Capitulo 01:

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- Katy, que tal irmos ao moinho?- Aneith fala enquanto colocava uma massa de pão para crescer na janela da cozinha
-Sério? faz tanto tempo que não vamos lá, eu posso levar algumas laranjas pra comer com Celina e Mary?- Pergunta Katy enquanto calçava suas botas e pegava seu capuz para dar a notícia as suas amigas.

- Está bem, mas não vamos demorar muito.-exclama a mulher.
Embora Katy tenha crescido naquela vila, ninguém sabia sobre sua magia, Aneith sua mãe nunca permitiu que isso fosse revelado pois tinha medo de algo acontecer.

- Celina... minha mãe e eu iremos ao moinho hoje! - fala enquanto entrava na casa de sua amiga que ficava a duas ruas acima da sua -avise a Mary que eu irei e levarei algumas laranjas.
Ao voltar pra casa Katy não perdeu tempo, preparou a cesta, colocando as laranjas e o pão que sua mãe havia assado.

- Mãe... Eu queria dizer- ela para e pensa um pouco se deveria terminar.

- Continue.! O que iria dizer? -Coloca as coisas na carroça e bate com a mão no banquinho para que Katy se sentasse.

- Daqui seis dias eu farei dezoito anos - Katy suspira- Acho que é hora de procurar um novo caminho. Procurar a minha família. Quero saber o porquê!

- Eu sei que quer encontrar sua mãe, eu tenho que dizer que não vai ser fácil e que eu não quero que você vá embora, mas eu amo você e se é isso que quer eu aceito.

-Mas saiba -ela para a carroça e acaricia a mão de Katy- que sempre terá uma casa e alguém que estará esperando por você todos os dias... Alguém que te ama. -Ela à beijou na testa e seguiram para o velho moinho da cidade, onde algumas vezes todos da vila se juntavam e faziam uma festa.

Aneith ficava cada dia mais triste pois o aniversário de Katy estava chegando e esse seria o último dia das duas, ela estava preparando um ensopado quando Katy saiu a cavalo:

- Mamãe, irei ao bosque com Celina, se eu nao chegar antes do jantar pode comer sem mim -grita enquanto passava pelo portão de madeira que ligava os fundos da casa a rua.

- Uma hora ou outra isso iria acontecer Aneith, por quê não está satisfeita? - Falava consigo mesma- É o destino dela...

- Pelos deuses, Katy passou as pressas na minha casa e foi com Celina para o bosque! Quase que estragaram minha horta com aquele pangaré- Janete mãe de Celina chega correndo trazendo algumas verduras da horta quase destruída por Katy e seu cavalo.

- Não fale assim do garanhão!- ela gargalha- Sabe que Katy não gosta que o chamem de pangaré.

- Bem.. Ela não está por perto- sussurra Janete enquanto lançava um olhar seguido de uma gargalhada para a mãe de Katy
- O que elas farão?Celina não me disse que haviam marcado de ir ao bosque!?

- Acho que Katy contará que partirá amanhã!

- Como assim partirá? Ela está indo embora? pra onde? - Janete vai lavar as mãos pra se juntar a Aneith na cozinha.
- Ela decidiu que tentará encontrar a mãe. E eu não à impedi.

- Como assim? Não deveria deixar ela partir , algo pode acontecer, ela não tem nem ideia de por onde começar, um pedaço velho de roupa não é uma pista! Você deveria proibir a partida dela.
Já no bosque no meio da floresta Katy começou a chorar, as palavras ainda não ditas estava esmagando seu peito. Como contaria pra sua melhor amiga algo assim.
- Celina, eu preciso...- Ela soluça- contar algo pra você!
- Foi por isso que viemos pro bosque? É algo importante - diz descendo do cavalo.

-Eu irei embora amanhã, e não sei se voltarei logo.- Katy fala enquanto amarrava o cavalo e se sentava com ela no chão de musgo.

- Como assim. Do que você tá falando?-Celina começa a chorar-
Você está mentindo pra mim não está?

-Não -suas palavras não passava de um ruído, sua cabeça estava baixa pois ela não conseguia olhar para Celina- partirem amanhã logo ao amanhecer

- O que houve? Porque quer ir embora? Você nunca disse nada sobre partir. Você quer sair por conta da cidade ser pequena? Está querendo ir pra capital pois lá é bonito e tem o castelo, não é?

- Não.. não é por causa de nada disso. Eu preciso encontrar alguém, eu não sei como ela é e nem onde está, então irá demorar muito, mas eu voltarei- Katyolha pra amiga e a abraça- eu voltarei, por você, por minha mãe, por Mary e pelo garanhão! -Elas olham provação e começam a sorrir.

-Eu deixo você ir contanto que não se esqueça de mim. Quero que escreva cartas quando for possível!

-É claro que escreverei. Agora devemos ir, está começando a anoitecer e é melhor não estarmos na floresta quando um lobo faminto procura uma refeição. -Katy fala sarcasticamente enquanto esperava Celina subir em Garanhão.

-Acho que ele não ficaria satisfeito com a quantidade de carne que temos- Celina sorri. Elas voltaram pra cidade e logo encontraram suas mães juntas colocando a mesa de jantar.

- Vá já lavar as mãos mocinhas. O jantar já tá na mesa -diz Janete- espero que tenham conversado muito.

- Mãe e o papai quando chegar? O que ele vai jantar?

- Espero que ele nem volte hoje! Mas eu levarei um pouco de sopa e pão caso ele resolva vir para casa. - fala com a voz um pouco enburrada

- Já brigaram de novo- fala Celina ao ouvido de Katy é depois as duas começam a sorrir.
Aneith se sentou a mesa com elas e jantaram, cconversavam e sorriam, e Katy não deixou que a lembrança de sua partida no outro dia a eentristecess.Apos o jantar Celina e sua mãe foram embora, a casa ficara em um completo silêncio, e Katy se sentou a frente da lareira, e lá ela permaneceu por horas até que sua mente a lembrou de arrumar suas roupas:

-Partirá pela manhã? -Aneith aparece segurando um pedaço velho de uma roupa.

- Sim -ela se senta em sua cama, e espera o que sua mãe vai dizer

- Você estava enrolada nesse pedacinho de pano quando eu te encontrei -Ela olha pro pano e as lembranças percorrem seus olhos. Lembranças do dia que encontrou Katy- darei ela a você, talvez ajude a encontrar sua família. Ela entrega o pedaço da túnica azul nas mãos de Katy

- A única família que tenho é você! Eu nunca poderia deixar de ser grata por ter você como minha mãe, e nada que eu encontrar nessa viajem me fará mudar isso. - ela abraça sua mãe por um breve momento então pega o pano e coloca no fundo da bolsa.

- Quando chegar lá, aproveite ao máximo, quero que sintasse livre. Eu sei que não falamos muito sobre isso, mas sua magia faz parte de quem você é, se você achar que pode usá-la, tente. Eu sei que não será fácil, mas quando você atravessar aquela fronteira, você poderá ser quem é por completo. Tente aprender a dominar isso ok? Não tenha medo de ser você mesma.

A procura da paz!Onde histórias criam vida. Descubra agora