Lembranças da Ruína

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A última flor


Depois de anos a encontrei

A bela flor que sempre desejei

Tão bela quanto imaginei

Porém, falta algo, eu sei


A flor tão delicada

Foi eternamente disputada.

Houve quem matou

Houve quem largou.


Todos sacrificaram algo para a ter

Essa flor que preenchia seu ser

Mas sua época já teve fim.

Hoje ela ainda vive sim,


Mas não como um dia viveu,

Até porque muito aconteceu.

Uma flor tão linda mas sem odor.

Apenas com sua história que cheira a dor.


Eu a manteria se assim pudesse.

Mas a flor murcha e entristece

O sonho morre e desaparece

E a memória da flor logo se esquece.


Rio abaixo


Empunhando meu remo

Eu guio meu barco rio abaixo.

Nada mais eu temo,

Pelo menos eu acho


Animais já vieram ao barco.

Hoje eu nem mais percebo,

Mas, a primeira vez foi um marco

E por isso ainda os recebo.


Mesmo assim, geralmente viajo só.

Remando eternamente para algum lugar,

Até o dia que eu finalmente chegar,

E eu poder retornar ao pó.


Baile de máscaras


Depois de tanto tempo esperando

E secretamente me aprontando.

Recebo o convite do baile de máscaras,

Ele vem pouco antes das festas.


Mas agora devo me arrumar.

Devo uma máscara preparar.

A melhor máscara que possa usar,

Para todos impressionar.


De montes devo escolher uma

Para que meu rosto assuma.

Será ela que todos eles vão ver.

Será por ela que irão me reconhecer.


Eu tenho que encontrar

Lembranças da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora