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Enquanto ainda contava a história, Mia estava lutando contra si mesma para não dormir.
— Mia? — Quando chamo por ela, já havia caído de sono no sofá.
Me levanto e a pego pelo braço, eu podia ser velha mas ainda tinha forças para levanta-la.
— Vó? — Fala Mia sonolenta enquanto a levava para o seu quarto.
Já era 5:30 da manhã e já não tinha mais sono. Depois de colocar Mia em sua cama, fui até a cadeira de balanço que tinha em minha varanda.
— Isso me fez me lembrar algo — Fala meu marido se aproximando de mim.
— Também me faz me lembrar — Falo rindo e apreciando o nascer do sol.
— Ainda tenho aquela foto que você me deu, aquele nascer do sol nossa, estava belo — Ele se senta ao meu lado na outra cadeira.
— O nosso primeiro beijo haha — Rimos.
— Que tal voltarmos para lá? Quero comer aquele bolo da cafeteria próximo a torre — Fala ele.
— Não temos mais idade para isso querido, já não temos nossos 20 anos — Falo tocando nas costas de sua mão.
— Tudo podemos querida, mesmo não indo, podemos imaginar e reviver aqueles momentos — Ele pega minha mão e beija a mesma.
— Me lembro quando fui para aqui pela primeira vez, faz anos mas me lembro como se fosse hoje...
06/03/1992
— JK, é amanhã!! — Depois daquele dia, eu e JK conversavamos todos os dias. Mesmo que nós tivéssemos nos conhecido a pouco tempo, parecia que já éramos amigos a muito tempo.
— Queria ter ido no mesmo tempo que você, mas eu já havia pagado a passagem — Ele fala ao telefone — Estarei esperando por você no aeroporto.
JK já estava em Seul enquanto eu tinha ficado em seu apartamento para me programar melhor. Malas prontas e o coração a mil de tão animada que eu estava.
— Que horas são aí? — Pergunto
— São 5:00 da manhã aqui — Ele fala sonolento.
— Meu Deus me desculpa te acordei nessa hora.
— Sem problemas, você é melhor que um despertador — Ele ri.
— Engraçadinho...bem eu vou terminar algumas papeladas agora e depois eu te mando notícias.
— Está bem, cuidado o.k? — Fala ele.
Depois de terminar a ligação, ouço batidas na porta. Quando abro era Afonso.
— Vitória? O que faz aqui? — Ele se espanta ao me ver.
Eu só havia passado 5 dias escondida no apartamento de JK que havia ido para a Coreia dois dias antes.
— Oi Afonso — Falo seca.
— Você não me respondeu! — ele começa a se alterar.
— Olha, eu não devo satisfação a você! Não temos mais nada um com o outro.
— Não fale isso! Você é minha noiva!! — Ele se aproxima e eu impeço a passagem.
— Se você se aproximar mais ainda eu grito — Ameaço.
— Acha mesmo? — Ele entra com toda a força e antes que eu pudesse gritar ele tapa a minha boca.
Ele bate a porta e me joga no chão. Ele vai a procura de JK pela casa, enquanto eu pegava o telefone e ligava para a polícia as pressas.
— Hé?? Meu apartamento foi invadido, caso de violência doméstica e invasão a domicílio — Falo quase susurrando antes que ele voltasse.
Quando ele já voltava desligo o telefone e escondo debaixo da mesa. Me levantando do chão ele agarra meu pulso me levando para fora.
— ME SOLTA!! — Eu lutava contra ele, mas era impossível. Até que mordo a mão dele me fazendo cair.
— VITÓRIA!! — Ele tenta me segurar mais uma vez mas corro pelo apartamento.
— SAI DAQUI AGORA!!! — Antes que ele pudesse novamente me pegar, alguém aparece na porta.
— Police française, foi aqui que pediram ajuda? — Dois policiais aparecem entrando no apartamento.
— É ELE!! LEVEM ELE — Grito.
— Você....ligou para a polícia??? — Fala Afonso apontando o dedo pra mim — Sua vaca... — Antes que ele pudesse se aproximar de mim, os policiais o prendiam.
— O senhor está preso por invasão domiciliar e violência doméstica — Fala um dos policiais.
— Como é que é?? — Ele ri ao ouvir — EU NAO BATI EM VOCÊ.
— Serve ele ter segurado o meu pulso a força e ter me jogado no chão? — Falo.
— Sim senhorita, quer prestar queixa? — Fala o policial.
— Não, não será preciso — Falo.
— Nossa, devo agradecer essa misericórdia sua?? — Fala Afonso.
— Não, você não merece nada. Eu não estarei aqui, vou embora amanhã mesmo, para bem longe de você.
— Eu vou te achar sua vaca!!!!
Depois de toda aquela confusão, eu terminava de ajeitar minhas malas e olhava e olhava meu passaporte e visto.
Logo após terminar as malas, pego a chave do apartamento de Afonso, algumas coisas minhas estavam lá. Abrindo a porta do apartamento, o lugar fedia a álcool. Garrafas de cerveja rolando no chão, a pia da cozinha atolada de louça, um verdadeiro chiqueiro. Quando entro no quarto em que havia ficado, estava do mesmo jeito, limpo. Pego minhas últimas roupas que haviam ali e o retrato dos meus pais.
— Mãe, prometo que trarei grande orgulho....Pai, sinto muito, mas casamento não é o meu foco. — Coloco tudo na minha mochila e volto novamente para o apartamento de JK.
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O Segredo de 1992 - Triângulo Amoroso
Fiksi PenggemarNessa história será contada a vida de Vitória Campos, de nacionalidade brasileira e uma garota apaixonada pela arte. Com apenas 20 anos, em 1992, ela foi aceita na Universidade de artes de Seul, mas algo acontece, ela vai se casar com o seu primo, A...