Capítulo 9 - Senhor boa foda

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- Com quem esteve na noite passada? - A voz de minha mãe me arranca dos meus pensamentos, um estrondo acompanhando sua entrada abrupta no quarto. Ela abre a porta com força, batendo na parede, e entra com uma expressão que já conheço bem.

Eu suspiro, tentando controlar a surpresa que sinto ao ver meu rosto ficar vermelho por causa da pergunta.

- Nossa, por que continua me perguntando isso? - Tento manter a voz firme, mas falho. - Eu não me encontro com ninguém.

- Por que está nervoso? - Ela estreita os olhos para perguntar com uma expressão irritada. - Pare de morder essa boca e me fale de uma vez!

Sim, eu estava me comportando de um jeito diferente. Minha mãe sempre soube como me ler, como se eu fosse um livro aberto para ela. Mas dessa vez, não poderia simplesmente explicar o que realmente estava acontecendo. Ela não entenderia. E eu preferiria morrer antes.

- Eu só tenho o mau hábito de morder o lábio.... - Respiro fundo mantendo o tom de voz mais calmo possível. - Além disso, não tem nada de errado com um cara da minha idade passar a noite fora.

Ela não parece convencida. Na verdade, a julgar pelo olhar que me lança, está longe disso. Sem dizer nada, virou-se, a tirar da bolsa alguns vestidos que havia comprado pela manha, animada para mostrar-me rapidamente: um vestido longo com tons de verde-esmeralda, outro vermelho-escarlate, outro ranco-gritante e preto-severo. Fora um casaco azul-doido que comprou. Mulheres tem isso, o problema de acompanhar a moda. Não sei qual é a moda atual mas sei que estamos na época de... Foder. Ela não parece ter o que costumamos chamar de "sentimentos egoístas". Ela é super protetora e vaidosa. Ela tem um dom de me comover. O modo como percebe que algo está errado, é culpa da sua inquietação, sua incessante desconfiança.

Eu não me aprovo porque mal consigo viver comigo mesmo. Faço quase o impossível para ter bom-senso. Bom senso de mim. Estou quase atingindo esse estado. Espero não estar sendo muito deprimente.

- Você deveria ter me ligado... - Ela diz, como se estivesse apenas informando algo simples.

- Quando foi a última vez que eu já fiz isso? - Eu não consigo evitar um tom mais defensivo. - Eu estou com fome.

Ela cruzou os braços.

- Vou fazer barriga de porco para o jantar. - pensou em como iriar preparar a refeição. - Nunca vou me acostumar com esse buraco negro no seu estomago. Você já passou da fase de crescimento.

- Tudo bem. Obrigado, Omma.

Ela volta sua atenção para as roupas, mas a tensão ainda paira no ar, até queescuto-a falar de novo.

- Você não vai sair dessa casa hoje, está me escutando? - Sua voz se eleva um pouco, e sei que ela está a um passo de perder a paciência.

Desde pequeno, ela sempre fica brava. Quando alguem escondia alguma coisa de si, e ficava mias ainda furiosa quando descobria.

- Eu vou sim. - entro na brincadeira. - Viu minha jaqueta vermelha de couro?

Os olhos dela se arregalaram quando, após alguns segundos, ainda não tinha respondido.

- Não. - respondeu ela, secamente. - Esteve em uma boate na noite passada, Jungkook?

- E daí? Não era uma... - Começo a resmungar, confundindo nos cabides mais altos, tentando encontrar a maldita jaqueta.

Mamãe sorriu, constrangida, antes que eu pudesse terminar me interrompeu.

- Sinceramente, eu prefiro que você seja honesto comigo e me diga agora.

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