capítulo 13

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Alerta de gatilho: esse capítulo contém tentativa de suicídio e de forma alguma tente repetir qualquer coisa escrita aqui

Chloe Foster

Eu estava a beira do abismo, pronta para me jogar e conseguir reencontrar minha mãe, seja lá onde ela esteja

Eu não consegui ficar até o final do enterro dela, não consigo me despedir dela. Então vim para um lugar afastado da cidade, em um edifício abandonado e agora estou no topo dele, pronta pra me jogar

Não vou conseguir viver com a dor e a culpa no meu peito, ela morreu por minha culpa e eu vou me matar por ser fraca

Michael matou minha mãe por minha culpa e eu não posso fazer nada para vingar a morte dela, porquê eu sou fraca

Eu fechei os olhos com força enquanto sentia minhas lágrimas molharem meu rosto

Ouvi um barulho de trovão e logo após, pequenas gotas de chuva começou a cair sobre meu corpo

A dor no meu peito é avassaladora e eu espero que a morte alivie toda essa angústia, toda essa culpa

Eu respirei fundo e olhei para baixo, vendo a rua vazia, sem nenhum carro e sem ninguém para tentar me impedir

A chuva ficava cada vez mais forte e meus soluços por causa do choro, também aumentava

Tudo isso que está acontecendo na minha vida é muito para mim, não tenho capacidade física ou emocional para aguentar toda essa merda

Michael me jogou no fundo do poço e quanto mais tento sair dele, mais para o fundo eu vou

A tempestade que se formou na minha vida desde aquele acampamento, só aumenta e a tendência disso é só piorar

Eu não vejo saída para essa merda e perder minha mãe, foi o gatilho que me levou a querer me suicidar

Minha vida se tornou um inferno desde que o Michael entrou nela. Para mim, o inferno já é aqui e acredito que qualquer coisa é melhor

Eu andei mais para a beirada e abri meus braços, fechando os olhos e me preparando para finalmente encontrar minha paz

Quando eu ia pular, alguém me puxou pela cintura com força. Olhei para trás para ver quem não deixou eu pular e era o Azrael

— Que merda você pensa que estava tentando fazer? — perguntou ele parecendo muito bravo

— Me solta — eu me esperneei nos seus braços tentando me soltar, mas nada adiantou

Ele continuou me abraçando pela cintura com força enquanto eu chorava e tentava inutilmente me soltar

Sentia a chuva ficar cada vez mais forte, assim como a dor no meu peito

— Vou te levar para casa — ele disse me puxando para sair do edifício

— Eu não quero ir para casa — eu disse em meio ao meu choro

— Então vou te levar para outro lugar — disse ainda me puxando até chegar lá embaixo

Eu ainda a chorava, enquanto ele estava com uma expressão de raiva

— Me dê a chave do seu carro — me pediu e eu entreguei para ele

Nós dois entramos no meu carro, eu no lado do passageiro e ele no lado do motorista

Não sabia que ele dirigia

— Aprendi nessa minha longa estadia na terra — Ele respondeu meus pensamentos, mas diferente das outras vezes, não pedi para ele parar de ler meus pensamentos, a última coisa que estou me preocupando é com isso

Ele começou a dirigir indo para sabe se la. Eu estava olhando pela janela olhando as gotas de chuva escorrer pelo vidro, pensando na minha mãe

Nem percebi, mas acabei adormecendo e só acordei quando senti a porta do motorista abrir. Eu abri meus olhos e percebi que o carro tinha parado em frente aquela mesma casa que ele me trouxe no dia que queimou a marca da besta de mim

Eu saí do carro e segui ele para dentro da casa. Dormir um pouco me ajudou a parar de chorar, já não tenho mais tanta vontade de chorar, mas sinto meu rosto inchado pelo choro

Ele disse para me sentar no sofá e esperar um pouco, que ele iria me fazer um chá para me acalmar. Eu então, me sentei no sofá e fiquei olhando para minhas mãos em cima da minha perna

Eu quase me matei, quase pulei daquele edifício e eu ainda acho que aquilo resolveria meus problemas

— Não iria — disse o Azrael e eu pulei por causa do susto — Michael é o filho de Satã Chloe, acha que é fácil se livrar dele assim? Até porque ele te achou de novo, mesmo depois de muitos anos —

— Como assim de novo? — eu perguntei confusa e curiosa

— Esquece isso e beba o chá — ele disse e agora percebi que ele estava com o chá

— Como que fez um chá tão rápido? — eu perguntei pegando o chá

— Tenho umas vantagens por ser um anjo da morte, além de ter o poder sobre quando todos vão morrer, claro — ele disse dando de ombros e se sentando ao meu lado do sofá, eu arqueei minhas sobrancelhas e bebi o chá, que percebi ser de camomila, estava muito bom esse chá

— Você sabe fazer um chá maravilhoso — eu disse apreciando o chá

— Você sempre gostou dos chás e comidas que eu faço — ele disse e percebi estar falando da minha vida passada

— E como nos conhecemos? — eu perguntei curiosa

— A gente era vizinhos desde crianças, brincávamos juntos e tudo juntos, crescemos e começamos namorar até que você... — ele parou de falar parecendo triste por se lembrar

— E como que eu... Morri? — eu perguntei sem saber exatamente como perguntar

— Eu não quero falar sobre isso — respondeu ele sem olhar para mim

— Por que? —

— Porque eu não quero — ele respondeu se levantando e parecendo chateado

— Mas é sobre mim, então eu acho que eu tenho o direito de saber —

— Chloe, você não entende? Foi tão difícil te perder por causa daquele filho da puta — ele disse bravo

— Que filho da puta? — eu perguntei, mas raciocinei direito e percebi de quem estava falando — Espera, Michael também estava atrás de mim na minha vida passada? —

— Chloe, pare de fazer perguntas —

— Mas quando ele me viu pela primeira vez, não parecia me conhecer — eu falei confusa

— Não importa se Michael fez parte da sua outra vida, isso não muda o fato dele ser um filho da puta — Azrael disse irritado e saiu da casa, me deixando sozinha

Tem algo muito errado nessa história

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