Warmth

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Toshinori Yagi, era um homem de muitas vivências. Seus cabelos dourados tão fortes como tempo pareciam sempre os mesmos nem um fio de cabelo branco, um milagre da juventude, seus olhos azuis embora cansados brilhavam com esperança e seu sorriso como sempre trazia conforto e alegria a qualquer um. Entre os seus 43 anos ele tinha viajado e conhecido muitos lugares, viveu alegrias mas também teve desgostos, tendo sido um grande e honrado policial carregava consigo vastas conquistas e prêmios que o destacavam dos outros mundialmente, criando um legado milionário, mas também memórias aterradoras e perdas que emocionam até o coração feito de pedra, sendo uma delas sua forma física aquele corpo que levantava kilos e kilos de carga, corria, pulava e lutava contra os maiores "vilões" de sempre, hoje se resume a um homem franzino, sem muito atributos, muitos até dizem plano, resultado de uma missão que correu mal e acabou  deixando-o com uma ferida intratável na área do abdômen,  ele era considerado por muitos um milagre andante, o homem considerado um herói por muitos,uma inspiração para outros,agora reformado leva uma vida pacata e simples, podendo ser encontrado a arranjar carros em sua própria oficina, se tornando agora um investidor em vários sectores e fazedor do bem doando frações de sua vasta fortuna à caridade.

Ele aprendeu com a vida que dinheiro e fama não são tudo, porque All Might, como foi apelidado pelos demais, antigamente aclamado pelo mundo a fora, agora se tornara mais alguém na multidão, tentando acompanhar os tempos e não ser deixado para trás, mas  apesar de tudo ele sempre levou em seu coração as palavras ditas por sua mãe adoptiva.


29 anos atrás...



Era mais um fim de dia de escola para o jovem Tosghinori Shimura-Yagi com agora 14 anos. Ele precisava chegar a casa antes que começasse a chover mas era tarde de mais o céu já se tinha fechado e a últimas gotas de sereno caiam dando lugar a chuva forte que cada vez mais batia contra a calçada por onde andava, seu uniforme agora molhado colava em seu corpo como sabor de doce nas mãos, seu cabelo antes ajeitado para cima caia de lado ocasionalmente indo até a sua cara e ocultando a visão imitando bem a aura a volta dele.

Yeah, tinha sido um dia difícil.

Não era anormal para Yagi ter um semblante triste e mormido, afinal de contas não é qualquer um que sobrevive à um incêndio, ver sua vida, sua família serem levados pelas chamas, apagada da história como letras escritas à beira da praia sendo levadas pela maré constante e virar conversa na boca do povo, apenas mais uma notícia ruim neste mundo de caos.

A solidão logo se tornou sua amiga, ser largado num orfanato durante 3 anos e andando de uma e em outra casa de acolhimento,nunca se envolvendo, sempre mandado de volta por ninguém o quer, depois de saber que não havia ninguém disposto  tomar conta dele, para aturar um menino desnaturado, nem sequer um tio chato distante porque todos se foram, todos o deixaram. Ser arrancado dos braços seguros de seu pai, do carinho e amor de sua mãe e irmãs de uma maneira tão brutal e fria que irónico porque foi o fogo quente quem os levou. Momentos como esse, em ele está só apenas com seus pensamentos a depressão se senta ao lado e o faz companhia... pelo menos agora ele já não está assim tão só. Como podem sorrisos e gargalhadas acabarem assim, num buraco preto e sinistro onde os únicos sons audíveis são gritos de ajuda e gemidos de dor tudo tocado numa música fina como véu e desafinada como disco riscado e o pior era o choro do bebé pequeno que nem 4 anos tinha, dissipar-se nas chamas deixando o som do fogo consumir tudo e todos que um dia importaram para ele e tudo isso sendo assistido pelo menino loiro que havia completado 9 anos.

É tudo culpa minha talvez se eu tivesse ...

Antes que ele podesse cair nessa linha de pensamento avistou a sua casa onde vivia à quase dois anos com Nana Shimura, uma doce e simples mulher, com uma personalidade forte, que não aceitava desaforo, que apesar de tudo que ela passou nunca deixou de sorrir, ela sabia muito bem o que era perder alguém perto, um ente querido pois, ela tal como Toshinori perdeu seu marido e filho num acidente de carro quando faziam uma viagem à Tokyo visitar uma amiga da família, o que era para ser umas férias em grande acabou com a perda das pessoas mais importantes na vida dela, mas mesmo assim ela não deixou que isso a impedisse de sorrir, ela sorri para eles e por todas as lembranças que tiveram juntos porque a memória deles continuará sempre viva no coração dela, pelo menos é o que ela dizia.

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