O Segredo de 1992 - Triângulo Amoroso

Capítulo 1

Era manhã de domingo em minha casa, meus filhos e netos reunidos, eu nunca imaginaria nos meus 20 anos que hoje, aos 72 anos, estaria vivendo o melhor da vida.

— Mãe, vou levar as crianças para brincar na praia, quer vir?

Essa falando é Nora, minha filha mais velha de 45 anos. Ela é casada com Eun-Suk e tiveram 3 filhos. Sujin, Mina e Jeon, já são adultos e vivem trabalhando, raramente os vejo.

— Não querida, tenho que ficar de olho no seu pai.

— Tudo bem, Stelar está na cozinha.

Stelar, minha filha mais nova, tive ela com 42 anos. Foi um parto de risco, mas que teve sucesso. Ela se casara cedo aos 19 anos, havia engravidado muito cedo.

— Mãe? A senhora viu Mia e Yohan?

— Querida acabaram de ir a praia com sua irmã, ela não avisou?

— Ah, tinha me esquecido. A senhora precisa de alguma coisa?

— Não querida, estou bem — Minha pobre filha Stelar, perdeu o marido logo depois do nascimento de Yohan, que tem apenas 5 anos.

Bem, me chamo Vitória, sou brasileira e hoje sou casada com o homem da minha vida e moro hoje em dia na Coreia do Sul, em Seul.

— Vovó?? - Mia havia acabado de voltar da praia.

— Oh minha neta, venha aqui.

— Vovó, a tia Nora me disse um pouco da história da senhora e do vovô, pode me contar mais??

—Você quer mesmo ouvir uma história de uma velha como eu? Haha.

— Quem disse que é velha? É a vovó mais jovem que conheço.

— Haha pois bem querida, vou lhe contar a história da sua vovó e de seu avô.

"A mais ou menos 50 anos atrás, eu estava no Brasil..."

1992 - Brasil

Era época de carnaval, eu não era muito fã de samba mas amava o meu país. Naquele tempo as mulheres ainda viviam em fase de opressão, até que um dia eu resolvi mudar a minha vida.

— Meu amor, eu já disse, você não precisa estudar mais, posso te sustentar - Fala Daniel, meu namorado.

— Daniel, nesses 4 anos de namoro você me rebaixa só por eu ser mulher, e não respeita os meus sonhos - Falo já frustada.

— Ahhh Vitória, você que deveria se colocar no lugar, entenda, as mulheres são frágeis e não tem direito a quase nada.

— Então é esse pensamento que você tem? Que as mulheres nunca terão direito a nada? Que pensamento antiquado não?

— Verdades sejam ditas - Daniel estava bebendo seu uísque.

— Bem, e que então a verdade seja dita a você também — Me levanto do sofá da casa dele — Tá terminado.

— O que?

— Você ouviu, tá tudo terminado entre nós — Pego minhas coisas e saio pela porta.

— VITORIA, VOLTE AQUI! — ouço Daniel caindo, mas não me atrevi a olhar para trás.

Chegando em casa, minha mãe estava preparando o jantar enquanto meu pai consertava o piso da sala.

— Filha, Daniel já falou algo sobre casar com você? — Fala meu pai.

— Sobre ele é... — Sou interrompida.

— Claro que ele pediu, quem não pediria a mão da mais bela da cidade —  Fala minha mãe com uma bacia com toda a mistura da comida.

— Já? Bem, então que ele venha aqui falar comigo.