É melhor se controlar

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Depois daquele dia resolvi mudar minha escala e consegui conciliar nossos horários. Então todos os dias eu vou buscá-lo e mesmo que ele sai triste ele sorri quando me vê. Tento ao máximo anima-lo principalmente por que seu aniversário chegou. Ele estava tão atordoado com o trabalho que se esqueceu do próprio aniversário.

- Tá preparando o que?
- Um jantar romântico.
- Hum ele vai ser a sobremesa é?
- Eu não vou nem responder.

Vou para casa arrumar tudo. Deixo tudo pronto e vou busca-lo. Assim que sai parece estar mais desanimado do que nunca.

- O que foi?
- Eu sou um inútil.
- Não fala assim.
- Eu só quero ir pra casa e deitar.

Será que foi uma má ideia ter preparado tudo?

- Você fez tudo isso por mim?
- Feliz aniversário.
- Obrigado. Deve ter dado trabalho. Eu queria comemorar com você, mas eu não estou no clima. Se importaria de me deixar sozinho essa noite?
- Não... - Eu também não tinha muita escolha. Foi a primeira vez que eu dormi na sala e posso te dizer que não foi nada agradável. Eu sabia e sentia... Ele estava sofrendo e isso já passou do limite. No dia seguinte apareço no seu serviço e pude ver um pouco do que ele passa todos os dias.

- Se não consegue nem fazer isso não devia ter vindo pra cá!! Você não é bem vindo melhor seria se fosse embora de vez!! - diz o senhor Garden em um tom rude.
- Senhor Garden.
- A Heeseung veio me visitar? Vem vamos para minha sala.
- Na verdade eu vim falar sobre o Jungwon.
- Não precisa fazer isso. - diz Jungwon segurando meu braço na tentativa de me impedir. Eu apenas o olhei e o alcamei.
- Vai ficar tudo bem. Não se preocupe.
- Eu fiquei sabendo. Ele fez você desistir da sua carreira não é? Esse verme só serve para estragar a vida das pessoas ao seu redor. Estragou a minha e a agora a sua.
- Por que trata ele desse jeito? Ele é seu filho.
- Eu não tenho filho ômega!! Que vergonha para piorar ele teve a visão com um homem. Que vergonha.
- Não é culpa dele. Sabe muito bem que a purificação é algo divino e inquestionável.
- Eu não estou nem aí. Isso não tira o meu direito de pai de tratá-lo como eu bem entender.
- Direito... - digo debochado.
- Eu te considero como um filho, mas exijo que tenha modos ou então...
- Eu tive um pai. Se eu fosse o seu filho eu teria vergonha disso.
- Seu insolente... quem você pensa que é?
- Eu só vou dizer uma vez. Se continuar maltratando o Jungwon...
- Você não me assusta seu jovenzinho de m*.
- Eu também não preciso que tenha medo de mim. De qualquer forma está tudo gravado. Temos testemunhas e depoimentos que com certeza irão servir no dia do seu julgamento. Se você continuar com esse comportamento desprezível te denunciarei ao Conselho por conspiração. Sabe que ir contra a vontade divina é o maior crime que podemos cometer então não me obrigue a tomar essa atitude.
- Seu fracote. Não consegue nem se defender sozinho?
- Eu...
- Ele não precisa estar sozinho. Ele tem a mim. Eu sou sua família. Você teve um filho incrível é uma pena que tenha se esquecido disso. Vamos jungwon. - diz segurando sua mão.
- O expediente dele ainda não acabou!
- Ele tem horas extras. Você o forçou a trabalhar depois do expediente e não pagou por isso. Desconte do banco de horas dele. Caso contrário além de conspiração te denunciarem por trabalho escravo.

Saímos de lá e levo ele para um parque. Ele precisava respirar.

- Obrigado. Você ficou muito bem lá. - diz ele envergonhado.
- Você vai ficar bem?
- Acho que ele vai me deixar em paz. Meu pai sabe quando recuar.
- Se caso continuar eu vou mesmo fazer o que eu disse. Mesmo que ele seja seu pai eu não me importo. Minha maior preocupação é você e tudo que eu quero é que fique bem.
- Deve ter sido difícil para você esses últimos dias. Desculpa.
- Ficarei bem se me prometer que também vai ficar bem de agora em diante.
- Tudo bem. Prometido.
- Isso. Quer sorvete?
- Quero.

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