Capítulo 01 - Através de uma fachada.

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Você tem sua crueldade de corvos
E seu bando de corvos.

Arctic Monkeys - You're So Dark.


HELENA ALENCAR

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HELENA ALENCAR

Hoje era o dia de aturar o intolerável, o meu humor não estava um dos melhores. Enquanto eu caminhava lentamente para a cozinha esbarrei em Irene, a mesma me encarou por um momento e logo continuou seu trajeto. Ao contrário de mim, Irene é um arco-íris ambulante. Mesmo depois de tantas merdas ela continua sendo o brilho na terra. Irene é mais nova que eu, dois anos no caso, e é completamente uma luz no mundo, tão colorida e radiante. Pele escura, cabelos cacheados e volumosos, seu fino rosto e nariz delicado mostrava a beleza gritante, mas nada era comparado a sua personalidade bondosa e generosa. E dês de sempre eu nunca consegui entender o porquê dela ser tão... Tão ela.

O que eu quero dizer é, qualquer pessoa que chegasse ao nível de personalidade da minha irmã me fazia questionar até a existência da vida.

Parece brincadeira não é? E quando eu olho para minha irmã, me pergunto se realmente saímos da mesma pessoa.

— Bom dia zumbi! — ela gritou. Seu corpo já estava sobre minha costa me dando as dores merecidas por mau comportamento físico. - Puta merda!! Põe uma maquiagem nessa cara, parece até que te amassaram.

— Sai de cima de mim Irene. —pedi entre dentes. Por Deus, ela só pode ter puxado o papai. Todas as manhãs são assim, sorrisos radiantes e agitação. E pra mim, era só mais estresse. - Minhas costas está doendo caramba, sai logo!

— Ok, sua rabugenta! — ela se endireitou ficando a minha frente. — Ah, o grande dia, finalmente.

Nem me lembre.

— Uhul, que alegria! — bufei me sentando na cadeira. — Só pra avisar, não me procure.

— Hum, é meio inevitável. — seus olhos brilharam e eu revirei os meus. — A irmã mais nova sempre procura a mais velha.

No caso da Irene, ela parece uma cola. Eu não sabia qual era a pior, sua animação pra qualquer merda ou seus amigos.

— É só fingir que você não tem. — e assim eu desfaço o brilho no rosto da minha irmã. Sem perceber, as vezes, tenho esses rampantes, e com isso ela acaba sendo um alvo constante das minhas grosserias, quando vou ver o que eu tinha pensado acaba saindo falado, quer dizer, eu penso alto demais. Isso já é um grande defeito meu. Irene baixa os olhos já desanimados e não volta a me olhar. — Ok, vamos almoçar juntas, mas... Só eu e você.

QUANDO AS NUVENS DANÇAM [ Em Andamento]Onde histórias criam vida. Descubra agora