O Armazén
O lugar escuro e vazio é invadido pela fumaça verde, que ao baixar dá lugar ao clã de vampiros e seu líder demoníaco ajoelhado, de punho fechado. O Rei do Inferno levanta, bate a poeira de seu terno e tenta aprumar os cabelos.
— Bem — fala, passando a mão no rosto —, acho que ainda não perdi a pose.
O silêncio paira pelo ambiente.
— O que estão olhando? — indaga Mefisto, sorrindo desconfortável.
Ninguém ousa dar uma palavra, todos sabem do que aquele ser de barba um tanto falha é capaz.
— Você perdeu a pose sim — interrompe uma voz dentre os vampiros.
— Quem disse isso? — pergunta o demônio, nada contente.
Um senhor baixinho e magro dá dois passos à frente.
— Acho que não devemos obedecê-lo — responde, inconformado. — Você nos prometeu tirar o Arthur do caminho e foi humilhado, talvez as pessoas na Terra não sejam primatas como diz.
Mefisto caminha até ele, com um sorriso de orelha a orelha e coloca a mão em seu ombro.
— Não me obedecer? — fala, com olho avermelhando-se. — Segure o queixo com a mão esquerda e o topo de sua cabeça com a outra.
E assim, o esguio homem faz.
— Agora quero que use as mãos para girar esse cabeçote de cearense em sentido horário e não pare até eu ouvir um estalo.
Sem reações, como uma hipnose, ele o faz bem devagar.
— Não, idiota — repreende o demônio. — Faça um esforço para que eu não escute mais a sua voz insuportável.
É então que a torção faz o pescoço quebrar e o homem cair sem vida ao chão.
— Alguém mais quer tentar algo? — pergunta, ameaçador.
Mefisto sorri, ao ver todos os rostos intimidados. A exceção é Salazar, que olha desconfiado.
— Como todos já sabem, o Drácula é um título dado ao vampiro mais antigo vivo. — Ele põe as mãos para trás e levanta o queixo, num ar de superioridade. — É como um papa, só que profano.
O demônio caminha na frente daquela fileira de amaldiçoados, que o olham apreensivos como cães domados.
— Um dos poderes do portador deste título é justamente ter o de persuadir outros vampiros à sua vontade — explica, com calma. — E de onde vem os poderes de Drácula?
Ele para em frente à moribunda vampira, que o encara por segundos até baixar a cabeça.
— Do Inferno — responde a si mesmo. — Um adorável reino cujo governante é esta adorável persona à sua frente, Manoela.
Ela levanta a cabeça e ele a segura pela nuca com as duas mãos. Abre seus lábios próximos aos dela e inala, fazendo com que um gás esverdeado saia do nariz, da boca e dos olhos da moça. Quando ele suga tudo, não há mais sinais de gânglios, veias esverdeadas e sua aparência é formidável e jovial novamente. Sorri e baixa a cabeça em agradecimento.
— Alguém lembra de quando se tornaram vampiros? — indaga, voltando a caminhar lentamente. — Lembram da primeira sede?
— A maior e mais tentadora de todas — responde o velho, já entendendo aonde o infernal queria chegar.
Mefisto concorda acenando com a cabeça.
— Eu ainda sou o demônio mais poderoso — diz, orgulhoso. — E só sairei daqui quando Aarseth me trouxer a cabeça do hamster azul.
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WSU's Pátria Odiada
AksiUma série de crimes de violência em massa são atribuídos às pessoas com habilidades especiais, os corrompidos. Surge então um clamor popular para que o governo tome medidas contra estes. No entanto, muitas dessas atrocidades foram cometidas por um...