Lá fora está nublado, e eu posso ver o reflexo das nuvens de chuva nos seus olhos.
Aliás , poderia passar o resto de minha vida assim. Eu, você, esse silêncio gostosinho, esse seu sorriso nos seus lábios, esse olhar me fitando. E eu adoro o jeito que costuma me olhar quando acorda.
Eu poderia ficar aqui deitado o resto do dia, sorrir mil sorrisos e te beijar o dobro, imaginar nós dois em cenas de filme "água com açúcar", cantar centenas de músicas de amor na cabeça, e desenhar círculos com a ponta dos dedos em você. Contar quantos pêlos você tem no corpo, ou quantos fios você tem no couro capilar, contar quantos dentes tem na sua boca, ou quantas vezes ela já se abriu pra sorrir pra mim.
Eu poderia contar infinitamente números nos seus dedos até cansar, ou desgastar minhas digitais de tanto passar os meus dedos nos nós dos seus. Falar sobre assuntos que te interressam, ter uma conversa normal, mas isso estragaria todo o silêncio.
Poderia também estar citando Clarice Lispector, ou frases fofinhas de outros autores por aí, te recomendando um livro, ou contando o capítulo de ontem da novela, ou combinando a próxima noite de domingo, ou decidir em qual das nossas mães passar o feriado.
Nós poderíamos estar tomando o nosso café da manhã, preparando o almoço ou pensando no que fazer para o jantar, sujando nossos narizes de comida e terminando tudo com beijos e gargalhadas. Poderíamos estar fazendo uma caminhada, ou dividindo o fone de ouvido durante a hora na esteira, ou cantando nossa música no banheiro enquanto você ensaboa minhas costas.
Ou poderíamos estar nos arrumando, pondo nossas roupas sociais e organizando papéis, verificando os e-mails no celular, ligando nossos carros e xingando os barbeiros no trânsito enquanto o rádio avisa que os próximos 20 quilômetros à frente estão ainda mais congestionados.
Mas não. A gente ainda está deitado aqui. Está nublado lá fora, e eu posso ver o reflexo das nuvens de chuva nos seus olhos.
E sinceramente? Eu amo quando você me olha assim.
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Aqueles Devaneios
Truyện NgắnAqueles momentos bonitos, aquelas histórias de amor, aqueles momentos de raiva, aquelas traições, aqueles sentimentos. Devaneios amorosos de um autor que vai mais pelas emoções do que pelas razões, porque todo escritor sempre é, e vai ser um louco...
