Capítulo 2 - Rachel

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Saindo da área de desembarque, fui recepcionada por uma sorridente Valentine, com suas roupas em jeans e couro, intimidando a todos que estavam ao redor.

Adorava a imponência e segurança que ela transmitia com suas atitudes. Eu não tinha amigos fora da minha esfera profissional, e tinha certeza de que se nos conhecêssemos em outra oportunidade, outro ambiente, seríamos amigas.

— Bem-vinda, senhora da lei. — Valentine me cumprimentou com um abraço de lado. Eu retribuí da mesma forma e sorri.

— Obrigada, senhora presidente. Não precisava vir me buscar, eu pegaria um táxi para o hotel, depois iria para o Moto Clube. — Arrastei minha mala de rodinhas, enquanto ela me guiava pelo aeroporto.

— Imagina. Desta vez, você terá o passeio completo, com moto e estadia no clube. — Ela virou seu rosto sorridente e desafiador em minha direção e só pude assentir para essa provocação. Havia poucas coisas que me intimidavam, e motos e homens brutos não eram duas delas.

— Sou toda sua. — Aceitei o desafio e sorri.

Ela aprovou minha resposta com um aceno afirmativo de cabeça e me direcionou para o estacionamento. Um de seus membros, que estava esperando ao lado de um BMW M5, pegou minha mala e colocou no porta-malas. Sorri agradecida, encantada pelo rapaz de cabelos compridos e olhos azuis que se apresentou como Playboy.

Antes que eu me derretesse por esse Selvagem, Valentine apontou para sua moto e subiu nela, fazendo indicação para que eu a acompanhasse. Ainda bem que eu vestia uma calça social ao invés da minha habitual saia.

— Vamos — concordei.

Ela ligou a moto e montei na garupa. Coloquei minhas mãos apoiadas nas minhas coxas e recebi o vento no meu rosto de peito aberto, assim que a moto avançou pelas ruas da cidade. Estava sem capacete, algo permitido pela legislação do estado onde estávamos.

A viagem até a sede do Moto Clube foi um pouco demorada, o que me fez apreciar a vista das construções, o vento no meu cabelo e o barulho da cidade. Estar em uma moto realmente era libertador, mesmo estando na garupa.

Pensei em acompanhar Victor e lembrei que suas motos não eram Harleys e sim Kawasaki, esportivas. Eram mais velozes, possuíam um barulho diferente e com certeza a experiência seria outra. Harleys transmitiam paz e serenidade. As Kawasaki, com certeza, transmitiriam adrenalina e emoção.

Pensar em Victor me fez lembrar o meu tempo de abstinência sexual e o quanto precisava de uma escapada para suprir minhas necessidades físicas. Era uma das poucas mulheres do mundo que pensava como homens nesse assunto, conseguia separar meus desejos carnais de sentimentos. Eu ficava algumas semanas sem intimidade, mas quando queria, apenas escolhia um, em um bar ou pub. Sem vínculo, sem nos conhecer profundamente, apenas prazer e muita pele.

Talvez eu pudesse fazer isso com um dos dois homens que paquerei, enquanto estava na sede do Moto Clube, da última vez em que estive lá, Carter e Johnny. Anotei mentalmente para perguntar por eles para Valentine, assim que tivesse toda a parte inicial do processo de falsificação de laudo médico pronta.

Negócios primeiro, diversão depois.

Depois de ficar mais ou menos uma hora dentro do escritório com Valentine, verificando o processo de seu homem e outros documentos do clube, sobre os quais tinha dúvida, ela me contou sobre sua mais nova obra:

— Estou investindo em um centro de acolhimento para crianças, Brian está a frente dele — disse com orgulho.

— Sério? Isso é maravilhoso! — Assim que meu cérebro realmente processou o que ela disse, arregalei meus olhos. — Oh, isso será filantrópico?

Victor (Tríade Moto Clube Livro 2) - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora