Forbidden Love

Capítulo 4 - Apenas um Garoto

Dou uma risadinha, vi Taehyung balançar a cabeça e pegar em minha mão. Sinto-me envergonhado, interessado, e intrigado, em algum nível estranho, absolutamente sóbrio. Que confuso choque de emoções é esse, afinal? Iria precisar de uma final de semana inteiro para poder parar e assimilar tudo isso. Ele segurava minha mão, não necessariamente com força, para que eu não trombasse com alguém. O bar ainda estava barulhento, e lotado, alguns jovens estavam acompanhados - outros não - saiam e entravam, enquanto a música tocava, com um aglomerado de pessoa na pista de dança.

As pessoas ao redor estavam olhando, mas Taehyung não se abalou com esse detalhe. Passou a mão pelo cabelo revolto. Pareceu ter aceitado a ideia de encontrar um garoto bobo perdido no meio de um bairro desconhecido no meio da noite e achar que ele precisasse ser acolhido. Eu espero um dia conseguir esquecer... Ou não.

Ele avançou comigo. Ótimo! Não estávamos indo para dentro do bar. Agradeço mentalmente por isso. Eu não danço. E por isso a minha relutância para optar em ficar onde estava - se esse tivesse sido o caso - ele percebeu isso, vejo um sorriso divertido e sincero em seu rosto.

- TAEHYUNG! Ei!

Alguém gritou seu nome, mas Taehyung não se deu o trabalho de verificar quem fosse. Então apenas ignorou. Quando estava quase chegando perto de seu carro, ele deu uma meia-volta de jeito para poder abrir a porta do outro lado para mim.

É um carro legal. Tinha lá seu charme, por mais que parecesse ter acabado de sair de uma revista dos anos 90. Era perfeito.

Taehyung abriu a porta do carona do seu Chevrolet C5 1998, ele estendeu a mão e eu a apertei. Fez um gesto para que eu entrasse, mas por um instante, hesitei. Estava com receio dele agora. De perto sua presença física era contestável e um pouco apressada, sua altura, as costas, os braços e o peito eram definidos. Respeitavelmente falando, é claro. As mãos dele são enormes. Passou pela minha cabeça que ele seria a pessoa capaz de me nocautear - sem muito esforço.

Deu um passo para trás, dando-me espaço para entrar. Depois que entramos fechou a porta. Ele entra no carro e bate a porta com força. Viro-me para poder entrelaçar o cinto de segurança por meu corpo, tento a surpresa de ver do lado de fora - com os vidros abaixados - três homens distintos um do outros, parados a cerca de dois passos de distância rumo a nós.

- O que você está fazendo? - o homem do meio foi o primeiro a falar, se referindo a Taehyung, enquanto parecia estar intrigado - Não acha que já se divertiu bastante, Kim? - Ele me encara, como se fosse óbvio. - Quem é ele?

Como eu, ele tinha o cabelo escuro que combinava com o rosto de pele clara. Seus olhos eram castanhos escuros, meio certinhos. Não me passavam nenhum tipo de apego com pessoas novatas. Ele era bonito, estou em desvantagens aqui.

- Vocês podem ir com Jin. - Taehyung anunciou, ligando o carro, pisou no acelerador, tomando o volante em mãos, deixando para trás seus amigos, ali onde estavam.

Ele liga o motor e abandona sua vaga no estacionamento.

Taehyung estava confiante, mantendo o olho na rua permanecendo em silêncio quando pegamos a segunda direita, dando a visão de uma estrada sem muito transito. Eu me senti estranho quando ele ficava tão concentrado ao sinal. E meio sem esforço algum eu estava inquieto sentado naquele banco, até meu estômago se comportava de forma anormal. Dei de ombros para isso, fingindo indiferença. Estava começando a ficar irritado com as reações de meu corpo, principalmente quando Taehyung acelerava, ameaçando a atrapalhar outros carros que seguiam no mesmo sentido que nós.

Meu coração teimava em saltar pelo peito, esperava não ser ridicularizado por isso - como costumava a acontecer - mas minha euforia duraria pouco, quando o pensamento de que já estava ficando tarde e meus pais tivessem a brilhante ideia de ligar para todos os meus amigos, que não eram muitos, honestamente dizendo, para saberem em qual lugar eu estava.