Capítulo 6: A Pessoa Cujas Brasas Se Apagaram

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Lucas corre, segue por toda a caverna evitando todos os velhos vultos que a assombram, desviando das armadilhas, na bifurcação, ele segue para a esquerda, logo está na trilha abraçada à montanha de frente ao oceano, ele percorre a trilha e avança pelo campo descente, ao passar pelo arco ele avista a velha ilha destruida, no canto, a fogueira e Liam sentado à sua volta.

Ele corre até Liam, ao se aproximar dele, Liam se levanta.

- Lucas?-Liam pergunta.

- Sim...-diz suspirando.

- O que houve? Por que está...-Liam fica em silêncio.- Ah não...

- É...

- Sinto informar que ela não está aqui.

- É... eu percebi.-diz Lucas ainda suspirando.- Mas a minha pergunta é outra.

- Por que não ressuegiu aqui, imagino eu.

- Sim.

- Bem, esse é o normal, imagino que como vê os vultos, não trnha essa capacidade.

- Como se fosse uma troca?

- Sim.

- Que troca merda. De que adiantam esses vultos se eles me avisam de minha morte em cima da hora na maioria das vezes?

- Não sei como responder.-diz Liam.

- Aquela garota que estava comigo? Ela veio aqui antes?

- Não. Nunca.

- É estranho saber que está lendo minha mente...-diz Lucas.

- Vá. Não perca seu tempo aqui, ela não aparecerá e deve estar te esperando, afinal, aquele homem morreu junto.

- Tá.-diz Lucas se virando e começando a correr.

- Adeus.-diz Liam.

- Adeus.-diz Lucas se afastando.

Lucas volta a correr, seguindo pela trilha que saia da vila destruída, aflito, ele lembra de algumas curvas largas ou mudanças de direção que fez da primeira vez e tenta as antecipar ou anular, para ganhar tempo.

A cada segundo que se passava, Lucas ficava mais aflito e preocupado, por mais que não tivesse sido sua intenção, ele não gostava da ideia de ter abandonado Nirvana tão subtamente, enquanto corria, vultos brancos surgiam fazendo gestos de respiração e lhe pedindo calma mas sua mente estava muito estressada, naquele momento tudo que ele queria era alcançar Nirvana o quanto antes, estava tão focado quanto possível e ignorava tudo ao seu redor, barulho, vento, corvos o sobrevoando e até mesmo o cansaço, ao seu lado, um vulto negro o acompanhava, disposto a afastar tudo que o desviasse de seu caminho.

Algum Tempo Depois...

Em menos da metade do tempo da primeira vez, Lucas estava atravessando a floresta aonde se encontraram, olhando para os lados ansioso, para quem sabe a encontrar, a essa altura, sua ansiedade o consumia, porém, de uma forma que nunca havia feito antes, ele estava tão focado quanto possível e seu fôlego nunca foi tão eficiente embora terrivelmente despassado, porém, sua visão era turva, ele piscava várias vezes por segundo, luzes xintilavam em seus olhos e seus dedos se mexiam, batendo um no outro como um pianista telha um piano.

- Nirvana!

Algum Tempo Depois...

Lucas permanece correndo, uma chuva o castiga a algumas horas, seu corpo frio não sofre tanto, mas está dolorido devido à corrida constante e os pedaços de granizo que o acertam com força, mas nada importa, Lucas permanece correndo sem sequer notar que está sentindo dor.

Descanso Para os ÍmpiosOnde histórias criam vida. Descubra agora