Capítulo 06:

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O rodízio de vasilhas sujas já havia parado, pois o horário do café da manhã tinha acabado a cerca de sete minutos, as três mulheres estavam acabando de terminar a lavagem de louça então exaustas se sentaram á mesa.

— Até que enfim acabamos – senta suspirando– aliás eu me chamo Katy.

— Eu sou Wendy mas concerteza Kristal já disse pra você não é colega! – fala em tom auto e acena pra Kristal que está roubando três pedaços de pão para elas comerem antes de alguém ver.

— É falei sim, contei sua trágica vida nesse inferno –se junta a elas na conversa sentando no banco encostado na parede e cruzando as pernas– e confesso que essa jovem é completamente louca... –Muda o tom da voz, agora estava cochichando– ela disse que vai dar um jeito de fugir.– Wendy engasga com o farelo do pão depois de ouvir as toscas palavras que Kristal acabara de falar.

—Eí...– se coloca na frente das duas puchando a cadeira mais pra perto– Não falem como o se eu não estivesse bem aqui, é constrangedor. Antes de Wendy abrir a boca pra argumentar a mulher de cabelos crespos e pele escura intrometeu-a:

—É, eu concerteza disse pra ela que é impossível passar da muralha, e a cidade também pode se tornar um labirinto pra quem não conhece.

Passos ressoaram no final s escada, elas então se calaram e se posicionaram em cada canto da cozinha ao finjirem uma ocupação, o velho apareceu na cozinha assobiando uma velha canção, parou por um momento e observou as três depois foi direto a forma de pão tal qual  Kristal pegou os pedaços de pão.  Ele paralisou por uns segundos e então voltou olhar para nós. 

—Kristal!!– ele bate a palma da mão na mesa– quantas vezes eu já falei pra não pegar pão escondida filha, quando quiser é só pegar na minha frente ou pedir. Esses maus hábitos vão te transformar em uma ladra – ele sai resmungando rumo a despensa– daqui uns dias você vai está por aí perambulando nas lojas e roubando sem perceber.

— Não pense coisas ruins de mim meu velho amigo – ela espera ele voltar e vai o bajular– foram só uns pedacinhos de pão. E também não foram só pra mim –ela aponta para as outras duas que estavam fazendo cara de surpresa– eu peguei pra elas também, essas tortinhas de fome.
—"FOFOQUEIRA" –Katy e Wendy falam ao mesmo tempo, elas se entreolham depois de falarem a mesma coisa e olham para o velho e a amiga e então gargalham  todos.

—Já estava me esquecendo! – O velho pega uma bandeja e coloca sobre a mesa– o rei já está na capital,  então não demorará muito pra ele cruzar a muralha. Já deixamos a mesa preparada mas o príncipe nunca come junto com a família quando chega de alguma viajem  ele sempre vai pro quarto e vocês sabem o resto não é mesmo –ele fala levantando uma das sobrancelhas

— Quando ele chegar uma de nos ter a que levar o café para ele? Katy questiona

— Sim filha, pode ser você, então farei as recomendações necessárias.

—Que abusado esse homem, ele acha que é um deus? Se até o pai dele vem comer não salão, ele merecia um bom tapa de realidade – reclama Katy para o velho que lança uma piscadela em confirmação.

— Quando você for, bata na porta e avise sua entrada, se ninguém abrir você entra e coloca na mesinha de centro que fica junto às poltronas.

— Como assim eu entro? E se ele reclamar que eu entrei sem permissão? – pega uma chácara na prateleira que o velho aponta

— Não querida, ele já deixou claro para nós que pode entrar se ele não responder. Mas isso claro pra quando levarmos o café. Enfim, não olhe para nada , so deixe lá e venha embora certo?
— Sim senhor –ela fica em uma posição formal e coloca a mão sobre a cabeça imitando um soldadinho. E sorri para o velhinho que responde jogando uma maçã que por sorte ela conseguiu segurar.

— Temos a nossa chance – ela se junta perto das novas amigas e cochicha

–Como assim? Wendy também entra na onda de cochichar

—Lá eu conseguirei um papel, depois escrevermos uma carta e pedimos pro velhinho ali –elas olham pra ele que estava distraído arrumando a bandeja– levar a carta até o Porto e então enviar pros destinos certos. Vamos é nossa chance

— O que estão tramando suas pestinhas, eu posso ser velho mas meus ouvidos escutam cochichos á quilômetros!
— Nao se entrega em assuntos de mulheres seu rabugento– Kristal exclama, sua voz estava grave para parecer uma conversa séria e então ela volta o rosto pra nossa todinha e sorri disfarçadamente.

—Tá bom, os barulhos da anunciação da muralha tá chegando até aqui, então é o sinal pra gente se preparar. Vocês já entraram nos aposentos do príncipe então vocês tem que me dizer como é exatamente.
  Wendy logo correu pra mesa usando alguns instrumentos da cozinha pra fazer a planta do quarto.

—Já que agora estamos sozinhas eu vou fazer aqui na mesa– Wendy vai posicionando talheres e outros objetos

—Sim, o mas importante é a escrivaninha,  é fácil pra você chegar até ela– ela segura o ombro de Katy olhando bem dentro dos olhos. Kristal stava  falando como se aquilo fosse a missão mais importante da vida delas, mas de fato era. Kristal se volta para a mesa passando o dedo sobre o caminho q seria percorrido.

— É inconfundível, você entra e segue reto, se ele estiver dormindo será ótimo pois ter a mais tempo. O difícil é se estiver com vários livros pois você tera que colocar na mesinha do centro, mas vai dar tudo certo tá bem.– Ela beija a testa de Katy e as três se abraçam.

— Preciso de ar! –Katy sai enquanto Kristal e Wendy arrumava a mesa que tinha virado uma zona cheia de talheres e facas. Katy estava na pequena janela do corredor rumo a cozinha quando as amigas se aproximaram.

—Vai dar tudo certo, mas se não der tá tudo bem arrumamos outro modo. Agora vamos voltar pra arrumar a bagunça daquele velho marrento antes que ele nos corte em pedaços. Katy sorri e acompanha aquelas duas mulheres que agora estavam se tornando verdadeiras amigas ao juntarem suas forças para salvar a si próprias.

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⏰ Última atualização: Aug 15, 2021 ⏰

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