Camorra

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Cristal P.O.V.

-Beleza, estamos chegando no galpão. Renata, como está aí atrás?-Chamei pelo rádio

-Nenhum sinal de movimentação, pode entrar.-Ela confirmou

   Continuamos em direção ao velho galpão perto do porto, e após posicionar os carros onde ninguém pudesse ver, saímos para esperar os membros da Camorra.

-Seguinte meninas, antes deles chegarem vamos repassar algumas informações. A Camorra atua na Campânia, e nos procuraram para fechar negócio sobre a venda de armas. Segundo nosso informante eles já tiveram ligação com a La Santa, facção inimiga, porém a aliança terminou depois de uma invasão no território da Camorra. Hoje nós vamos conhecer eles e ver se será possível uma futura aliança. Lembrem de usar somente o vulgo, só falar quando solicitado pela hierarquia e eles não podem saber dessa nossa fonte então tenham cuidado com o que dizem.

   As meninas assentiram e logo em seguida Shay nos avisou no rádio sobre sete pessoas seguindo em nossa direção. Como combinado, uma delas usava uma máscara azul para identificar que eram eles que estavam chegando. Aos poucos foram se posicionando à nossa frente, e após os cumprimentos dei o sinal para que a primeira palavra viesse deles.

-Bom, cordialidades feitas vamos direto ao assunto.-A pessoa que portava a máscara azul, nos dirigiu a palavra- Como foi dito em nossa ligação, estamos aqui para buscar uma aliança de comércio com vocês. Dito isso, acho que para uma boa aliança existir é necessário sinceridade.

-Prossiga.- Exclamei

-O que eu quero dizer com isso é que estamos dispostos a uma negociação sincera se nos for realmente possível uma futura aliança. 

-Tudo bem, entendi aonde quer chegar.- Me aproximei da pessoa mascarada- Acredito que se nos procuraram é porque vêem futuro nessa aliança, porém sei também que não viriam até nós se não precisassem dela. Então o que vocês têm a nos oferecer em troca?

   A mascarada fez sinal para trás, e em seguida uma das pessoas de preto, acredito que seja um homem devido a estatura, se juntou a ela.

-Antes de procurar vocês, tínhamos uma aliança com outra facção de armas. Esta porém nos traiu dando assim fim a aliança. Aqui comigo, tenho a exata localização deles como oferta para que abram o comércio para nós. E então o que dizem?-O homem disse

-Não posso negar, que é uma oferta irrecusável. Mas o que me garante que vocês estão falando a verdade, afinal esse pode ser qualquer lugar do mundo. Talvez se eu soubesse um nome, rosto ou alguma informação sobre vocês, aí sim poderíamos fechar uma aliança.-Questionei

-Acho justo. Daremos um nome e um rosto em troca de um nome de vocês, fechado?

Olhei para as meninas, e elas acenaram a cabeça em concordância. Shay que antes já que antes já tinha se disposto a ter seu nome dito, assentiu também.

-Tudo bem, vocês primeiro.- Expliquei

-Eu sou Fillipo- O homem que há pouco falava conosco, retirou sua máscara após dizer seu nome. De baixo dela havia um homem branco de aparentemente trinta anos, este possuía longos cabelos pretos, e tinha o rosto contornado por uma fina barba de cor semelhante, seus olhos no entanto eram verdes e constratavam com o resto de suas características.

   Gesticulei para Shay, a mesma veio até a frente e disse seu nome, e voltou em seguida para seu lugar de origem. Como uma confirmação, ele nos entregou o endereço e dei para a Renata guardar.

-Bom, nossa pré-aliança comercial foi feita. Ao longo, quando formos adquirindo mais confiança uns nos outros, mais informações poderão ser reveladas. O telefone de contato é o mesmo pelo qual nos procuraram e peço que se identifiquem como CR ao ligar. Tudo bem?- Questionei

-De acordo. Foi muito bom fazer negócios com vocês, em breve entraremos em contato.- A mascarada concordou

   Após as despedidas, os integrantes da Camorra seguiram em direção a saída, e após confirmarmos que haviam ido seguimos nosso caminho também.

   Depois de guardarmos os equipamentos  e nos trocarmos, as  meninas vieram para minha casa acertar os últimos detalhes da festa, que acontecerá em três dias.

-Ok, então falta confirmar com a empresa de fotografia, passar na floricultura para pegar os arranjos de mesa e repassar as músicas com a banda. -Renata leu a lista de tarefas que havíamos feito.

-Eu e as meninas temos uma reunião com a banda amanhã, aí acertamos o que falta.-Selena explicou

-Beleza, então no dia da festa a Genevieve passa na floricultura de manhã e deixa as flores com os decoradores, e eu ligo para empresa de fotografia.-Afirmei

    Depois de tudo acertado, resolvemos assistir um filme. Shay  preparou a pipoca e se juntou a nós nos sofás ao centro da sala. Após uma longa discussão sobre qual filme assistir, finalmente escolhemos e demos play.

    O filme acabou, e Meline nos convidou para ir no bar em que o novo namorado dela trabalha, mas preferi ficar em casa com o Oli, pois ele estava meio doentinho devido a um petisco que não o fez bem. Me despedi das meninas, menos de Renata pois ela quis ficar, e dei um remédio para Oli que dormiu logo em seguida.

-E aí, como estão as coisas com seus pais?-Renata perguntou ao sentarmos na minha cama.

-Com eles está tudo bem. Estão orgulhosos de mim por estar conseguindo lidar tão bem com a liderança. O problema é com a Yoko, que não gostou nadinha de saber que eu assumi os negócios da família.

-Não entendo essa implicância dela contigo. Já faz tanto tempo.- Indignou-se

-De certa forma eu entendo ela e não posso julgá-la. Depois do que aconteceu, a última coisa que ela queria era a irmãzinha dela  no crime, ainda mais comandando uma facção e um território criminoso.-Respondi

-É, mas nem por isso ela devia te evitar e dar um gelo.

-Você sabe que ela é cabeça dura. Assim que conseguir processar a informação, ela se abre para uma conversa.

-Tomara. Não é legal ver sua melhor amiga sendo ignorada pela própria irmã. Eu te amo e quero te ver bem.-Disse mais calma

-Eu também te amo e agradeço por se preocupar comigo, mas pode acreditar que eu tô bem. Ao longo dos últimos sete anos aprendi a lidar com esse lado dela.-Agradeci

    Oli começou a choramingar, fui até sua caminha e o peguei no colo, fazendo massagem para tentar aliviar a dor.

-Conseguiu decidir qual vestido vai usar?- Perguntei pra Renata

-Sim, vou usar o vermelho.

-Ele é lindo, vai ficar maravilhosa. Inclusive você sabe quem confirmou presença na festa?-Ela fez que não com a cabeça- Matteo.

-Sério?Como você conseguiu convencer ele a deixar o restaurante sozinho?-Me perguntou

-Sinceramente não faço ideia, foi praticamente um milagre.-Nós rimos- Então a senhorita faça o favor de não desperdiçar essa chance.

-Pode deixar.- Ela afirmou

   Passamos o resto da noite conversando e depois fomos para a cama.

Sotto il faroOnde histórias criam vida. Descubra agora