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Percebo que o carro parou e que os dois homens saem do carro, eles vão me deixar aqui? A porta atrás de mim abre bruscamente e eu iria cair de costas se não fosse uma mão que segurava meu braço.

A pessoa que me segura me arrasta pelo lugar em que estamos, subimos uma escada e ouço uma porta sendo aberta em seguida trancada, sou jogada em cima de uma poltrona e o saco em minha cabeça é retirado.

Quando acostumo com a luz da sala em estamos, observo bem o ambiente, há uma lareira, estante de livros, três poltronas de madeira e almofadas cor vinho e um lindo carpete de pelinhos ao chão, em frente as estantes há uma grande mesa de madeira e algumas cadeiras e também tem o Turner andando de um lado pro outro passando a mão pelos cabelos.

Seria um lugar bem aconchegante para passar o tempo e colocar os pensamentos em ordem, por tanto essa tensão entre nos dois esta fazendo com que o calor dessa lareira me sufoque.

-Me disseram que você fala mais, o que aconteceu agora? -ele pergunta

-Apenas não sei o que dizer depois de tudo isso que aconteceu

-Então eu começo com as perguntas, como você soube sobre o cais?

-Não revelo minhas fontes

-É mesmo?- Scott retira uma faca pequena do bolso e pressiona contra meu pescoço, me fazendo levantar a cabeça e olhar em seus olhos

-Você não vai me matar

-Como pode ter tanta certeza S/N?

-Se me quisesse morta não teria me tirado daquele tiroteio- desafio ele com o olhar e a sua reação é apenas levantar uma sobrancelha e dar um sorriso de lado

-Justo- retira a faca- Vou mudar a pergunta, você estava me perseguindo?

-Eu que deveria te perguntar isso, supermercado, o bar e o restaurante, se esqueceu disso?

-Eu não estava perseguindo você

-Ah não? Vai me dizer que foi pura coincidência? Destino?

Rindo debochado ele vai até o que se parece ser um frigobar e retira uma garrafa de whisky e põe uma boa quantidade em um copo, em seguida ele senta em uma poltrona de frente pra mim e me olha como se estivesse me desafiando e provoca-lo mais.

-Gosto de como é atrevida, mas eu precisava saber se você é mesmo a pessoa que eu estava procurando

-E porque estava me procurando?

-Agora você esta fazendo as perguntas... isso me irrita um pouco, não gosto de dar satisfação da minha vida ou do que eu faço

-Um pouco irônico não acha?

Scott termina sua bebida com um último gole e vem em minha direção, parando bem na frente do meu rosto a ponto de sentir sua respiração acariciando minhas bochechas, ele pega meus braços e com a mesma faca ele corta a corda que me prendia em seguida eu me levanto e olho para o corte em meu dedo

-Eu mandei você levantar?

-Não sigo suas ordens, onde está minhas coisas?

-Calma, você acha mesmo que vou deixar você sair daqui? Não mesmo.

-Eu eu ja disse não sigo suas ordens- ando até ele e aponto o dedo em seu peito, preciso levantar a cabeça pra olhar em seus olhos- E você querendo ou não eu vou sair daqui, seja la onde eu estou

-Você não deveria me apontar o dedo assim, sabe quem eu sou?

-Scott Turner, assassinou quatro pessoas aqui em Duskwood, ou devo dizer cinco ja que matou aquele senhor no cais, você tem 28 anos de idade e sinceramente... eu não tenho medo de você

-Mas deveria- com passos lentos ele vem pra cima de mim e vou dando passos pra trás até minhas costas encostarem na mesa atrás de mim- Você não sabe do que sou capaz e muito menos do que posso fazer com você, consigo pensar em mil maneiras diferentes de matar você, de forma uma mais dolorosa que a outra, então coopera comigo que eu coopero com você

-Está me dizendo pra confiar em você? Ah nem se minha vida dependesse disso

-Senhor? -Nick diz abrindo a porta sem ao menos bater antes

-O que foi merda?

-Tens visita

-Quem?

-São os nossos fornecedores, vieram aqui por causa do erro com o pagamento

-Eu ja vou

Ele dá as costas pra mim e assim sai tranca a porta novamente, me deixando sozinha aqui dentro. Imediatamente começo a vasculhar a "biblioteca" que estou, acho minhas coisas jogadas no chão e rapidamente as pego pra olhar minha câmera e gravador de voz, soco o chão de raiva quando vejo que ele apagou tudo o que tinha

-Filho da puta

Pego meu celular e vejo que são quatro e vinte da manhã e nenhuma mensagem do Jake, isso é bom significa que ele não acordou. Vou até uma janela próxima e puxo as cortinas, podendo ver absolutamente nada a não ser árvores e um gramado imenso. Um suspiro escapa de meus lábios e não tenho mais nada a fazer a não ser esperar o Scott voltar. Pensei em pular a janela mas também está trancada e mesmo se estivesse aberta estou em lugar muito alto pra pular.

                   *Uma hora depois*

Estava quase dormindo na poltrona quando ouço o girar das chaves e Turner aparecer em meu campo de visão junto com dois capacetes em seu braço.

-Pega suas coisas vou levar você embora

Não digo nada só quero sair daqui o mais rápido possível, quando passo pela porta ele me entrega um capacete e descemos as escadas indo pra sua garagem. Subo na garupa de sua moto e seguro no apoio que tem atrás, percebendo o que eu fiz ele revira os olhos e pega meus braços passando em volta de sua cintura.

Saímos a toda velocidade.

         * Em uma rua próxima do hotel*

Paramos e eu desço da moto entrego o capacete pra ele e começo a andar mas antes ele segura meu braço e me trás de volta.

-Se dizer alguma coisa, publicar um artigo ou algo do tipo sobre o que aconteceu hoje, vou matar você na frente do seu namoradinho- ele fala levantando a camisa e posso ver uma arma em sua cintura- Entendeu S/N?

-Entendi

Puxo meu braço de volta e ando em direção ao hotel.

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