Obsessão Possessiva (Degustação)

Capítulo - 06 - Desafio

A manhã do outro dia chegou bastante gélida, com o céu fechado e uma chuva tortuosa, Vincent já estava se arrumando, hoje seria o grande dia em que iria assumir a empresa do pai.

Dessa vez ele não pediu a nenhum de seus motoristas levá-lo, ele mesmo entrou em sua Mercedes Cinza prateada, e foi até a empresa.
  Quando chegou no prédio, era tudo bastante familiar, visto que ele sempre ia quando era mais novo, foi recebido bem calorosamente pelos colaboradores, mas sua cabeça parecia não estar ali no momento, a única coisa que ele conseguia pensar era que hoje ele iria para a academia e veria Diana outra vez, ele toda vez que pensava nisso mordia os dentes como forma de voltar ao foco, " Ela é só uma mulher como qualquer outra,
Porque estou pensando tanto nela?"
  Quando a noite chega, Andrew liga animado. - Como foi assumir a empresa? Bastante responsabilidade, né?
  - Sim... - Vince disse como se tivesse prestado atenção em alguma coisa a não ser, em ver Diana Merculy.
  - Estou te esperando na porta da sua casa, para irmos para a academia.
   - Certo, já estou chegando.
  Vincent chega a sua mansão, troca de roupa, e nota que sua mãe não está lá, mas não comenta nada com a sua irmã, apenas saí e vai até a academia.

   Quando ele chega e vê o prédio da academia começa sentir o seu coração se acelerar, e isso fazia Vincent ficar irritado, ele jamais tinha se sentido assim por causa de uma mulher.
   Ele sobe as escadas da Academia e logo na entrada, antes de passar pelas catracas, eleconsegue ver Diana
Merculy ali, com o cabelo loiro preso a um coque, uma regata e shorts leggin preto, as luvas de boxe presas as costas, junto com a sua bolsa de alça única que caía até a sua cintura. 
    Vincent, a olhou de cima a baixo,
conseguiu ver agora com mais nitidez todas as linhas que marcavam o seu corpo, completamente definida, sua
boca chegou a salivar, quando Andrew o trouxe de volta para a realidade.
  - Ah, aqui está o seu cartão, já que é o seu primeiro dia.
  Diana que mexia no celular levantou o rosto e encarou Vincent diretamente nos olhos por alguns segundos, depois abaixou o rosto e tornou a mexer no celular.
  Vincent caminhou até ela. - Parece até outra mulher  vestida desse jeito.
  - É, pareço como? - Ela levantou o rosto novamente.
  - Ontem com aquele vestido, estava uma verdadeira Lady.
  -  E hoje eu pareço o que? Uma Ogra?
  - Não! - Ele sorriu sentindo que havia perdido o duelo. - Só acho que está diferente, não sei se coisa bruta combina com mulher, não.
  Diana segurou no braço dele e com um movimento torceu  fazendo Vincent ficar de costas pra ela, e ela sussurrou no ouvido dele. - E o que combina em?
  - Talvez, um barzinho comigo, mais tarde.
  Ela soltou ele. - Esquece. - Caminhou na frente.
  - Vambora, vai começar a aula.
Ela passou a digital na catraca e foi na frente.
  Andrew chegou até ele. - Mas você não larga o osso mesmo né?
  - Ela vai ceder, você vai ver, se eu nao vou quebrar esses muros que ela tem dentro dela.
  - Essa eu voun pagar pra ver.

  Eles foram até o ginásio de luta, ela estava passando os movimentos, para a turma.
  - Esse é o Senhor Tanner. - Ela disse interrompendo a explicação que ela tinha começado a dar. - É o aluno
novo.
  A turma ao redor apenas acenou com a cabeça em forma de cumprimento.
  Ela olhou a forma que ele estava vestido. - É, eu acho que sua camisa, está do avesso.
  Ele olhou para a camisa. - Ah sim, verdade, que descuido meu. Ele começou a tirar a camisa  devagar
enquanto a encarava, e mostrou que ele também estava muito bem em forma, um corpo malhado de se invejar.
  - Pronto, pessoal, agora que o senhor Tanner acabou com o show de Strip, podemos continuar com a aula.
  A turma soltou um riso e voltaram a focar na aula.
  Vincent começou a ouvi-la falar, e sentiu um tédio enorme, ele já sabia lutar quatro estilos de artes marciais diferentes, havia aprendido, quando esteve na Inglaterra, mas como o intuito dele ali, nunca foi o de aprender a lutar, permaneceu estático.
  - Senhor Tanner? - Ela o chamou visto que ele parecia estar em outro lugar bem longe.
   - Sim?
   - Está prestando atenção, em como se deve fazer o golpe cruzado?
   - Sim, estou.
   - Ah, já que está, vem aqui mostrar para a turma, como que faz?
  Ele sorriu e foi caminhando até la. Quando chegou na frente dela e ficou de frente para o saco de pancadas.
Ele mostrou o "Golpe Cruzado com extrema perfeição.
  Ela olhou assustada de como aquilo havia sido bom.
  - Certo, era isso, "Professora'? Pensei que seria algo mais difícil.
  - Está se achando né? - Ela em um movimento foi pegar ele por trás, ele girou segurando a mão dela, e a
derrubou no tatame com delicadeza, sem machucar.

  - Ops, cuidado professora. - Ela o olhou completamente assustada. Vincent sorriu para ela e a ajudou a levantar.
  Depois disso, a aula não foi a mesma, Diana, nem olhou para Vincent, o resto da aula.
  Quando a aula acabou, ele esperou todos irem para os vestíarios, e foi até ela.
  - Srta. Merculy, eu queria pedir desculpa, pelo que aconteceu, eu juro que foi apenas o meu reflexo.
  Ela permaneceu em silêncio, guardando as coisas em sua bolsa.
  Vincent sentou no banco onde estava a bolsa dela.
  - A pergunta de sair para jantar, era real, você topa?
  - Porque eu sairia com você? Eu nem te conheço.
  - E é justamente por isso? - Ele disse em um tom mais bem humorado. - Para nos conhecer.
  Ela com a mão na testa, pensativa, ia responder alguma coisa enrolada, quando Vincent a cortou.
  - É só um jantar juro, não quero ser inconveniente, caso você não queira, tudo bem, eu prometo que paro, de ficar te enchendo o saco, é, só que, realmente, eu vejo algo  a mais em você.
   - Vê? - Ela arrumou o cabelo que caía na testa, e pela primeira vez ele viu um sorriso vindo dela, e aquilo foi a coisa mais linda que ele já havia visto.
   - Vejo. - Ele disse encantado. - Vejo uma mulher com uma couraça, que não deixa ninguém se aproximar, por
algum motivo, mas eu queria talvez tentar entender.
   - Talvez um dia eu te conte os meus "porquês", mas não hoje, hoje eu tenho que fazer plantão no batalhão.
   - Ótimo, já é alguma coisa, quer que eu te leve?
   - Vou confessar que sim. - Ela disse levemente tímida.
   - Sim? - Vincent disse estranhando. - Como assim? aquela queda que você levou, fez você bater a cabeça
muito forte? Você nunca aceita nada vindo de mim.
    - Cala a boca, antes que eu mude de idéia, só aceitei porque meu carro está na oficina.
  Ele levantou rapidamente e eles foram em direção a saída. Nas escadas, ela acertou um tapa com as
costas da mão na barriga dele, sem muita força, mas o
bastante para ele estranhar.
   - Não vai ficar assim não, tá? Acha que pode me derrubar, e vai ficar por isso mesmo? Mas, não vai mesmo.
   - Da próxima, você tenta me derrubar.
   - Ela se virou para ele com a boca aberta, cerrou os cilios. - Você não perde por esperar!
  Quando chegaram na recepção, ela foi até a atendente, - Vou precisar fazer umas coisas aqui, eu já vou.
  - Tudo bem, estarei no carro te esperando.
  - Ta bem.
  Ele desceu até o estacionamento, com o sorriso radiante, quando chegou perto do carro la estava
Andrew na frente, encostado, esperando ele.
  - Andrew, vou levar a Diana no batalhão, dá um jeito de voltar pra casa.
  - poh, Como assim? Vai fazer isso comigo? Me deixar ir a pé, por conta de mulher? Não é meu brother, não?
  - Andrew, eu vou levar para o trabalho,a mulher mais linda que eu, você e o resto do mundo já viu, então
por favor, não fode!
  Andrew olhou frustrado pra ele. - Aproveita então...
  Ele foi indo embora com a bolsa nas costas. Vincent ficou encostado na sua Mercedes, quando ela vinha vindo, com o cabelo loiro vivo em um rabo de cavalo.
  - Oi, podemos conversar? - Um homem agasalhado com
um conjunto de moletom cinza com touca parou na frente
dela.
   - Conversar? - Diana se assustou ao ver o homem. - Eu não acredito que você veio até aqui, eu mandei você
sumir da minha vida, SUMIR!
  - Eu não consigo, "sumir" da sua vida! - Ele segurou no braço dela com força. - Por favor, estou implorando.
  - Está me machucando! - Ela disse em um tom que Vincent nunca tinha visto dela, um tom delicado, frágil.
  - Solta ela.
  O homem se virou e Vincent conseguiu ver, um homem com um olhar mesquinho, sua pele pálida e seus olhos castanhos tão caramelo que parecia um amarelo.
   - Já está com outro, é?
   - Você não tem nada a ver com isso! - Diana disse se soltando da mão dele. - Se você vier aqui de novo, eu vou te dar voz de prisão! - Ela disse com o tom mais arrogante que Vincent já conhecia bem.
   - Então é isso. - O homem encarou Vincent com cara
de desprezo.
   Diana foi andando a passos largos até o carro, enquanto
Vincent e o rapaz se encaravam e parecia que haviam acabado de desembanhar suas espadas um para o outro.