Missão Fenix

Capítulo 2 - Novo Lar

Missão Fenix

John Carter.

Definitivamente mais de um metro e oitenta de altura. Pele bronzeada, cabelos castanhos claros, curtos. Olhos em um castanho que beirava ao mel dourado – a cor favorita de Brooke. Barba rala, ombros largos e físico de um militar; agora aposentado, segundo Charlotte.

Ele não devia ter mais do que trinta anos, mas as linhas de expressões marcadas em sua feição pesada lhe traziam um ar mais maduro.

John era lindo.

Mas descontrolado. Completa e inteiramente.

Interessante.

Alguns guardas se aproximaram, buscando o bandido – ou o que restara dele, enfim.

- Eu juro que não vou pagar a sua fiança, se for preso, John. Que merda, por que você precisa ser assim?! – Sebastian, que era alguns centímetros mais baixo do que John, além de aparentar não ter metade dos músculos do outro, disse, parecendo maior do que o primo naquele momento.

- Se tivesse visto o inferno como eu, saberia o motivo. – Replicou, dando às costas ao primo. – Estão bem? Mia?

- Bem! – A pequena disse, empolgada, ainda grudada em uma das pernas longas de Charlotte. – Tia Brooke parecia a Mulher Maravilha!

Tia.

Ótimo.

Mulher Maravilha! Brooke quis rir, mas limitou-se a repuxar levemente um dos cantos dos lábios, em um sorriso torto. Há cinco anos, Travis e Hunter teriam a maior crise de riso já vista se soubessem que uma criança – que a chamou de tia – a havia comparado à Mulher Maravilha.

- A Super-Brooke está ao seus serviços, Mia.

- Obrigado, então, Super-Brooke. – John disse, olhando para Brooke pela primeira vez, finalmente. – Apesar da imprudência de tentar desarmar um cara com o dobro do seu tamanho, em público.

- Oh, claro. Da próxima vez pedirei com carinho para que ele se afaste das crianças e mulheres. Ele deve me ouvir, não é? – Retrucou. – Posso tentar acionar o rádio comunicador para chamar o Batman, também.

John semicerrou as pálpebras, analisando-a. Ela fez o mesmo, sorrindo sarcástica.

- Tudo bem! – Charlotte interviu, batendo palma para chamar a atenção dos dois. – Brooke, este é John, pai da Mia. John, esta é a Brooke, a minha nova vizinha.

O homem assentiu, inspirando profundamente antes de relaxar a postura, baixando à guarda. Ele ergueu uma das mãos – machucadas –, em cumprimento.

- Obrigado, Brooke.

- Não por isso, Batman. – Brincou, aceitando a sua mão, apertando-a suavemente. – Salvar os inocentes e oprimidos é o meu passatempo favorito durante o dia.

O moreno sorriu com os lábios fechados, secando os ferimentos leves das costas das mãos com a barra da camiseta.

- É bom saber que estará por perto, então. – Respondeu, claramente desinteressado. Brooke assentiu, com um sorriso constrangido. Era horrível pensar daquela forma, mas realmente não conseguia se lembrar da última vez que fora tão enfaticamente rejeitada por um homem. Nem um mínimo sorriso de flerte. Nem uma mísera abertura para que pudesse sequer tentar. Outch. – Mia, vamos?