Eram duas e trinta e dois da madrugada, e nos recantos da Corporação Cápsula todos dormiam menos o bebê de pouco mais de um mês que começava a se agitar dentro do berço. Bra gorgolejou um pouco e então principiou um fungar, preparando-se para chorar quando os olhos de Vegeta se abriram abruptamente no quarto do casal. Ele franziu a testa enquanto olhava para a mesinha de cabeceira, vendo as luzes da babá eletrônica se acender, é claro que ele não precisava podia sentir com facilidade o ki da pequena meia-saiyajin. Ter um recém-nascimento depois de treze anos estava lhe custando uma boa noite de sono.
O príncipe bocejou enquanto rolava de costas, passando a mão no rosto. Noites sem dormir era uma marca registrada em sua vida como soldado do exército de Freeza, mas ao longo de uma década em que ele passou a viver na Terra, se acostumou a dormir três ou quatro horas por noite. Desde que sua caçula nasceu, no entanto, as coisas não estavam sendo fáceis para o papai Vegeta e sua esposa quando se tratava de descansar o suficiente.
Bulma havia lhe dito que tinha sido igual quando Trunks era bebê, fase da qual ele não presenciou participamente, pois naquele período a única coisa que lhe importava era poder. Por isso ao tomar conhecimento da gestação da mulher decidiu que dessa vez as coisas seriam diferentes, já que não poderia mudar seu passado aprenderia com os erros e cresceria com os acertos.
Olhou para o teto, e não pela primeira vez se indagou sobre como as crianças saiyajins eram criadas em seu planeta natal.
Bra começou a chorar e ele ouviu sua esposa se mexer e gemer ao lado dele. — De quem é a vez agora — Ela murmurou.
— Minha — Vegeta grunhiu, afastando as cobertas. — Entendi.
— Hum — Bulma respondeu cansada estendendo a mão para desligar os monitores do bebê.
Bulma já estava meio adormecida quando Vegeta se mexeu para se sentar na beira da cama ele bocejou novamente e se espreguiçou, antes de se levantar. Ele vestiu a calça do seu moletom e saiu silenciosamente do quarto, afinal o dever de pai o chamava.
Vegeta parou na porta do quarto de Trunks, ergueu uma sobrancelha quando escutou um movimento. Ele abriu a porta para espiar dentro, bem a tempo de ver que seu primogênito estava se levantando da cama.
— O que você está fazendo acordado uma hora dessa moleque? — O saiyajin mais velho exigiu. Sobressaltado, o adolescente de doze anos se virou e suspirou surpreso quando o pai escancarou a porta.
— Nossa! Pai o senhor quase me mata de susto.
Os olhos de Vegeta se estreitaram. Se ele não tivesse sido capaz de detectar o movimento de outras pessoas quando estava na mesma idade de seu filho nunca teria sobrevivido nas mãos do maldito ditador changeller.
— Eu tenho que ver sua irmã. Volte a dormir!
— Ela também me acordou, posso ir também?
— Tudo bem — O príncipe cedeu cansado demais para discutir com o filho.
Vegeta seguiu silenciosamente pelo corredor com Trunks em seus calcanhares.
— Ela chora tão alto! — Trunks sussurrou.
— Você fazia a mesma coisa quando era bebê.
— Oh, então todos os saiyajins são assim quando pequenos?
Vegeta rezingou carrancudo com as palavras. Ele gostaria de saber mais coisa sobre sua raça, particularmente quando se tratava de crianças. Havia tradições que ele estava perdendo? Costumes necessários para que os pais ensinassem seus filhos? Infelizmente era algo que ele nunca teria a resposta. Pelo menos ela está segura, afinal ninguém seria capaz de entrar na casa, principalmente no quarto de seus filhos sem que ele percebesse — pensou enquanto abria a porta do quarto bebê e acendia a luz do abajur. Esse conhecimento teria que servir.
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Paternidade
FanfictionApós mais uma madrugada insone graças a sua filha caçula Vegeta descobriu que a paternidade vem com grande responsabilidade. E que ser pai é um estado diferente, um sentimento intermitente que só se sabe quando se é pai.