Control

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Harry não falou por uma semana. Para ninguém. Seus professores, seus valentões, nem mesmo Voldemort. Ele se sentia pesado, mas vazio. Como se algo tivesse sido tirado dele apenas para ser substituído por uma bola inútil que pesava uma tonelada. Ele se movia no piloto automático. Acordar, aceitar os arranhões que Dursleys lhe dá, ir para a escola e apanhar. Ele nem mesmo tentou correr. À noite, ele era atormentado por pesadelos. Ele ainda podia ver aquelas horríveis cobras pretas que ele conjurou rasgando Piers. Esses sons horríveis de carne e músculos sendo rasgados, deixando nada além de ossos. E sangue. Muito sangue. Harry estava com medo de dormir na primeira vez que aconteceu. Ele conseguiu ficar acordado por duas noites antes de seu corpo falhar e ele desligar. Tudo enquanto Voldemort pairava sobre ele, cuidando dele. Os trouxas começaram a sussurrar sobre seu comportamento estranho, dando a ele olhares de desculpas. "Pobre coitado, ele está sofrendo tanto", diziam seus professores, "sempre o vi com aquele menino. Eles devem ter sido os melhores amigos. " Harry só pôde zombar deles. Ele se lembrou dos golpes, socos, chutes e insultos antes que o sangue o inundasse.

Foi exatamente uma semana depois. Harry estava longe de todos, sentado com Voldemort em uma colina próxima. A neve ao redor deles derreteu em grande parte, pois foi uma semana excepcionalmente quente para esta época do ano. "Eu o matei." A voz de Harry era baixa, fraca, mas Voldemort o ouviu mesmo assim.

"Sim, você fez," Voldemort acenou com a cabeça. "Chame de legítima defesa, mas foi você que o matou."

"Eles não vão atrás de mim. Disseram que ele fugiu" murmurou Harry. Voldemort suspirou e passou um braço ao redor do pequeno garoto Potter.

"Isso é porque eu cuidei disso, Harry", disse ele.

"Cuida bem de mim," Harry murmurou. "Eu não entendo. Por que você faz isso?"

"Hum? Se você está se perguntando por que estou agindo tão ... gentilmente com você, tão atencioso, isso pode ser explicado por motivos egoístas ", disse Voldemort. "Porém saiba que não ajo assim com ninguém. Na verdade, você é apenas a segunda pessoa com quem eu ajo assim. "

"Mas por que?" Harry perguntou.

Voldemort hesitou por um momento. "Porque você me lembra Adrian e a mim mesmo," ele respondeu. "Eu já fui fraco como você. Impotente. Eu morava em um orfanato onde as crianças trouxas me tratavam cruelmente. Fizeram tudo que seu primo e seus brutos fizeram e muito mais. A matrona permitiu. Aos seus olhos eu era filho de um vagabundo, um fardo colocado sobre ela. Eu tinha mais ou menos sua idade quando aprendi uma lição importante. "

"O que você aprendeu?" Harry perguntou.

"O poder vem apenas para quem o busca e o usa. Eu sabia que era diferente há muito tempo. Que eu era melhor do que os trouxas ao meu redor. Superior. Eu poderia fazer coisas que ninguém mais poderia. Eu poderia falar com cobras, mover coisas sem tocá-las e fazer os animais obedecerem. Então comecei a usar esse poder e me vingar. "

"Vingança," Harry sussurrou.

"Sim, Harry," Voldemort acenou com a cabeça. "Os trouxas fizeram coisas horríveis comigo, assim como fizeram coisas horríveis com você. É nosso direito, como bruxos, nos vingarmos e mostrar-lhes o seu lugar. Eu roubei seus brinquedos e pertences preciosos, fiz seus animais de estimação desaparecerem e os atraiu para uma caverna onde eles tiveram o pior dos pesadelos. Cada horror que eles fizeram para mim, eu voltei. Assim como você devolveu os horrores a Piers."

"Sua morte foi minha vingança." Harry sussurrou.

"O assassinato do menino foi vingança, sim, mas também foi uma demonstração de poder. De controle. Você é um feiticeiro poderoso, Harry. Nem qualquer um, mesmo sendo bruxo, poderia fazer as coisas que você fez com ou sem uma varinha ", disse Voldemort. "É hora de você perceber isso, Harry. Você tem um arsenal à sua disposição. Magia. Use-o, minha pequena cobra, e melhore sua vida enquanto nos vingamos daqueles trouxas abusivos! "

Serpent's AscendingOnde histórias criam vida. Descubra agora