Capítulo 2 ‐ A salvação de Zhou Zishu

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∘◦☆ミ◦∘

Na manhã seguinte, Zhou Zishu foi indelicadamente acordado por sua campainha sendo tocada de forma incessante, estava ignorando, mas desistiu daquilo ao perceber que seja lá quem diabos estivesse na sua porta, não desistiria tão cedo.

Puto de raiva, e imaginando cem formas possíveis de como esconder um corpo, Zishu sentou-se na beirada da cama ainda com os olhos fechados, o rosto inchado, expressão irritada e os cabelos mais bagunçados do que antes.

Se tinha uma coisa que Zishu odiava, essa coisa é visita. Principalmente aquelas que chegam sem avisar e fazem da casa alheia a sua própria. Não que o Zhou recebesse muitas visitas, era até meio raro. De vez em quando seus amigos apareciam por ali, não era um incômodo, gostava demais da presença deles.

Seus olhos se abriram, sentiu sua cabeça e vista doer de imediato, a luz solar adentrava seu quarto fazendo uma claridade incômoda se instalar no cômodo. Resmungou um xingamento e se levantou saindo do quarto. 

Desleixadamente, Zhou Zishu desceu as escadas caminhando até a porta, abrindo-a, assim revelando uma figura muito bem conhecida por si.

— Quem é você e o que fez com meu amigo? — A voz carregava um timbre zombeteiro. 

Zhou Zishu fechou os olhos buscando uma paciência inexistente em si. Ele fechou a porta novamente antes que voasse no pescoço daquele idiota. Antes que subisse novamente para seu quarto, a voz ecoou outra vez.

— Oh pirralho! Eu tô brincando, abre isso aqui! — Brandou ainda de forma divertida, rindo abafado em uma tentativa falha de segurar a risada.

— Se veio pra encher o saco pode ir embora, Ye Bai Yi. — Avisou, o tom de sua voz deixando evidente sua falta de paciência e irritação.

— Eu vim fazer um café da manhã decente pra você, mas já que não me quer aqui eu vou indo. Tchau. Tô saindo, viu? — Deu alguns passos ameaçando voltar.

Levou alguns segundos para que o mendigo Zishu abrisse a porta novamente, ele encarou a pessoa em sua frente com uma expressão tediosa, dando espaço para que ela entrasse.

O homem com um sorriso no rosto adentrou a casa, parando somente para olhar o estado que seu amigo se encontrava, ele o analisou de cima a baixo com uma careta nada sutil no rosto. Como aquele pirralho ficou daquele jeito em uma semana?

— Visual novo, Zishu? — Ele não evitou zombar mais uma vez do amigo.

— Vai se ferrar. — Respondeu enfurecido. Zhou seguiu o amigo que caminhava em direção à sua cozinha, sentou-se na cadeira do balcão jogando seu corpo em cima dele. — Por que veio aqui? — Perguntou curioso, enquanto o mais velho vestia um avental e tirava os ingredientes que trouxe de sua bolsa. 

— Não posso visitar meu amigo e cozinhar pra ele? — Perguntou-lhe, com uma expressão de falsa mágoa em seu semblante.

Zhou Zishu encarou o amigo desconfiado, e continuou calado. 

Pelo menos uma vez na semana Ye Bai Yi o visitava, seja para conversar ou apenas comer enquanto assistia alguma coisa. Faziam esse ritual desde quando se tornaram amigos. 

O primeiro contato que tiveram um com o outro foi quando Zhou Zishu, nos seus dezenove anos, começou a trabalhar de garçom em um restaurante. Aconteceu que Ye Bai Yi havia ido almoçar no dito restaurante naquele dia, e Zishu, como um inexperiente adolescente em seu primeiro dia de trabalho, derrubou toda a comida pedida nele. No fim, acabou sendo demitido, mas pelo menos conseguiu um bom amigo.

Nosso babá, Zhou Zishu - WenZhouOnde histórias criam vida. Descubra agora