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Paris, tantos adjetivos podem descrever a capital francesa, uma cidade mítica que sempre foi associada á arte, ás suas luzes e especialmente aos apaixonados e talvez seja toda essa magia envolvente que penetra e invade os corações desprotegidos dos cidadãos e milhares de turistas que a visitam, mas tal como todas as belas cidades a própria Paris também tem os seus problemas. Os problemas sociais, económicos e a poluição devido ao grande tráfego nas ruas, infelizmente tudo não era como os postais e era algo que Emma Kurtzberg não sabia até começar a viver ali.

Kurtzberg sempre vivera uma vida economicamente estável em Frankfurt, a sua cidade natal, mas a cidade das luzes sempre a encantará, ou talvez Paris fosse o pretexto perfeito para deixar a família controladora para trás e começar a viver a sua vida como sempre a desejará, á mercê de si mesma e com todas as responsabilidades que acabariam por chegar com a sua independência. Havia ido estudar animação em uma escola prestigiada, graças a uma generosa bolsa. Foi a primeira vez que sentira liberdade, foi um sentimento indescritível, uma lufada de ar fresco em uma vida onde apenas eram permitidas amizades escolhidas a dedo e um mundo explorado por uma janela, livros e música.

O campus da faculdade era bastante mais acolhedor do que qualquer mínimo canto da sua casa, onde os seus pais acabariam por mata-la de sufoco, tudo corria bem até o desejo de conhecer tudo invadir o seu corpo, a sua alma e isso levou a alguns desgostos. Era o esperado que depois da privação de tudo, tudo quisesse experimentar e assim o fez, até conhecer o maior dos seus arrependimentos.

Emma conheceu um rapaz, era como se o seu mundo se virasse de cabeça para baixo, as suas estruturas eram abaladas por um simples sorriso e ele mostrou-lhe o além daquilo que desconhecia, nesse tempo pensou que talvez tudo o que havia lido em livros, ou até mesmo ouvido nas suas canções prediletas era verdade assim como o facto daquela grande cidade ser realmente a cidade do amor. Milhões de páginas não eram suficientes para expressar o que sentia pelo o jovem e milhões de páginas também não eram suficientes para expressar a desilusão que sentiu quando foi deixada semanas depois de terem o segundo filho.

Aborto teria sido uma boa opção, mas Emma escolheu tê-los porque se sentia apoiada, tudo estava a ir como desejado e a verdade é que mesmo que sem serem planeados ela sempre quisera ter filhos só nunca pensará que isso aconteceria no seu último ano de faculdade, porém com a saída do homem da sua vida já não havia apoio, com a graduação o financiamento alheio tinha acabado e a verdade é que estava pela sua conta. Não foi isso que a fez desistir de tudo muito pelo o contrário, apesar das grandes dificuldades em arranjar um emprego da sua área, o emprego temporário no café deu-lhe a possibilidade de alugar um quarto para os três, já que as rendas em Paris sempre foram enormes mesmo para apartamentos minúsculos sem uma vista privilegiada para a bela cidade.

Coincidência ou não, o destino fê-la conhecer a mulher que viria ser a sua melhor amiga nos tempos em que se encontrava mais solitária e na maior das dificuldades, esta era Anarka a dona do quarto que viveria pelos próximos seis anos, num barco nas margens do sena a qual chamava de "liberdade".

Anarka era um espirito livre, pertencendo apenas ao mundo e desde o seu ultimo relacionamento que pensava assim, tendo uma história similar á da alemã onde tinha sido abandonada com dois filhos no colo pois ele preferia uma carreira á família, ou acreditava mesmo que o mundo inteiro seria a sua família, ele era Jagged Stone, atualmente um bem sucedido cantor de rock, que já mal se lembrava dos velhos tempo onde tocava ao lado da mulher.

Por esse motivo, Fleur e Nathaniel Kurtzberg cresceram ao lado de Luka e Juleka Couffaine e tornaram-se inseparáveis mesmo depois de Emma conseguir o trabalho num estúdio de animação renomado na cidade e finalmente ter dinheiro para um apartamento decente para os três.

Neste momento Fleur e Nathaniel já tinham dezanove e dezoito anos, respetivamente, e foi quando um novo problema começou a abalar a metrópole, supervilões. Algo digno dos filmes da Marvel que a mais velha dos irmãos tanto adorava, mas era um problema real que os atormentava quase todos os dias, porém com a aparição de supervilões também surgiu a esperança, super-heróis, os pioneiros foram Ladybug e Chat Noir, ninguém sabe quem eles são por de trás das máscaras, das acrobacias e de todos os seus grandes feitos heroicos, mas eles foram a luz ao fundo do túnel que Paris não sabia que precisava, toda a França na verdade que os idolatrava, depois deles surgiram novos heróis como Rena Rouge, Carapace, Queen Bee... mas eles apenas participavam em algumas missões e patrulhas noturnas.

Hawk Month, vilão responsável por transformar pessoas com emoções negativas em vilões com poderes com o objetivo de obter os miraculous, as joias mágicas responsáveis pelos poderes dos heróis e surpreendentemente do vilão, de Ladybug e de Chat Noir pois em conjunto conseguiriam criar uma força tão grande capaz de conceder um desejo que ultrapassava todas as leis impostas no universo á cerca de tempo, espaço e até mesmo vida e morte, porém o preço a pagar era igualmente grande para que a ordem pudesse ser mantida a ordem do universo, tinha o seu desejo desconhecido mas faria de tudo para que este se tornasse realidade.

Não demorou para que ele descobrisse a sua infinidade de poderes e aqueles que obteria usando o outro miraculous em sua posse, o do pavão com o poder de criar criaturas que tornariam os seus akumatizados ainda mais poderosos, assombrosamente também o homem se tornara mais inteligente, com planos cada vez mais complexos e por isso era necessário mais aliados permanentes e as escolhas de miraculous e portadores para a nova guardiã eram claras.

Foi assim que Fleur Kurtzberg conheceu o mundo atormentador de uma vida dupla e o sentimento libertador de ser uma heroína, a sensação gratificante de ajudar os outros e o sabor amargo de mentir aos que mais amava e a sensação de perigo iminente que os podia atingir. Fleur era a nova portadora do miraculous do morcego, este representava o equilíbrio e era um dos mais poderosos da caixa, o seu nome de heroína era Nightwing, juntamente Viperion juntou-se a equipa de maneira permanente e com os quatro era muito mais fácil derrotar os planos mirabolantes e os vilões mais poderosos planeados cada vez mais cautelosamente pelo o homem.

Já se passará quase um ano desde que os dois novos portadores entraram na equipa e cada vez mais dúvidas se levantavam sobre a equipa de heróis até mesmo se eles eram bons o suficiente, já que fazia quase três anos e ainda não havia muitos avanços quanto á descoberta da identidade do vilão mais misterioso de Paris, mas isso não os abalava.

Era uma tarde quente na Place des Vosges, as ondas de calor eram observáveis junto ao relvado e algumas crianças já se refrescavam na pequena fonte no centro da praça, o clima deixava as pessoas bastante cansadas, moles e a vontade de se levantarem era pouca, Luka e Fleur não eram diferentes estavam na sombra de uma das grandes árvores que se erguiam no maravilhoso jardim, mas mesmo assim era o pouco alivio que sentiam. Era habitual os dois melhores amigos saírem várias vezes juntos e naquele dia não seria diferente, a mais nova dizia que precisava de inspiração para músicas para a banda que ambos tinham, juntamente com Juleka, Ivan e Adrien, por isso estavam ali enquanto o rapaz lhe lia um qualquer livro que roubaram á irmã deste.

-É inacreditável como sempre que te leio alguma coisa, acabas sempre a dormir. – disse-lhe com um sorriso brincalhão nos seus lábios e a acordava com um leve carinho no cabelo.

-Desculpa, eu realmente ando muito cansada, o fim da faculdade, o part-time no café, os ensaios da banda e mesmo as nossas apresentações- desculpou-se omitindo aquilo que a mantinha acordada todas as noites até tarde, as patrulhas.

-Tudo bem... sinto que acordaste na hora exata, a Kagami deve estar a sair do treino de esgrima. – Citou, lembrando-a que tinha combinado ir buscar a namorada ao seu treino.

Levantando-se num ápice despediu-se do amigo, ele era um anjo por tê-la acordado mesmo a tempo. Com todas as responsabilidades era difícil passar tempo com as pessoas que mais gostava, mas agradecia por ter amigos prestáveis e uma companheira incrível.

𝐆𝐨 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐨𝐰𝐧 𝐰𝐚𝐲!- Luka Couffaine. <3Onde histórias criam vida. Descubra agora