Amor Perfeito

Egoísmo?

Capítulo 8

Manu

Acordei com o barulho da campainha e parecia que quanto mais eu demorava para atender mais o barulho se intensificava. Levantei rapidamente e olhei para o lado constando que Joaquim ainda não havia voltado e um olhar para janela me confirmou que a noite deu lugar ao dia.
Saí de maneira letárgica da cama e me pus a caminhar para a porta esfregando os olhos. Quem fosse atrás daquela maldita porta tinha pressa.

- Já vai. - Gritei com raiva. Olhei pelo olho mágico antes de abrir e vi que era Rubi.

Minhas sobrancelhas se uniram em confusão e destranquei a porta lhe dando passagem para dentro de casa.

- Bom dia flor do dia.

- Bom dia. O que faz aqui tão cedo?

- Joaquim pediu para que eu ficasse com você hoje.

- E por que ele mesmo não me disse isso? - Uma pontada de mágoa envolveu meu coração sensível e, por mais que eu tentasse esconder, pelo olhar que Rubi me deu, estava visível em minha expressão.

- Ele teve que ir atrás da mãe dele que viajou para Cabo frio e deixou Lucas sozinho.

- Como ele viajou? - Gritei raivosa. - Ele nem me avisou.

- Ei calma. - Ela veio até mim e me abraçou. - Ele disse que te ligou, mas você não atendeu. Deveria estar dormindo e ele tinha urgência em ir logo para voltar mais rápido. - Respirei fundo tentando me acalmar do meu pico emocional irracional.

Não havia motivos para estar daquela maneira. Joaquim tinha que proteger Lucas que era um menino ainda. Eu já sabia me cuidar e não tinha que ficar agindo como se não entendesse.

- Desculpe, me excedi.

- Não tiro sua razão, mas fique calma. A Rubi Maravilha está aqui.

- Não acredito que você disse isso. - Falei rindo.

- Vá se arrumar. Você tem consulta hoje cedo e ainda tem que ir para a galeria.

- Você lembrou Rubi. - Minha voz estava embargada. Que merda eu não poderia ficar chorando a toa.

- E eu ia esquecer? Jamais. Agora vamos. - Fui até o quarto pegar uma roupa para a consulta.

Eu queria que Joaquim estivesse ali para compartilhar aquele momento comigo, mas a culpa era minha eu nem tinha avisado. E teria feito diferença? A família dele é mais importante. Minha consciência disse para mim mesma com palavras perversas.
Tentei rechaçar aquele pensamento para longe e focar no agora. Mas aquilo ficou permeando meus pensamentos o tempo todo.

♡♡♡

Rubi bateu em minha mão pela quinta vez em um espaço de dez minutos por conta de eu estar roendo a unha do polegar. Eu estava muito nervosa, afinal iria escutar o coração da minha sementinha. Eu tinha medo de algo estar errado ou não fazer direito.

- Esse seu hábito de roer unhas é nojento.

- Eu sei. - Suspirei e levantei para pegar um copo d'água. - Só estou nervosa.

- Vai dar tudo certo. - Ela disse logo atrás de mim estendendo a mão para pegar um biscoito .

- Eu só queria que o Joaquim estivesse aqui.

- Não estou acreditando que o desgraçado furou com você. O Lucas poderia esperar pelo menos algumas horas. - Dei um tapa no braço dela quando sua voz se elevou e chamou a atenção da recepcionista fofoqueira.