Forbidden Love

Capítulo 3 - Babylon

Era uma sexta-feira a noite qualquer, sem fazer muito progresso, apesar de eu ser um cara normal. 21, 1,78m, 61kg, 18,5cm e circuncidado... Espero não ter exagerado até aqui. Afinal, me apresente uma pessoa que seja verdadeira depois que inventaram o sexo virtual, e eu direi a essa pessoa que é um verdadeiro anjo. Então, eu deveria me sentir bem em pensar que sou uma pessoa meticulosa e coordenada. Inumeradas foram as vezes que ensinava a mim mesmo como dedicar toda minha sutil atenção aos detalhes, além de nutrir um profundo interesse por outros espaços. De vez em quando esse sentimento invadia meus pensamentos, fazendo com que eu ultrapasse a linha, talvez? Tenho para mim uma resposta afirmativa para isso, junto com a avenida inteiramente a minha mercê, algo que eu nunca julguei que fosse possível de se acontecer.

Estou mais do que pronto para receber todo tipo de objeção, tudo que eu precisei fazer foi deixar um recado em cima da mesa da cozinha, comunicando aos residentes dali, que eu passaria a noite na casa de um amigo, e que no dia seguinte iria para a faculdade.

Evitei a rua principal de Sinam, onde localizava-se  um bar bem frequentado por alguns policiais logo atrás da delegacia, em uma determinada hora do dia podia ouvir as conversas altas dos chefões e de outras pessoas comemorando apreensões, condenações ou por que não suas devidas promoções. Era um lugar coreano até discreto nas vizinhanças da delegacia de meu bairro, por onde quase todo mundo acabava dando uma passada pelo menos uma vez por semana.

O taxi estava abafado, por isso abaixei o vidro, e tive que lidar com o ar frio perfumado considerando pela fumaça dos escapamentos dos carros.

- Deu trinta. – o taxista mencionou o valor e eu o pago.

- Obrigado. – murmurei.

- Tenha uma boa noite.

Peguei meu casaco e o ajeitei com cuidado sobre meus ombros, me desencostando do banco de trás. Deslizo para fora do carro. O caminho ademais era desconhecido por mim. Se acalme Jungkook! Eu estava ali e não tinha mais como voltar. Franzo a testa, vendo ao taxi seguir seu caminho. Imaginei milhares de jovens passando por ali, em seus grupos de amigos, na volta da escola, se embebedando, se drogando e passando de mão em mão algum tipo de bebida por aquela mesma rua um tanto estreita.

Caminhei pela calçada para poder apreciar a vista melhor, e de não correr o risco de ser atropelado por algum ciclista.

Que horas será agora? Eu me lembro de ter saído de casa depois das oito. Reeceio ter que ir embora? Poderia voltar para casa? Para minha cama? Onde diabos eu conseguiria um sinal de internet? E se por acaso eu fosse abordado por um desconhecido, com medo eu já não poderia dizer meu próprio nome. O tipo de minhas perguntas foi relevante para o momento, deixando-me mais a deriva, e quem sabe, outras pessoas não se sentiram incertas, quando colocaram seus pés aqui.

Eu não deveria me preocupar desse jeito, mas naquele momento me vejo incomodado e perdido, até mesmo a ausência de saber o que poderia acontecer girava em torno dos passos despreocupados das pessoas, com suas roupas chamativas. Uma mulher com seu celular em sua orelha e em outra mão uma minúscula bolso prata. Definitivamente aquele vestido, era a prova de que a cor amarela não combina com todo o tipo de pessoa.

Nesse meio tempo, um homem acertou sua garrafa de vidro em uma lixeira por estar um pouco desnorteado, decidi não me alarmar, quando o mesmo precisou se apoiar o corpo em um poste. Enfiei meus dedos nos bolsos de meu casaco e logo tratei de me mover discretamente, por aquele aglomerado de pessoas em suas direções distintas, aparentemente bêbadas e aos beijos. Aquilo de alguma maneira me impressionou, era tão difícil para que eu pudesse sair sozinho, mudar meus hábitos antigos, como de assistir a seriados francêses – isso de certo jeito não era algo sobre meu respeito, mas pensei em ressalta-lo agora.