🦋CAPÍTULO 8🦋

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Depois do banho, Sohyun parou diante do espelho com seu lin­do vestido branco de alças. Colocava um colar no pescoço, quando Nayun bateu à porta e entrou.

— Estou tão contente por você ficar aqui enquanto mamãe e papai estão fora, chérie. Você está encantadora, e muito chique. O branco lhe cai bem... É incrível que ainda não esteja casada. Será que tem alguém em vista?

Sohyun sorriu e observou que Nayun também estava linda em seu vestido justo, azul, e com um bracelete de ouro.

— Obrigada, Nayun, mas não tenho, não. Estive apaixo­nada uma vez... Mas não fui correspondida.

— Mesmo? Conte-me como foi.

— Não há nada para contar. Ele preferia outra pessoa, ou, para ser exata, ele preferia o dinheiro.

Nayun sentou-se e olhou-a compadecida.

— Lamento muito. Ainda o ama?

— Não. Isso foi há mais de dois anos, e fez parte de meu amadurecimento. Se eu não fosse tão ingênua, talvez o tivesse conservado por um pouco mais de tempo. Ainda bem que não me envolvi demais.

Houve silêncio no quarto. Nayun era a única pessoa, além de Jungkook e sua melhor amiga, a quem ela contara sobre seu caso com Taehyung.

— Vamos? — Sohyun perguntou.

Nayun ergueu os olhos lentamente, então levantou-se e caminhou até a porta. Ao descerem a escada, ela abraçou Sohyun e as duas sorriram.

Jungkook estava no salão quando elas entraram. Cumprimentou-as e olhou para Nayun com admiração.

Durante o jantar, monsieur de Trissac sentou-se à cabeceira da mesa com a esposa e Sohyun de um lado, e Nayun e Jungkook do outro.

Os Trissac partiram na manhã seguinte.

Depois que o carro que levava o casal desapareceu, Sohyun se vol­tou e viu que estava sozinha com Jungkook.

— Será que Nayun voltou para a cama? — perguntou, com uma nota de surpresa.

Jungkook achou graça do seu espanto.

— Dê-lhe tempo. Ela acabará descendo.

Sohyun suspirou.

Jungkook baixou a cabeça e a beijou na boca.

— Dê um beijo em Nayun e lhe diga que voltarei para jantar com vocês.

Muito depois de Jungkook ter saido, Sohyun ainda continuava parada no mesmo lugar, com os lábios trémulos. Como todos os outros beijos, aquele não significara nada para ele.

Como ela foi idiota em vir para o castelo! Jungkook podia ajudar Nayun sem a sua colaboração. Mas já que estava lá, o me­lhor era se esforçar ao máximo.

Depois do jantar, Eunwoo ligou.

— Olá, Eunwoo. Como vão as coisas?

— Oh, você sabe... mais ou menos.

— Você não parece muito alegre. O que aconteceu?

— Tive uma briga com Madeleine.

— Bem, aposto que não foi a primeira. A briga foi séria?

— Ela me mandou embora.

— E você vai?

Houve uma pausa tensa.

— Estou pensando.

— Isso vai complicar tudo justamente quando seu trabalho começa a ser reconhecido. E muitas pessoas que encomendaram quadros são amigas de Madeleine. Elas retiraram os pedidos?

— Tenho dinheiro para me aguentar durante algum tempo. Já recebi os pagamentos pela maior parte das vendas na galeria, e ainda há outros cheques a receber.

— E o aluguel do local?

— Madeleine pagou um ano adiantado.

— Você pode reembolsá-la?

Ele riu de modo desagradável.

— Madeleine tem bastante dinheiro; muito mais do que ela conseguiria gastar. Você não acha que o que ela me deu vai lhe fazer falta, acha?

— Quer dizer que você vai simplesmente sair e deixar as coi­sas assim?

— Isso mesmo. E não sei por que você tem que se preocupar, uma vez que foi a primeira a dizer que eu estaria melhor so­zinho.

Sohyun sentiu um frio no coração.

— Eu estou preocupada, Eunwoo. Espero que você não faça bobagens.

— Como me casar com Madeleine, você quer dizer?

— Eunwoo, você... você não pode estar falando sério! Esteve bebendo?

— Não, não estive, mas até que não é má ideia. Tchau.

Sohyun recolocou o celular na escrivaninha. Cru­zou os braços sobre o peito como que para se esquecer e precisou de toda a sua força de vontade para se recompor e retornar len­tamente à sala de estar.

Jungkook encontrou-a perto da porta e a convidou para jogar bilhar na sala de jogos.

Sohyun sentou-se para assistir ao jogo. Notou que Nayun jogava bem, mas não tinha a calma e a segurança de Jungkook. A certa altura ele começou a fazer jogadas deliberadamente más, permitindo que Nayun o alcançasse e o superasse. Então o jogo terminou e ela venceu. Alegre, atirou os braços em volta do pescoço de Jungkook e o beijou.

— Papai nunca vai acreditar que ganhei de você! Oh, Jungkook, eu te amo! — exclamou, e beijou-o de novo.

Ele sorriu, obviamente gostando daquilo, e brincou:

— Lembre-se de ganhar com mais frequência. Eu não sabia que era tão bom perder.

Sohyun, que a tudo observava, sentiu um aperto no coração. Deu-se conta do ciúme ao ver Nayun nos braços de Jungkook. De repente, não suportando mais a cena, subiu furtivamente para o quarto.

 ᴀᴍᴏʀ sᴇᴍ ᴄᴀsᴀᴍᴇɴᴛᴏ ☪ ʲᵘⁿᵍˢᵒOnde histórias criam vida. Descubra agora