The run and go

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Harry acorda de madrugada, ele sentia uma coisa ruim no coração, uma dor angustiante que tirou completamente o seu sono. Ele se solta gentilmente do alfa e se arrasta para fora da cama, talvez uma caminhada ajudasse a pegar no sono de novo, a aliviar aquele mal pressagio em seu corpo.

Ele olha no relógio no canto do quarto, ele indicava 5 horas da manhã de segunda, um suspiro sai de seus lábios, ele estava com uma fina camisola por baixo, ele morreria de frio lá fora, então pega um robe que estava pendurado e o veste.

O chão estava gelado sob seus pés, mas ele não se importa, estava acostumado e até gostava do contato, ele fazia isso sempre na comunal da Sonserina, lhe trazia umas memorias boas do lugar que tanto se sentia acolhido. Ele se sentia mais humano, com o pé no chão, era calmante, quase anestésico, como suas drogas.

Harry caminha em silencio pelo corredor, com uma mão tinha feito uma bolinha de luz que flutuava um pouco a sua frente, era o máximo que sua magia permitia, a bolinha estava fraca, porem iluminava o necessário. Ele vai para a sala e pensa em dar uma volta lá fora, a noite estava estrelada, perfeita para achar algumas constelações e ver um pouco o arredor.

Tudo estava silencioso, o vento corria pela grama, mas não fazia barulho, os animais também estavam dormindo e não havia corujas por perto. O garoto segue para a parte da colina que daria vista para a praia, as ondas quebrando longe eram o único som que se ouvia, e era quase um sussurro.

O castanho para perto do precipício, o coração acelera com a vontade imensa de pular e acabar com tudo de mal que acontecia em sua vida, acabar com tudo e só aceitar os braços daquela que sempre rondou perto de si, mas ele não iria fazer, aquele pensamento rápido era apenas isso, um pensamento rápido, uma ideia boba, esquecida...

Ele se senta na beirada, os pés balançando sobre o nada, a mão desce para a barriga, ele estava fazendo tudo por eles, seus pequenos que precisavam dele.

Harry daria seu mundo por eles, então podia aguentar um pouco mais, podia esperar pelo nascimento, para a guerra, ele morreria de qualquer forma, então porque ele estava tão assustado em ser assassinado, mas tão confortável com o suicídio?

Talvez com a ideia de escolher sua morte, ter alguma influência nisso, saber que pode controlar ao menos uma coisa em sua vida, o fim dela. Ele não queria ser parte de uma coisa ruim, não queria ser uma arma e muito menos morrer para salvar todos, ele queria morrer em paz de seu próprio jeito.

Um chute em seu estomago faz Harry mudar seus pensamentos trágicos, ele estava cansado de lutar, mas lutaria mais 100 anos se isso pudesse salvar seus filhos, sua família.

-Vocês deveriam estar dormindo – ele sussurra enquanto fazia um carinho lento na área que chutaram, tentando adivinhar se era o Lincoln ou o Silver. Lucius... ele sentia tanta falta do homem, ele sempre conseguia fazer o menor sorrir, mesmo que se conhecessem a poucos dias, ele podia jurar que o sentimento era de que o conhecia a anos, décadas.

E Severus... ele estava tão mudado, tão diferente daquele homem amargurado e horrível que ele conhecia antigamente, em dois dias que passaram juntos Harry percebeu que ele estava mais alegre, e sempre buscava formas de toca-lo, de fazê-lo se sentir melhor consigo mesmo. Estava tentando fazer de tudo por seus filhos e já demonstrou que cuidará deles.

Não parecia ser simplesmente da boca para fora, ou ações enganosas, parecia legitimo, ele parecia realmente nutrir algum carinho pelos filhotes e até por ele.

Harry solta uma risada cansada. Se lembrará de uma música que uma vez ouviu no rádio de um carro enquanto um velho o comia, aquela música era estranha, mas naquele dia foi a coisa que o manteve fora da realidade tempo o suficiente para o velho acabar... e uma parte dela, podia facilmente justificar a relação dele e Severus.

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