[05] - Na Companhia de Piratas.

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O pequeno bote seguia com Rosé e Momo na direção do Black Swan. A Ômega não ousava olhar para trás nem uma vez sequer. Estava torcendo que a Capitã decidisse zarpar assim que voltasse para o navio.

Aquela Ilha era medonha e Rosé ainda podia sentir os toques daquele Alfa velho pelo seu corpo, e o cheiro de alguma bebida barata que exalava de suas vestes. Nunca mais, em toda a sua vida, ela iria querer voltar para lá um dia. Ela olhou para a pirata que remava sem parar, almejando chegar logo no navio para enfim poder voltar para a sua diversão que foi interrompida.

— Quanto tempo vamos ficar? — Rosé quebrou o silêncio.

— Não sei. Depende da Capitã.

— E quanto tempo ela costuma demorar aqui?

— Três a quatro dias mais ou menos. Ela passa mais quando está em seu período de rut.

— Há muitos Alfas na tripulação... — Rosé pensou consigo mesma. — Vocês sempre vem aqui quando... estão... você sabe.

— Se o Alfa tiver a sorte de estarmos próximos à Ilha, sim. Caso contrário, ele ficará trancado no porão enquanto agoniza sozinho.

— E a... — Rosé limpou a garganta. — A Capitã Kim também?

— Não. A Capitã é diferente. Ela é uma lúpus, não pode ficar sozinha. Na última vez ela quase... por isso a cada seis meses nós viemos aqui.

Rosé engoliu em seco sentindo um arrepio percorrer todo o seu corpo, imaginando o quão intenso poderia ser o cio de uma Alfa lúpus. Lembrou-se de quando havia ficado presa no porão, a tortura que foi ficar durante algumas horas. Pensou nos Alfas que tiveram que ficar lá durante seus dias de rut. Isso era uma coisa horrível, e Rosé sentiu vontade de vomitar.

Quando chegaram bem próximos ao navio, Momo a ajudou a subir encaixando os pés em uma espécie de escada feita com a corda. Mas ela permaneceu no barco ávida para voltar à ilha, e mandou Rosé subir sozinha.

— Eu não consigo sozinha. Vou cair.

A pirata revirou os olhos e esticou os braços para frente.

— Eu vou te agarrar se você cair. Continua, é só subir.

Ainda com bastante medo, Rosé continuou seguindo seu caminho. Quando estava quase lá em cima, ela olhou para baixo e para seu desespero, a pirata já estava se afastando com o bote na direção da Ilha.

— Céus... — Rosé sussurrou. — Ei! Você disse q-...

— Sobe logo! — Momo gritou quando viu a Ômega hesitar.

— Eu vou cair! — Rosé fechou os olhos e travou suas mãos e pés na escada.

— Você não vai cair! — Momo gritou de volta, mas a Ômega permanecia parada com os olhos fechados. — Se você não começar a subir agora mesmo eu subo aí e te derrubo!

Rosé não levou aquelas palavras à sério, ela sabia que aquela pirata não teria coragem de fazer isso depois da ameaça que sua Capitã fez na praia. Mas já estava ficando sem forças para se segurar e muito em breve ela iria cair.

Sentiu duas mãos agarrarem seus antebraços e quando olhou para cima, a navegadora estava lhe segurando com firmeza, com metade do corpo debruçado para o lado de fora do navio.

— Vem! — Sana indicou.

— E-eu tenho medo.

— Estou segurando você — A navegadora afirmou ainda com calma. — Não vou soltar. Sobe.

Sana puxou seus braços para cima, impulsionando-a a subir e a Ômega seguiu seu chamado. Ela ergueu um pé e depois o outro, logo já estava no topo de sua subida.

Black Swan - Chaesoo ( ABO )Onde histórias criam vida. Descubra agora