[AVISO IMPORTANTE: No capítulo pode haver gatilhos em relação a bullyings, automutilação e assédio. Antes da parte onde pode haver esses gatilhos, vou colocar um ⚠️ então se não se sente a vontade lendo essa parte, por favor, coloque sua saúde mental em primeiro lugar e pule o trecho até onde está a citação de uma música.]
Eu vim de longe, eu escrevi uma canção pra você e todas as coisas que você faz. E foi chamado de Amarelo.
—Yellow, Coldplay
Um amarelado do sol que se punha no horizonte era a visão preferida de Dahyun, e passou a ser a de Momo desde que a conheceu. As duas ironicamente gostavam de amarelo, com significados diferentes, mas gostavam. Momo sempre tinha uma peça de roupa amarela em seu corpo, como se fosse sua marca registrada, os tênis, as meias, os moletons e as vezes ela aparecia com shorts amarelo também. Era interessante.
Já passava das quatro e meia da tarde, provavelmente beirando as seis da noite, as duas adolescentes admiravam a coloração quente do céu deitadas lado a lado sobre a grama do quintal de Dahyun. Lili também fazia sua presença bem pertinho delas, deitada ao lado de Momo. Nenhuma das duas disseram nada quando se deitaram e entrelaçaram as mãos de forma automática.
— Acha que alguém vai vir procurar por você? — Dahyun murmurou baixinho virando-se para encarar o perfil da japonesa que tinha os olhos fechados por conta da luz do sol. Mesmo assim, Momo negou com a cabeça.
— Ninguém se importa muito em fazer esse tipo de coisa comigo. — ela passou a brincar distraidamente com os dedos de Dahyun — Talvez Sana, minha melhor amiga, acho que só ela se importa tanto assim. — deu de ombros.
Dahyun continuou curiosa.
— As pessoas...são más com você?
Os olhos de Momo se abriram lentamente e ela não ousou olhar de volta para Dahyun, mas respondeu baixo:
— Um pouco. Acho que sua mãe sempre esteve certa em dizer que lá fora só há dor...É verdade.
— O que aconteceu?
Momo suspirou, esse era um assunto que odiava.
⚠️
— Hm...eu nunca foi uma garota certinha e dentro dos padrões de beleza — ela iniciou devagar, nunca deixando de mexer nos dedos de Dahyun — Mas eu era uma criança feliz, até entrar no terceiro ano do ensino médio. Foi quando tudo começou, era uma nova escola e eu não tinha ninguém, meu sonho era entrar para as lideres de torcida porque eu amava dançar. Na antiga escola onde estudei até o segundo ano eu era popular, as pessoas gostavam de mim de alguma forma, mas eu tive que mudar de escola depois que meus pais se separaram e minha mãe não podia mais me manter em uma escola particular da cidade vizinha. Me transferiram para outra, e para não ficar de fora dos extracurriculares, tentei os testes para líder de torcida, mas me humilharam porque eu estava acima do peso ideal e ainda falava com sotaque. Fiquei frustrada comigo mesma por não conseguir, entrei em uma dieta idiota e perdi peso, mas não foi de forma saudável, então comecei a passar mal sempre que tentava comer. Minha mãe ficou louca com gastos em hospitais e remédios, depois colocou toda a culpa em mim, porque assim não sobrava dinheiro pra ela beber com os namorados. Isso se espalhou pela escola e nos corredores eles faziam bullying comigo. — o aperto nos dedos aumentaram a medida em que ela sentia uma bola em sua garganta, provavelmente pelo choro que queria sair — Depois de um tempo fiz alguns amigos e os bullyings pararam, até outro rumor surgir.
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Amarelo Como o Sol|DahMo
Fanfiction[CONCLUÍDO] O mundo lá fora é um completo desconhecido para Kim Dahyun, de 17 anos, que passou sua vida inteira entre os limites da reserva de uma cidade pacata no interior de Seul. Presa em uma propriedade remota após a morte de sua mãe, ela fica f...