o resultado da pesquisa! De fato eu não estava errado!

A tão falada Donna  havia então  assumido o aglomerado complexo da Maré! E a estrutura de segurança  montada por ela foi algo extraordinário, assim como no alemão! Aos poucos a segurança de outros morros foi -lhe sendo confiada sem que ela percebesse pois assim as coisas funcionam.  As pessoas são peças  que devemos saber manejar a nosso favor. E eu queria testa-lá afim de saber até  onde seu ímpeto é audácia a levariam.

Tinha planos para Eduarda! A tão falada Donna, temida por alguns, respeitada por muitos ! Odiada por vários!

Aquela menina era deliciosamente arrogante, austera , impetuosa em suas ações.  Mas muito calculista  e fria em suas atitudes.  Um prato convidativo porém  perigoso  de experimentar, pois sabia que a monogamia não era uma qualidade sustentada por ela!Eduarda era um perigo! Um abismo perigoso!

A convoquei para a reunião, sim a convoque! Pois convites amistosos não foram atendidos.  E eu queria ver de perto o quão grande aquele peixe era para o aquário pequeno que se encontrava. E vi!

A reunião  com Andreas  quase escorreu pelos dedos quando percebi que o italiano  falado por ela é  tão perfeito  quanto o do jovem italiano  da família  Capuchinno.  Mas muito bem e eu diria admiravelmente bem maestrado por nós em uma conversa franca sobre a estada dela ali. Ela nao fazia rodeios! Não de forma deselegante  porem direta ela me afrontou. Eduarda não era mulher de meias palavras!

Porte! Cultura! Inteligência  e sagacidade! Qualidades difíceis de encontrar em uma mulher tão bonita e sensual dentro de um morro.  Mas o que Eduarda não sabia era que algumas pessoas nasceram para estar do lado que manda do poder. Outras são apenas marionetes que pensam mandar.

A desconfiança e a franqueza dela ao perguntar  coisas diretas não me aborreceram. Ao contrário, me mostraram que ela estava do lado do poder que mandava!

Perfeito!

Permitam que me apresente! Sou Rogério  Garibaldi  de Alcântara! Advogado criminalista, empresário no ramo de importados e chefe do comando vermelho! É  sempre um prazer!