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Há uma dor avassaladora, ela ondula através da minha estrutura, me faz falho
—In this shirt, The Irrepressibles
Dahyun sentiu como se tivesse estado ali a vida inteira. Cheia de cobertores amarelos, como um bebê, enrolada bem apertada. Ela estava afundando, mais e mais. E quando estava quase sem fôlego, algo a puxou para fora, algo nas árvores, uma luz, um brilho.
Dahyun emergiu, assistindo o amarelo afundar, afundar como uma grande âncora em meio a um oceano de sentimentos, afundando, afundando e afundando. Como um pontinho de luz ao longe inerte a qualquer olhar, afundando...afundando e afundando...
Então o brilho do amarelo se apagou, como uma tocha sendo encharcada de água, apagando toda sua luz que emanava das chamas, apagou em meio aquela escuridão, a deixando embriagada e sem luz em seus próprios sentimentos.
— Mãe... — sussurrou, esperando que a luz voltasse, que o seu amarelo renascesse e emergisse naquela água gelada. Nada aconteceu. — Mãe...
Então nada fez sentido. Amarelo sempre foi amarelo.
Amarelo é luz, como um dia ensolarado e feliz, feliz porque amarelo é felicidade, como aquele pontinho de alegria que chega para inebriar-te com tamanho êxito. Amarelo é deslumbrante, significativo e muito bem visto.
Amarelo, amarelo e amarelo...
Dahyun correu, desviando das árvores e sentindo seu próprio amarelo se apagar, sentindo o sufoco em sua alma, o coração acelerado e os olhos encharcados com suas próprias lágrimas. O cabelo molhado voava em seu rosto. Por um momento sentiu-se vigiada, pensou em olhar para trás e encontrar seu porto seguro fora daquela represa, mas não virou, correu. Correu em meio ao escurecer até que avistasse sua própria casa em meio às árvores. Sucumbindo abriu a porta e sentou no chão, terrivelmente desastrada deixando que seu braço arranhasse na fechadura, um filete de sangue escorreu por sua pele, ela pouco ligou. Pôs-se a chorar como uma criança quando se perde da mãe, porque ela se perdeu. Perdeu sua mãe, seu ponto amarelo.
O husky siberiano, parecendo perceber de longe a dor de sua dona, aproximou-se hesitante, mexendo suas orelhas no processo como se estivesse se perguntando o porquê de sua matriarca estar aos prantos. O animal se aproximou, encostando seu focinho na pele gelada do rosto de Dahyun, os pelos brancos como neve fazendo cosquinha em sua tez, quase como se a confortasse com palavras.
— Lili — Dahyun agarrou-se ao cachorro, afundando o rosto nos pelos de Lili como se pudesse se proteger ali. — Ela se foi, Lili, agora ela está em paz — o cachorro choramingou baixinho, como se estivesse entendendo o que a garota lhe falará — Era pra eu estar com ela...mas vai ficar tudo bem.
Como uma promessa a si mesma, Dahyun alisou a cabeça do cachorro, sussurrando palavras confortáveis enquanto seu coração acelerava e seus olhos brilhavam com as lágrimas. Perdendo-se nos próprios sussurros, nos sentimentos.
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Amarelo Como o Sol|DahMo
Fanfiction[CONCLUÍDO] O mundo lá fora é um completo desconhecido para Kim Dahyun, de 17 anos, que passou sua vida inteira entre os limites da reserva de uma cidade pacata no interior de Seul. Presa em uma propriedade remota após a morte de sua mãe, ela fica f...