Capítulo 18

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Sento no sofá empoeirado e finalmente Diego olha para mim. Seu olhar é vazio e frio, tão distante quanto a minha felicidade. Seus cabelos pareciam mal cuidados, seu rosto não demostrava nenhuma emoção, esse era um rosto de um assassino experiente. Não estava com medo, estava apenas pensativa porque procurava a melhor forma de começar essa conversa.

-Vou indo direto ao assunto, sou ocupada e você também. -Ele sorri e continua sem me dizer nada, tomo isso como um passe para continuar a falar. -Deve saber que estou construindo uma escola, uma que vai formar bons assassinos. Você sabe como é ruim viver nesse mundo medíocre e injusto. Tenho certeza que você gostaria que seu legado fosse passado adiante e que você não fosse esquecido. -Paro de falar e como resposta recebo seu completo silêncio. -Porque não ensinar a essas crianças que pessoas ruins devem morrer, porque não ensinar a elas que o poder está em suas mãos e elas decidem o que vão fazer com isso.

-Boa escolha de palavras S/n. Fui conquistado apenas na parte que não quero ser esquecido e... Na parte em que pessoas ruins devem morrer. Não posso dizer que discordo do modo que você pensa, mas também não posso dizer que te acho uma boa líder. Odeio ser mandado por alguém, odeio seguir ordens.

-Sei que odeia, mas como toda essa ideia é minha, você não acha que é justo eu ser a líder? 

-Está ai o que eu queria ouvir. Não é tão arrogante quanto eu pensei, gosto disso. Qual seria o sentido de me aliar a uma pessoa igual a as pessoas que mato? Eu teria que te matar também, não acha?

-Não chego nem perto de ser igual as pessoas que você mata. Posso não ser um ser humano normal, que vai a cinemas ou em sorveterias, mas sou uma pessoa cujo o passado é tão perturbado quanto o seu. Sou a pessoa que entende você, sou a pessoa que entende muitas crianças que existem por aí. Tive minha infância arruinada por duas pessoas, pessoas que eu deveria confiar e que deveriam me amar. Eu apenas quero que essas crianças possam fazer justiça por elas mesmas e pelas outras pessoas. Quero criar uma nova geração.

-O problema disso tudo é que não posso simplesmente viver em sua função. Não posso abandonar o meu cargo nas ruas para poder ensinar crianças a matarem.

-Quem disse que precisa fazer isso? Você receberia mais suporte para fazer o que quer. Pare de arrumar problemas e ache mais soluções.

-Se eu ver que as coisas estão ruins pra mim eu pulo fora, entendeu?

-Claro, você é livre para fazer o que quiser.

Ficamos em silêncio novamente e meus olhos percorrem por toda a casa. O cheiro é insuportável e o silêncio é perturbador, quase como uma casa de espíritos. Eu me sentia vazia e minha mente tentava vagar para longe dali, minha mente estava tentando me salvar dessa vez, aquilo era de mais para mim. As lembranças voltavam com força e eu me segurava para não começar a tremer.

-Sua putinha miserável, venha aqui. -Meu padrasto gritava e eu chorava pedindo por ajuda. Minha mãe escutava tudo, mas não fazia nada.

-Por favor, de novo não. Eu não fiz nada. -Ele me agarra pelos braços e me joga na cama. Assim que ele tranca a porta eu começo a ficar mais desesperada.

Eu não queria que isso acontecesse de novo. Isso está cada vez mais frequente. Não aguento mais... Alguém me ajude por favor, alguém me ajude, quero sair desse lugar. Ele está apertando os meus braços com muita força, eu não podia deixar isso acontecer, eu não podia deixar ele me machucar de novo.

Dou um chute no meio de suas pernas e ele cai no chão por causa da dor. Ele guardava uma arma na gaveta, eu precisava dela. Abro a gaveta e lá está ela, quando a pego em minhas mãos eu sinto que estou no poder, sinto que sou eu quem manda agora. Eu gosto dessa sensação, gosto do que sinto enquanto seguro essa arma.

-SUA CADELA. ME DÊ ESSA ARMA AGORA. -Ele gritava comigo e eu não sentia mais medo de sua voz alta.

-Eu estou no comando agora. Eu tenho o poder e você não pode fazer mais nada em relação a isso. -Ele tenta vir na minha direção e na mesma hora aperto o gatilho, atirando bem na perna dele.

Ele gritava de dor, isso é como musica para os meus ouvidos. Ele continuava a me ameaçar, fazendo eu dar outro tiro, mas dessa vez em sua cabeça. Eu estou cega pelo ódio, preciso ver a minha mãe gritar também. Antes que eu pudesse colocar os pés para fora do quarto a minha mãe entra, ela o vê no chão e corre desesperadamente em sua direção. Ela não para de chorar e isso está fazendo a minha cabeça doer.

-Porque fez isso com ele? Ele era um homem tão bom com você. -Minha cara se torce em raiva. Como ela pode dizer isso.

-Você consegue ouvir o que está dizendo? -Digo em um sussurro.

-Ele brincava com você todos os dias, então porque fez isso?

-ELE ME ESTUPRAVA TODO DIA. ISSO É BRINCADEIRA PRA VOCÊ?

-NÃO, NÃO, NÃO DIGA ISSO FILHA. 

-CALE SUA BOCA. -Eu grito tão alto que minha garganta começa a doer. 

Minha mãe não parava de chorar. Isso me deixou mais furiosa do que eu já estava. Um tiro resolvia, mas isso seria fácil de mais, ela morreria muito fácil. Pronta para dar o devido castigo da minha mãe eu caminho em sua direção. Passo as mão no sangue do imundo que estava morto no chão e logo em seguida passo no rosto da minha mãe. Ela grita desesperada e para que ela parasse de gritar eu apoio sua cabeça no colchão, de modo que ela começasse a sufocar. O barulho ficava cada vez mais baixo e isso me deixava tranquila, quando o som de seus gritos sessaram eu a soltei e a mesma caiu no chão sem vida. Eu tinha conseguido o que eu queria.

($)

Oie meus amores. Desculpem pela demora, eu estava esperando o meu computador voltar do concerto.

Bjs

The Umbrella Academy 2 (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora