Capítulo 02 - O quê você sente mesmo?

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Em seus olhos
Eu vejo que há algo queimando dentro de você.

The Weeknd feat Doja Cat - In Your Eyes

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HELENA ALENCAR


Um bocejo, dois bocejo, três bocejo.

Era assim que eu passava o tempo na aula de química, contando o desanimo do professor Almeida que resumia todas as nossas tarefas dos dias das semanas entre bocejos e grande cálculos (esses repetidos) no quadro. A aula é tão entediante que nem os bagunceiros se sujeitavam a fazer algo, apenas dormiam. Mas quando o sinal batia, ele fazia questão de deixar uma bateria de exercícios que estavam na mesa, uma grande torre de papeis que tenho certeza que ele passaria para outra turma de outro colégio.

O corredor era o tormento que eu sempre evitava, havia vozes demais, pessoas demais. Uma das coisas que me preenche por inteiro as vezes é a agonia em ter um certo tipo de contato social, qual eu nunca gostei e que era para ser totalmente ao contrário. Essa constante e tremenda agonia com aglomerações me era até algo favorável... Ninguém se metia comigo e eu fazia o mesmo. Então, para comer algo eu tinha que por fones de ouvidos no ultimo volume e tentar passar sem que me tocassem.

Esse foi uns dos motivos para eu ser repetente do terceiro ano.

— Mas que merda Hel, por que não tira essa droga do ouvido? — Irene mantinha meus fone em suas mãos e gritava ao pé do meu ouvido trazendo olhares interrogativos na nossa direção. — Helena?

— Eu não sou surda Irene! — puxei meus fones de sua mão com brutalidade.

— Parece! — ela cruzou os braços a minha frente, parecendo esperar por algo.

— O que foi? — uma estalada no meu cérebro me fez lembrar sobre o almoço. — Ah sim, vamos.

— Como você é grossa Hel, nem pede desculpas por ter esquecido. — resmungou me acompanhando.

Desculpas? Quando foi a ultima vez que falei isso?!

Virei-me para ela, seus olhos novamente transbordavam  alegria e um brilho que por alguns segundos me fez soltar um risinho. As vezes, Irene era tão infantil que eu passei a rir da sua cara emburrada. É engraçado.

Bufei e logo respirei fundo.

— Desculpe então. — falei dando de ombros, não deixando o tom seco me abandonar. Eu tentei? Sim! Queria? Não!

Ela quem deveria me agradecer por lembrar. Era só um almoço.

Irene inclinou a cabeça com um sorrisinho satisfeito enfeitando seus lábios.

— Desculpas aceita. — disse, dando pulinhos ao meu lado.

 Após sentarmos a mesa com nossas bandejas em mãos, Irene me encarou interrogativa.

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⏰ Última atualização: Sep 03, 2021 ⏰

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