Encontros E Despedidas

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Ficar sem Alec era como respirar com pouco oxigênio disponível, você sente que precisa de mais, sabe que precisa de mais e não tem absolutamente nada para fazer a respeito e Magnus se sentia dessa maneira. Catarina disse que um viciado em drogas pesadas com abstinência teria menos olheiras e talvez até cheirasse um pouco melhor. Ele ignorou a última parte porque havia mantido os hábitos de higiene inabalados e ela tinha tentado quebrar o gelo da situação o que era tolice porque se qualquer coisa se quebrasse nele nunca mais levantaria da cama.

Magnus no primeiro momento prometeu a si mesmo que iria odiá-lo, amaldiçoaria toda a linhagem linda de Lightwoods que pudesse nascer, alguns segundos depois se arrependeu e decidiu que só amaldiçoar a linhagem de Alexander seria suficiente, no terceiro ele chorou igual uma criança e minutos depois decidiu que eles que se danassem com aquela beleza. Thomas não merecia alguém como Alec? Lógico que não, mas não era da sua conta e se importar com isso só ia deixá-lo ainda mais triste, se fosse possível ficar mais triste.

Ele olhou para o relógio, já eram quase dez da noite e sua garrafa de vinho na beirada da cama já tinha passado da metade e ele queria acabar com ela antes das onze. Tinha visto Alec e Thomas conversando no corredor e o moreno tinha passado o braço por sua cintura e durante segundos preciosos seus olhos se encontraram e ele viu novamente aquele lampejo de hesitação, mas sumiu e Alec voltou a olhar Thomas focado no que ele dizia ignorando sua presença e como um homem quase adulto e bem resolvido ele foi chorar no colo de Catarina. Ela tinha saído de sua casa a algumas horas e feito ele prometer que não ficaria acordado triste e sozinho bebendo em um sexta a noite, Magnus negou categoricamente e esperou ela ir embora para tirar sua roupa, pegar uma taça de cristal, uma garrafa de vinho e dançar de sua própria desgraça. 

Por que eu não supero ele? Perguntou a si mesmo e gostaria muito de ter uma resposta. Alec era como o verão, em alguns momentos agradavelmente quente em outros tão quente e ele quase não aguentava. Estivera tão perto, até mesmo acreditou em um futuro para os dois. Ele bufou, se serviu de mais vinho e aumentou o volume da música. Era uma melodia agitada mas triste, falava sobre perdas, recomeços e principalmente que não morreria porque perdeu o homem que amava. 

Magnus virou a taça de uma única vez servindo outra em seguida e repetindo o processo até a garrafa ter pouco menos de um terço. Sua cabeça rodava e ele rodopiou pelo quarto no mesmo ritmo da melodia deixando a tristeza correr pelas suas veias junto com o álcool.

Um dia ele seria feliz, toda essa droga iria sumir e finalmente seguria sua vida. Não morreria por ele, talvez aquela parte crente em amor verdadeiro tivesse de partir e deixá-lo livre mas as outras não, só deixaria para trás a parte que amasse Alexander Lightwood e com o caco restante construiria sua vida. 

Era Magnus Bane afinal.  

E alguém como ele não se renderia a um amor qualquer, por mais incrível e único teria de se convencer de que era um qualquer. 

Ele olhou para sua cama e fechou os olhos triste, ainda estava com o cheiro dele, podia sentir o corpo dele junto ao seu, virando um só e depois conversando, planejando o futuro ou simplesmente combinando como iriam para a escola no dia seguinte. 

Eu te amo. 

Amor era uma droga e que fosse para o fim do mundo quem inventou esse sentimento ridículo e sem graça. Qual o sentido em passar a vida toda com uma pessoa? Nenhum! Finalmente estava livre e ainda tinha vivido uma aventura arrebatadora com o garoto que ele nunca mais iria nomear, poderia seguir em frente com a consciência tranquila e a certeza de que o que queria, conseguia. 

Magnus foi até a garrafa e se serviu. Ele rodopiou e aumentou o volume ainda mais. Alexander tinha ficado no passado, era um novo homem, bonito, solteiro e livre. 

Summer Love - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora