[21] Ça n'a pas d'importance, Jeongguk.

1.7K 317 136
                                    


LIBER III: DO ACORDO COM OS ENFANTS DE LA LUNE E OS ENFANTS DE SANG

ATO II: Enfants de sang e enfants de luna não podem manter qualquer tipo de relacionamento afetuoso.

ATO II: Enfants de sang  e enfants de luna não podem manter qualquer tipo de relacionamento afetuoso

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

devaneios por _emmagrant

#DomineTeuMestre 🥀

As ideologias que hoje sigo foram ensinadas por minha mãe, uma mulher extremamente devota, que fazia-me rezar todas as noites para a Nossa Senhora. Não fazia ideia de quem era a Nossa e nem Senhora ou qualquer outro nome que pronunciávamos enquanto estávamos murmurando nossas rezas. Tinha apenas seis anos quando, no último dia da primavera, ela olhou-me profundamente e pronunciou: Deus está contigo a todo momento, meu filho, assim como eu sempre estarei. E então, ela levantou-se do nosso lençol de piquenique e foi em direção ao lago que fazia parte das nossas tardes de todas as primaveras mais quentes. Lembro-me perfeitamente de franzir as sobrancelhas e perguntar a ela: mama, tu não tirastes as suas botas para entrar na água. Ela virou-se para mim com um sorriso no rosto e murmurou algo que só fui entender anos depois, "não importa, Jeongguk".

Dois meses antes desse fato, havia notado que a sua severidade não estava tão presente, nem ao menos um puxão de orelha quando comi biscoitos demais antes do jantar. Nada. Assim como uma vela que está no seu fim, e o seu pavio e cera não aguentam mais o calor da chama, aquela poderia ser a metáfora mais provável para narrar a morte de minha mãe.

Quando seu corpo desapareceu na água, fiquei a esperar, encolhido entre as minhas pernas e abraçando os joelhos que repousavam o meu queixo. Pouco tempo depois, seu corpo voltou à superfície, porém, não sabia nadar, então aguardei o seu retorno, que nunca ocorreu. Na manhã seguinte, fui encontrado pelos capatazes do meu pai, ainda no mesmo local em que fui deixado por minha mãe. Naquela primeira manhã de verão, os pássaros não cantaram, o sol não iluminou a suficiente para que eu pudesse entender que aquela tarde seria a última apreciação de minha infância. Naquela manhã, meu pai me abraçou pela primeira vez, fiquei encolhido sem compreender aquele gesto, já que as únicas emoções demonstradas por aquele homem a mim foram as de fúria e frustração.

No funeral dela, fiquei apenas sentado ao lado de seu caixão ao passo que via inúmeras pessoas que não fazia ideia de quem eram, porém, pareciam conhecer perfeitamente meu genitor, que não demonstrou remorso em momento algum. Assim como eu; somos semelhantes. Apenas meia dúzia de vida era o que eu tinha naquele dia do funeral da minha genitora, não conseguia atinar aquele momento como o último que veria o rosto pálido da mulher que me gerou. Naquela mesma tarde quente, conheci Hyun e seu enorme laçarote no topo de seus cabelos negros. Diferente de todos que diziam palavras que nem ao menos sabia o que significavam, ela ficou em silêncio ao meu lado, não entendendo aquele momento na mesma proporção que eu. Ela era tão devota à Nossa Senhora Aparecida. Beata dos dogmas marianos, como a Imaculada Conceição de Maria e a Assunção de Maria.

DRINK FROM ME ༌ JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora