Buteco da Tia

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Fomos andando até o local em que a Debora escolheu, ela não quis me falar como lá era, só falou que eu iria gostar pelo o que conversamos, ela disse que é minha cara, não vou mentir que estou muito curioso, andamos cerca de uns 15 minutos, não chegamos a sair do bairro não, eu estava distraído quando ouvi Debora me chamar.

Debora: Chegamos Thômas - falou rindo da minha cara

Eu: Certeza? Não tem nenhum bar aqui nessa rua - Olhei para os lados caçando alguma porta de bar

Debora: É que esse aqui é diferenciado, vem - Ela pegou na minha mão me arrastou para um beco, achei que ia morrer naquele momento, mas ela tocou um interfone se identificou e um portão se abriu

Eu: Uau, que foda aqui - Falei olhando tudo, eu amei o lugar de cara

Debora: Eu sabia que você ia gostar, vem cá vou te apresentar a Tia, ela é a dona daqui e é muito gente boa.

Ela foi me levando para dentro do lugar eu não conseguia falar nada, só estava observando aquele lugar e pensando como não conheci antes, despertei dos meus pensamentos quando ouvi a voz de Debora.

Debora: Oie Tia tudo bem? Hoje eu trouxe um amigo para conhecer aqui - Falou toda alegre abraçando uma moça que aparenta ter seus 30 e poucos anos

Tia: Oie Deb, tudo bem e você? Fique a vontade, só espero que ele não seja como o infeliz - Falou me olhando dos pés a cabeça, engoli seco e respirei fundo - Prazer, sou a Olivia, mas todos me chamam de Tia, espero que goste do meu humilde estabelecimento - A moça estendeu a mão para me cumprimentar 

Eu: Prazer é todo meu, eu sou o Thômas e já estou amando esse lugar, parabéns pelo bom gosto - Falei apertando a mão da mesma, que depois disso saiu com um rapaz que chegou falando que precisava dela lá dentro

Eu e Debora fomos para o balcão do bar pegar umas bebidas, sentamos lá e eu parei para observar melhor o lugar. No som ambiente tocava Ludmilla, mas quando chegamos estava tocando Gloria Groove, o lugar era um terreno muito grande todo gramado, lá no fundo tinha uma casa de três andares, o primeiro era todo de vidro, parecia uma parte mais reservada com luzes no teto, pelo o que pude ver tinha um bar, já aqui fora tinha várias mesas, mas não estava nem na metade da capacidade do lugar, nessas mesas tinha uma galera sentada e outras em pé, no centro tinha umas mesas juntas mas sem ninguém, e onde estávamos era o bar com vários bancos, do lado do bar tinha uma churrasqueira bem grande que estava apagada, a decoração era simples e muito bonita, tudo como num verdadeiro buteco, eu me sentia em casa ali, me despertei dos meus pensamentos quando uma moça do bar chegou com nossas bebidas, tínhamos pedido duas caipirinhas.

Debora: Eu falei que você ia amar aqui - Disse com um sorriso vitorioso na boca

Eu: Realmente Debora, eu estou encantado e um pouco triste de não ter conhecido aqui antes, pra ficar melhor só se tivesse um som ao vivo, um brinde a novas descobertas -  Eu falei e levantei o copo para Debora brindar

Debora: Um brinde ao novo, que ele não nos decepcione - Falou brindando e bebemos um gole - A mas aqui tem musica ao vivo daqui a pouco deve começar

Eu: Debora por que eu não saí com você antes?! - Falei rindo - Mas me fala como conheceu aqui.

Ficamos conversando por bastante tempo, ela me contou que quem levou ela lá foi o embuste do ex com uns amigos, mas que ele foi banido dali por ter arrumado confusão, por isso que a Tia falou que esperava que eu não fosse igual a ele, depois de umas meia hora conversando escuto a voz da Tia saindo das caixas de som falando que em instantes começaria o samba, nesse momento meu coração errou até as batidas, quanto tempo eu não ia numa roda de samba. 

Eu: Debora é hoje que tu vai conhecer o Thôm, meu lado descontraído de tudo - Falei já sabendo que me acabaria de sambar, já estávamos na terceira caipirinha 

Debora: Aé mesmo? Então a partir de agora me chame de Deb, não acho justo você me mostrar seu lado de boas e eu ficar só olhando - Falou piscando pra mim

Eu: Gostei disso Deb, mas me tira uma duvida, por que ela não enche aqui, cabe bem mais gente, ela ganharia bem mais ampliando a quantidade de pessoas?

Debora: Ela não tem esse lugar para faturar, ela já tem dinheiro e ela restringe para ter mais controle, aqui você pode ser você sem medo do que a sociedade pensa, a maioria das pessoas que vem aqui é LGBTQIA+, e vem aqui se libertar - Falou calma, me explicando

Eu: Amei mais ainda agora, um dia quero conversar melhor com a Tia. 

Quando eu ia continuar falando o som parou novamente, e um grupo de mulheres se aproximaram da mesa no centro, a Tia anunciou elas no microfone, todos batemos palmas, elas sentaram para começar a tocar

Deb: Vamos lá pra perto - Falou descendo do banco e me puxando, ela tá numa mania de me puxar, mas eu queria mesmo ir pra perto para curtir melhor.

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