TERÇA FEIRA

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Mais um dia que eu acordei pensando "o que eu tô fazendo aqui?". Acordo cedo e já me sinto atordoada, sendo incomodada pela escuridão ou o clarear de uma manhã fria em preto branco aos meus olhos, não importa o quanto o céu esteja azul e as andorinhas dançado em sincronia ao meu redor.
Na minha prisão branca, meus membros doem e minha mente se corrompe com os milhares de pensamentos me dizendo que aquele já não é mais meu lugar, meu sonho, e que eu tenho que sair dali o mais rápido para não morrer. Entretanto, não tenho muitas opções a não ser ficar com as migalhas que me dão pois lá fora não tem mais nada, assim como minha vontade de fazer parte de algo.
No cativeiro silencioso apenas de barulho real,  me desmancho no primeiro passo ao entrar. Parece o lugar mais seguro do mundo, onde nada vai me abalar. Lugar onde eu poderia deitar tranquila e não me preocupar, porém é vazio igual a tudo, principalmente quando o silêncio mental acaba, quando a noite chega. Insuportável e enlouquecedor todos os segundos que milhares de memórias e pensamentos horríveis me visitam junto com o fardo de ser uma bolsa de sangue O- para os vampiros que sugam meus valores e humanidade, fazendo assim de mim o resto de alguém que nunca teve a chance de ter paz e ser feliz.
Não importa onde eu estou, eu sempre serei solitária, triste, abusada e estarei morta por tudo aquilo que me cerca, por uma vida de nãos, de caos e de dor.
Aqui, é apenas um relato de mais uma terça-feira comum para mim.

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